Correio de Carajás

Workshop na Unifesspa abre discussão sobre babaçu e mudanças climáticas

O encontro reuniu pesquisadores da Unifesspa e de diferentes instituições da região

O Projeto FEFACCION 2025 realizou na terça-feira (16), no auditório da Unidade 1 do Campus de Marabá, o workshop “A palmeira babaçu nas pastagens: uma oportunidade no contexto das mudanças climáticas”.

O encontro reuniu pesquisadoras e pesquisadores da Unifesspa e de diferentes instituições, além de representações das quebradeiras de coco, estudantes e representantes de órgãos públicos, para discutir o papel da palmeira babaçu nos agroecossistemas e sua importância frente às mudanças climáticas.

A manhã foi dedicada ao painel “A palmeira babaçu no futuro”, que abordou aspectos ecológicos e climáticos da espécie. Entre as apresentações, destacaram-se:

Leia mais:
  • Erich Collicchio (UFT), que falou sobre a crise climática e os impactos no Bico do Papagaio e no sul do Maranhão;
  • Alexandre Fernando Rodrigues Rocha (UEMA), Domingos Lucas dos Santos Silva (UNEMAT) e Gonçalo Mendes da Conceição (UEMA), que apresentaram estudos sobre a distribuição do babaçu em cenários de mudanças climáticas;
  • Ailce Margarida Negreiros Alves (ICH/FECAMP/Unifesspa) e Cledeneuza Maria Bezerra Oliveira (MIQCB – Pará), que discutiram os avanços e desafios da Lei do Babaçu Livre.

A segunda mesa do período da manhã, “A palmeira babaçu atualmente”, trouxe reflexões sobre redes sociotécnicas, cadeias de valor e ecologia da espécie. Participaram Maria Regina Teixeira da Rocha (Unitins), Andrea Hentz de Mello (Unifesspa), Francisca Marta Barbosa dos Santos (SEAGRO – TO), Maria Helena Gomes dos Santos Amorim (MIQCB – TO), Danielle Mitja (IRD) e Deurival da Costa Carvalho, que apresentaram dados sobre a presença do babaçu em florestas e pastagens.

No turno da tarde, a mesa-redonda “A influência das mudanças climáticas na vida das quebradeiras de coco babaçu” reuniu pesquisadoras(es) e lideranças do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB). O debate destacou a importância de políticas públicas que assegurem o acesso aos frutos e fortaleçam as organizações comunitárias.

Em seguida, a sessão “Ações e materiais para fortalecer o vínculo entre ciência e sociedade” apresentou iniciativas pedagógicas ligadas ao tema. Charlotte Maquet (CIRAD) e Danielle Mitja (IRD) mostraram um jogo de gestão de recursos para pastagens; Eumar da Silva Coelho (Unifesspa) apresentou um livreto sobre o kit No País da Palmeira Babaçu; enquanto Paulo Ricardo da Silva (EEEFM Albertina Barreiros) e Maria de Sousa (MIQCB – PA) compartilharam experiências de educação ambiental em comunidades de Itupiranga.

Babaçu como símbolo de resistência

Mais que um recurso econômico, o babaçu aparece como símbolo de resiliência frente às transformações ambientais. Sua permanência em áreas desmatadas e a atuação das quebradeiras apontam alternativas para unir conservação ambiental, geração de renda e adaptação às mudanças climáticas.

O evento terminou com uma exposição de objetos e jogos relacionados ao babaçu, reforçando a integração entre ciência, movimentos sociais e produtores rurais.