Cinquenta e seis indígenas venezuelanos da etnia Warao que estavam instalados em um abrigo do município de Parauapebas localizado no Bairro Vale do Sol, hoje estão acampados em uma praça à beira da Avenida Presidente Kennedy, próximo ao Terminal Rodoviário da cidade.
Eles alegam falta de auxílio da administração pública no abrigo e reivindicam aguardar por melhores condições para sobreviver. Segundo os próprios indígenas, faltam utensílios para a cozinha, como fogão a gás, e para a lavanderia, como máquina de lavar roupa.
Acampados com redes penduradas pela praça, com malas expostas e crianças correndo próximas ao fluxo de trânsito, os imigrantes têm como recurso pedir esmola aos que passam pelo local. Eles também se deslocam a outros pontos da cidade em busca de dinheiro. Há, por fim, dificuldade dos refugiados com a língua portuguesa, para que relatem em detalhes os incômodos.
Leia mais:Procurado pela reportagem, o responsável pelo abrigo, José Luiz, alegou que as reivindicações apresentadas a ele são de que os monitores do abrigo sejam dispensados e que a chave da cozinha seja dada aos abrigados, cedendo o cômodo ao controle das famílias, acrescentando que os indígenas fazem cinco refeições diárias.
José Luiz acusa os venezuelanos de quebrar um acordo feito com o abrigo, levando as crianças para o acampamento e afirma que o fazem porque os pequenos significam “renda pra eles”, referindo-se à mendicância: “quando eles pedem sem as crianças do lado, a remuneração cai bastante”.
O diretor defende que as crianças recebem educação, recreação e entretenimento e que as famílias possuem assistência, incluindo piscina, área recreativa, comida e fraldas. “Eles vão para a rua reivindicar essas coisas como se eles não tivessem, mas isso não é verdade”, declarou (Juliano Corrêa – com informações de Ítalo Almeida)