Em entrevista ao Portal CORREIO DE CARAJÁS nesta quinta-feira, 12, o promotor de Justiça Alan Pierre Chaves Rocha, titular da 11ª Promotoria de Justiça de Marabá, revelou que o pedido de impeachment e afastamento imediato contra o procurador-geral de Justiça do Pará, Gilberto Valente Martins, foi enviado à Assembleia Legislativa do Pará ainda em 16 de outubro último, pelo Correio, e não nesta quarta-feira, 11 de novembro, como noticiado pela Imprensa da Capital e replicado por este veículo de comunicação.
A notícia inicial dava conta que o protocolo de Alan Pierre teria ocorrido um dia após o procurador geral assinar uma ação contra o governador Helder Barbalho e mais oito pessoas, no caso da compra, com dispensa de licitação, de 400 ventiladores pulmonares. Ação civil pública movida por Martins também pede quebra de sigilo bancário e fiscal, além de indisponibilidade de bens do governador do Pará.
Para algumas pessoas, a informação dava a entender que o promotor estaria retaliando o procurador-geral de Justiça pela ação contra o governador. “Fiz o pedido dia 16 de outubro e enviei pelos Correios, inclusive mesma data que fiz o reconhecimento cartorário da assinatura. Observa-se que se trata de data bem anterior a ação ajuizada pelo PGJ. As informações que remeti à Alepa estão seguidas dos documentos que comprovam a alegação. Agora, compete ao Poder Legislativo, como representante do povo, avaliar se houve uso inadequado das verbas públicas da qual o PGJ era ordenador de despesas. E a este, no exercício do contraditório, oferecer a defesa que entender adequada para repelir os fatos”.
Leia mais:Ao ser questionado se não teme sofrer represália e perseguição dentro do Ministério Público, o promotor respondeu o seguinte: “Entrei na condição de cidadão, no gozo dos primados de cidadania do qual todo cidadão detém, sendo que possível alegação de retaliação política além de descompassada com a realidade dos fatos, somente tem a finalidade de amenizar os impactos dos graves fatos que foram relatados ao Poder Legislativo. Com relação a possíveis sanções, não há espaço para tanto sem que se entre na esfera do autoritarismo, visto que usei de um instrumento constitucional, como dito alhures, na condição de cidadão. Qualquer questionamento quanto a este ponto somente pode ocorrer numa administração ultrapassada e arraigada com velhos padrões do coronelismo”, alfinetou.
Natural de São Luís-MA, Alan Pierre está no Pará há 11 anos e faz questão de informar que não tem vínculos em Belém e que vai pouco à Capital.