O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou as tropas russas de sequestrarem o prefeito de Melitopol durante o conflito entre os dois países, que já se estende há 17 dias. As autoridades ucranianas divulgaram um vídeo em que Ivan Fedorov aparece sendo levado de um prédio nessa sexta-feira (11/3), com os olhos vendados. Zelensky criticou a investida russa e exigiu a libertação do político.
O mandatário ucraniano chamou Fedorov de “prefeito que defende bravamente a Ucrânia e os membros de sua comunidade” e acusou Moscou de “passar para um novo estágio de terror”, com ações equivalentes aos “terroristas” do Estado Islâmico.
“Isso é obviamente um sinal de fraqueza dos invasores”, disse o presidente. “Eles passaram para um novo estágio de terror no qual estão tentando eliminar fisicamente representantes de autoridades ucranianas locais legítimas”, assinalou.
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Em reação, os moradores da cidade ucraniana foram às ruas para protestar contra o sequestro.
17º dia de ataques
Neste sábado (12/3), dois depósitos de petróleo próximos de Kiev foram alvo de bombardeiros e ficaram em chamas, segundo o governo ucraniano. Os locais foram sofreram ataques russos durante a madrugada. Um dos depósitos se encontra em Vasylkiv, cidade que fica a 36 km da capital ucraniana. O outro, na vila de Kryachky.
Segundo o jornal Kyiv Independent, um dos objetivos dos militares russos era uma grande base aérea em Vasylkiv. Houve também relatos de um incêndio em um armazém de alimentos congelados na vila de Kvitneve. Os ucranianos afirmam que, até agora, não houve nenhuma vítima desta investida das tropas de Putin.
Nessa sexta-feira (11/3), pela primeira vez, as regiões ucranianas de Dnipro, Rivne e Ivano-Frankivsk foram bombardeadas. Dnipro, quarta maior cidade do país, foi a mais afetada. O distrito de Novokodatsky tornou-se alvo de três ataques aéreos.
Lutsk, a noroeste da Ucrânia, teve uma fábrica de conserto de aeronaves e um aeródromo incendiados. A cidade constava da lista de locais estratégicos a serem atacados pela Rússia. O governo local confirmou que as explosões ocorreram perto do aeródromo e pediu que toda a população fuja para abrigos.
Em Ivano-Frankivsk, no oeste da Ucrânia, também se ouviram explosões nessa sexta-feira (11/3). Tropas russas se aproximam de Kiev e dispararam contra áreas residenciais, conforme mostram imagens de satélite.
Segundo o governo ucraniano, o serviço de inteligência descobriu que as tropas russas planejam “isolar” Kiev, capital e coração do poder do país. A inteligência do Reino Unido também fez afirmações do tipo. Tanques, de acordo com os russos, já estão nos arredores da cidade.
Nessa sexta-feira, a encarregada de Direitos Humanos da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, admitiu que em Mariupol, Volnovakha e Irpinnas não é possível estimar quantas pessoas morreram desde o início da invasão, em 24 de fevereiro.
(Fonte: Metrópoles)