A manifestação iniciada na terça-feira (3) em frente à Prefeitura de Parauapebas não esmoreceu e continua ainda na tarde desta quarta (4), após representantes de seis localidades do município acamparem no estacionamento da sede do Executivo. Servidores públicos que trabalham no prédio da prefeitura foram dispensados, enquanto viaturas do Departamento Municipal de Transporte e Trânsito (DMTT) e da Guarda Municipal de Parauapebas (GMP) bloqueiam a entrada, na altura da rotatória que dá acesso à prefeitura.
Em entrevista ao Correio de Carajás, Jefferson Magel, representante da Associação dos Moradores do Residencial Alto Bonito e um dos membros da comissão que tem como objetivo ser recebida pelo prefeito Darci Lermen, deu detalhes de andam as negociações com o gabinete.
“Conversamos com o João José Corrêa [secretário municipal de Planejamento e Gestão] e o Denis Gabriel Assunção [secretário municipal de Segurança Institucional e Defesa do Cidadão] para que liberássemos a entrada dos funcionários, para que eles trabalhassem normalmente, sob a promessa de que o Darci iria reunir-se conosco amanhã (5), porém não aceitamos”, declarou Jefferson, deixando claro a posição firme da manifestação.
Leia mais:O membro da comissão de liderança do acampamento disse que o grupo apenas se retirará após reunião com o gestor, nos moldes exigidos por eles. “Queremos uma reunião entre nós e o Darci. Ele pode fazer um cordão de segurança para entrar no prédio, e nós vamos depois se reunir com ele. Só sairemos de lá satisfeitos após assinados os termos de comprometimento com nossas pautas”, pontua Jefferson.
O manifestante alega que o prédio da prefeitura foi completamente fechado, impedindo que os ocupantes usassem os banheiros. Após muita insistência, a administração permitiu que fossem usados os banheiros da praça em frente à sede do Executivo. Jefferson também acredita que o bloqueio realizado na via de acesso serve para coagir a aderência ao protesto, que no momento conta com cerca de 50 manifestantes, representando os bairros Alto Bonito, Cidade Jardim, Tropical, Vila Piabanha, Amazonas e Nova Carajás. No dia anterior, moradores da região do Contestado também estavam no local.
A assessoria de comunicação da Prefeitura de Parauapebas foi procurada pelo Correio de Carajás na manhã de terça e encaminhou nota no início da tarde desta quarta, fornecendo respostas apenas sobre as reivindicações dos moradores do Cidade Jardim, que alegam despejos realizados pela loteadora Buritis, respaldados por cobrança de juros abusivos. Além disso, o posicionamento cita apenas metade dos bairros representados, o que indica falta de conhecimento sobre o movimento que tomou conta da PMP desde o dia 3. Confira:
“A Prefeitura de Parauapebas informa que foi surpreendida na manhã de terça-feira, 3, com a manifestação de moradores do bairro Cidade Jardim, do Residencial Alto Bonito e da Vila Piabanha. Por esse motivo, os servidores públicos foram impedidos de entrar no Centro Administrativo e tiveram que voltar para casa.
Os manifestantes reivindicam melhorias na infraestrutura das localidades e atendimentos relacionados às políticas de habitação.
Desde que anunciou a concessão do auxílio financeiro para o Cidade Jardim, a prefeitura se empenha para dar celeridade aos procedimentos, mas é necessário cumprir todas as etapas jurídicas.
A administração municipal esclarece ainda que não pode conceder o benefício sem que os procedimentos legais sejam concluídos.
Sobre a infraestrutura no bairro, a gestão informa que já está em processo licitatório um projeto que vai contemplar o Cidade Jardim com obras de drenagem e pavimentação asfáltica.
A prefeitura ressalta que, como as lideranças permanecem no estacionamento do prédio há mais de 24h, medidas judiciais estão sendo tomadas para que os servidores possam retornar ao trabalho, prestando serviço à população.
A Prefeitura de Parauapebas destaca que mantém diálogo aberto com as comunidades e reforça que continua comprometida na busca de soluções para atender as demandas”. (Juliano Corrêa)