A repercussão do assassinato de Joelson Castro Carvalho, 20 anos, perdurou mesmo em meio ao alvoroço das Eleições 2020, e a família clama por justiça, mesmo que o algoz seja um adolescente de 17 anos. Na manhã desta segunda-feira (16) a irmã da vítima, Joelma Castro Sampaio, compareceu ao Grupo Correio de Comunicação para enfatizar que o rapaz nunca teve envolvimento com facções criminosas, acrescentando ser uma pessoa trabalhadora e muito querida pela família e amigos.
“Ele sempre foi um rapaz do bem, morou comigo desde os 9 anos de idade, e saiu de casa com 19 anos, após casar. Meu irmão nunca se envolveu com coisas erradas, o sonho dele sempre foi servir ao Exército, só falava nisso. Depois ele foi contratado para trabalhar em uma loja de materiais elétricos na Folha 28, foi quando conheceu esse rapaz que tirou a vida dele”, conta Joelma.
A mulher relata que Joelson estava vendendo uma caixinha de som e um celular, e o algoz se ofereceu para fechar negócio com seu irmão. “Inclusive, há um vídeo que achamos no celular da esposa dele que ajudou as autoridades policiais a chegarem ao criminoso. Esse ‘menor’ estava trabalhando em uma obra próximo à loja e foi quando eles se conheceram”, diz Joelma.
Leia mais:Joelson deve ter combinado de ir até a casa do adolescente após às 18 horas, quando encerra seu expediente, para receber o pagamento, formatar o celular, e concretizar a venda, é o que supõe Joelma. “Esse ‘menor’ pagou um mototáxi para meu irmão ir até lá, eu tenho o contato do mototaxista, ele não desconfiou de nada por conta da atitude de ter pago o transporte”, continua a irmã da vítima.
A experiência de precisar reconhecer o corpo do irmão não foi fácil e Joelma relatou com detalhes às equipes de Reportagem do Grupo Correio, que o identificou pela cueca que estava vestido. “Eu que lavo as roupas dele, e quando vi, eu reconheci, pois ele [Joelson] estava irreconhecível. O corpo estava muito desgastado, o pescoço estava degolado, até perguntei à funerária o que eu poderia fazer e eles me recomendaram fazer o velório com caixão fechado, até porque ali já não era mais meu irmão, estava irreconhecível”, comenta Joelma, emocionada.
Sobre o adolescente que ceifou a vida de Joelson, Joelma informou que só quer justiça, sem pretensões de entrar com processo ou atos semelhantes. “O delegado me contou que dia 21 (sábado) ele [o adolescente] completa 18 anos e permanecerá detido, e eu só quero isso, que a justiça seja feita. O sentimento que fica é de revolta, pois ele [Joelson] era um rapaz muito novo e deixa uma sementinha para nós, que é seu filho de um aninho”, completa.
Ainda segundo Joelma, nesta quarta-feira (18) será realizada a missa de sétimo dia, às 19h30, em Igreja Católica ainda a confirmar qual. “A família vai confeccionar camisas, e receberemos homenagens para meu irmão, faremos justiça pela memória de Joelson”, finaliza.
Segundo o delegado Vinicius Cardoso, diretor da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, o adolescente está internado no Centro de Internação do Adolescente Masculino (CIAM – Marabá), pelo ato infracional análogo a homicídio qualificado, e se encontra à disposição da Vara da Infância e da Juventude. “A motivação do crime tem elementos conflitantes e precisam ser detalhadas e melhor apuradas, neste sentido, a Polícia Civil continua investigando o caso”, informou o delegado. (Zeus Bandeira)