Correio de Carajás

Sem máscara, dono da Havan entra em sua loja em Marabá e critica lei que não existe

O excêntrico e polêmico Luciano Hang, dono da Havan, esteve ontem, quarta-feira, 9, em visita a Marabá para acompanhar as operações de sua loja, localizada na Rodovia Transamazônica, em frente ao Aeroporto João Corrêa da Rocha.

Desceu de seu jato particular e preferiu ir para a loja a pé, sendo cumprimentado por populares ao longo do caminho. Na porta da loja, mais pessoas pedindo selfies com Hang, assim como no interior dela. Fez fotos com pessoas no saguão do Aeroporto, com funcionários de uma locadora de veículos e com clientes e colaboradores da própria Havan, em frente à conhecida réplica da Estátua da Liberdade, em frente sua loja.

E foi lá que protagonizou as cenas mais polêmicas, ao se deparar com correntes de plástico em um espaço de cerca de um metro entre mostruário de telefones celulares numa prateleira de autoatendimento, ou seja, não há funcionário para atender o cliente o tempo todo.

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Em postagens com fotos e vídeo, o poderoso chefão da Havan tripudia de uma suposta “lei” local que teria determinado a colocação dessa barreira de contenção. “Pessoal, estou aqui em Marabá, no Pará, aí me deparei com esse absurdo em uma de nossas lojas, com colocação de correntes, não deixando o cliente se ‘autoatender’ aqui na mesa do celular”.

Hang fez o questionamento hipotético sobre o que aconteceria com uma loja da Apple, nos Estados Unidos, caso a legislação obrigasse fazer o mesmo com todas as mesas de telefone celular. “É idiota fazendo lei burra. Justifica um negócio desses? Não”, ele mesmo respondeu, terminando com a frase: “lamentavelmente, assim é que é o Brasil”.

Em seguida, Hang foi tocar o sino, um dos símbolos de seu grupo, que representa alegria e comemoração de conquistas. Logo em seguida, seus funcionários param de trabalhar e passam a aplaudir o chefe e entoam uma espécie de grito de guerra.

A LEI QUE HANG CITOU NÃO EXISTE

A Reportagem do PORTAL CORREIO DE CARAJÁS entrou em contato com o diretor de Vigilância Sanitária Municipal, Daniel Soares, que se mostrou surpreso com a corrente colocada no interior da Havan em Marabá e disse que não há e nunca houve Decreto Municipal e nenhuma legislação que obrigue colocação deste acessório. “Temos em decreto, sim, a obrigatoriedade de barreira para delimitação de espaço entre o caixa e o consumidor”, retrucou.

O Decreto Municipal a que Daniel Soares se refere é o de Número 32. No Estado, o Decreto que trata desse assunto é o de número 800, que diz o seguinte: “Barreiras físicas de Proteção Individual: Utilizar barreiras físicas, no formato, de divisórias transparentes, quando o distanciamento social, de 1,5 metros, entre pessoas, não puder ser mantido”. Ou seja, não há legislação municipal nem estadual que obrigue o que Hang viu em sua loja.

CADÊ A MÁSCARA, SENHOR?

Quando estava para ir embora, ainda arranjou tempo para fotos com funcionários do Aeroporto de Marabá. O mais curioso em tudo isso, é que Luciano Hang não usava máscara dentro de sua loja e nem pelos outros lugares por onde passou (com exceção do saguão do Aeroporto). Curiosamente, há decreto municipal obrigando o uso de máscara em ambiente fechado onde há circulação de pessoas. Ele descumpriu. Daqui, Luciano seguiu para Ananindeua, onde prepara sua mais nova loja para inauguração. (Ulisses Pompeu)