Começou na manhã desta sexta-feira, 28, o II Giro Cultural no Museu, evento promovido pela Fundação Casa da Cultura de Marabá, que acontece na Praça Duque de Caxias, na Velha Marabá, e tem o objetivo de promover e fortalecer os movimentos culturais da região.
O pontapé inicial da festa foi dado pelos vinte Divinos e dois Santos Reis da cidade. Acompanhados da Banda Waldemar Henrique, da FCCM, músicos e integrantes das divindades e reisadas se uniram para fazer uma linda festa.
Segundo Vanda Américo, presidente da FCCM e idealizadora do Giro Cultural, a presença dos Divinos e Santos Reis no evento é relevante por se tratar de uma festa cultural, religiosa e totalmente popular.
Leia mais:“Reunimos vinte Divinos e dois Santos Reis, das irmãs Barbosa e da Zenith Rocha. A Casa da Cultura tem esse compromisso de cultivar e fortalecer a cultura, para que as gerações futuras conheçam a história de Marabá de forma verdadeira, sem vergonha de cantar uma divindade ou uma reisada, que muito nos engrandece a fé”, disse.
Após as apresentações, Divinos, Santos Reis, músicos e toda a comunidade presente fizeram um arrastão pela Avenida Getúlio Vargas, fazendo o retorno na Rua 7 de Junho. O encerramento aconteceu em frente à Escola Municipal José Mendonça Vergolino, por volta das 10 horas da manhã.
Para Vanda, esse momento foi de nostalgia e memória afetiva. “Me arrepiei em vários momentos. Essa festa faz parte da minha história e da minha infância, assim como faz parte da vida de tantos marabaenses. Foi lindo de ver crianças e jovens aprendendo a respeitar e cultuar esse movimento religioso e cultural”, se emociona a presidente da FCCM.
Participando pela primeira vez da festa, Lila Lopes, uma das organizadoras da Folia de Reis em Marabá, agradeceu o convite da Casa da Cultura para participar do Giro Cultural.
“Nós festejamos todos os anos no dia 6 de janeiro. Agora temos mais esse evento para comemorar e fazer nossa festa. Agradecemos esse momento lindo da Casa da Cultura e do Museu e estamos todos felizes em participar e mostrar nossa força. Ano que vem estaremos aqui novamente se Deus quiser”, garante Lila.
Abrilhantando o evento pelo segundo ano consecutivo, a presidente da Associação dos Divinos de Marabá, Maria Luiza Kluck, acredita que o evento fortaleceu, ainda mais, a cultura no município. “Ano passado éramos dezessete, esse ano somos vinte Divinos. Essa participação é maravilhosa. Nós temos a honra de sermos convidados para estar nessa festa tão linda da nossa cultura. O Divino Espírito Santo em Marabá tem uma cultura muito forte, temos muitos devotos. É uma cultura religiosa e esse momento é de valorização”.
Com um palco e arquibancadas montadas em frente ao Museu Municipal Francisco Coelho, na Praça Duque de Caxias, nas noites de sexta e no sábado (28 e 29) a população poderá assistir shows totalmente gratuitos.
Nesta sexta-feira, 28, a partir das 19h30, a música fica por conta da banda The Queens, composta por mulheres músicas da FCCM, e do Grupo Fé no Canto, com AQNO, Lariza Ziral e Jane Martins.
No sábado, 29, a partir das 8h30, quem toma conta da festa são as crianças que participam dos projetos desenvolvidos pela Fundação. O Boi Marabazim e as Lendas Amazônicas saem da Sala das Lendas, no Museu Municipal Francisco Coelho, para fazer a festa na Praça Duque de Caxias. Com a participação dos cantores Clauber Martins, Zé do Boi, Jorginho Ropha e Javier di Mar-y-abá, muita música vai rolar. Está previsto um arrastão pela Praça Duque de Caxias.
Além disso, ainda na manhã de sábado, será realizado o lançamento do livro “A Boiuna”, de Airton Sousa. A obra faz parte do projeto “Nossas Lendas’, que tem o objetivo de contar as históricas folclóricas e motivar, desde cedo, crianças e jovens a terem consciência ambiental.
À noite, os shows musicais continuam. Dois grupos da FCCM se apresentam, o Grupo Cabelo Seco e o Grupo Kudrádja. E pra fechar a noite, o mestre Nilson Chaves encantará o público marabaense com sua música.
Encerrando a programação do II Giro Cultural, no domingo, 30, a partir das 8h30, nas dependências do Museu Municipal, acontecerá o lançamento do livro e documentário sobre os 30 anos de jornalismo de Mascarenhas Carvalho da Luz.
A FCCM idealizou e editou a obra, e convidou o jornalista Ulisses Pompeu para escrevê-la. Em um livro de 80 páginas, com capa dura e todo colorido, Mascarenhas revela momentos adversos em que foi ameaçado por atuar de forma imparcial diante de vários assuntos que o jornal reportou e que não interessavam aos poderosos da cidade.
O livro inicia falando de sua infância no Piauí, a vida de caixeiro viajante, depois comerciante, até as três décadas em que ficou à frente do Correio do Tocantins. “Vamos lançar, ao mesmo tempo, um livro-reportagem e um documentário. Entendemos que a homenagem às pessoas que contribuíram para o desenvolvimento de nossa cidade deve ser feita, preferencialmente, quando elas estão vivas. É uma alegria poder vivenciar esse momento e esse tributo para esse grande jornalista”, explica Vanda Américo, idealizadora da obra.
O lançamento do documentário e do livro “Mascarenhas – a vida e as histórias do jornalista que mais influenciou os destinos de Marabá”, encerra de forma majestosa, em um café da manhã, a programação do II Giro Cultural no Museu. (Ana Mangas)