O Volta Redonda anunciou, através de nota, nesta terça-feira, que vai apresentar uma queixa formal à CBF e solicitar, ainda hoje, ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, a impugnação da partida contra o Paysandu, pela 6ª rodada do quadrangular final da Série C.
Na ocasião, o jogo estava 0 a 0, quando, aos 12 minutos do segundo tempo, o árbitro Wilton Pereira Sampaio sinalizou a expulsão do meia Robinho, camisa 20. O jogador já havia cruzado a linha lateral e saído de campo, mas a expulsão aconteceu por “retardar excessivamente sua saída de campo”.
Depois de muita confusão, Wilton Pereira Sampaio confirmou que o substituto de Robinho estaria autorizado a permanecer em campo, o que gerou muita reclamação por parte do Volta Redonda e gerou controversas.
Leia mais:O Volta Redonda venceu o jogo por 1 a 0, mas o acesso ficou com o Paysandu, já que o Tricolor precisava da vitória por dois gols de diferença ou mais.
Entenda a cronologia dos fatos
- Aos 11 minutos e 10 segundos: Arthur, do Paysandu, comete falta em Douglas Skilo, recebe o amarelo e o jogo é paralisado.
- Aos 11 minutos e 47 segundos: Wilton Pereira Sampaio autoriza o quarto árbitro a conduzir substituições.
- Aos 12 minutos e 07 segundos: Princípio de tumulto próximo ao meio do campo envolvendo Robinho e jogadores do Volta Redonda.
- Aos 12 minutos e 29 segundos: Robinho cruza a linha do campo e sai do jogo. A numeração erguida na placa do quarto árbitro indica a substituição do camisa 30 (Nicolas Careca) para entrada do camisa 11 (Bruno Alves). Robinho passa pelo jogador de camisa 15 (Ronaldo Mendes), que o cumprimenta e entra em campo.
- Aos 12 minutos e 32 segundos: Wilson Pereira Sampaio sinaliza com cartão vermelho para Robinho, camisa 20.
- Aos 14 minutos e 07 segundos: arbitragem levanta a placa com a numeração da substituição do camisa 20 (Robinho) pelo camisa 15 (Ronaldo Mendes).
- Aos 14 minutos e 27 segundos: arbitragem levanta a placa com a numeração da substituição do camisa 30 (Nicolas Careca) para a entrada do camisa 15 (Ronaldo Mendes).
O que diz a súmula?
Wilton Pereira Sampaio relatou em súmula que a expulsão de Robinho aconteceu aos 13 minutos do segundo tempo por:
“Retardar excessivamente sua saída de campo, causando um princípio de tumulto com atletas adversários quando já se encontrava fora de campo de jogo após a sua substituição.”
Controversas entre a súmula e as imagens
As imagens mostram que o intervalo entre o momento em que Robinho cruza a linha de campo e o ato do cartão vermelho é de aproximadamente 3 segundos. Não é possível observar, através das imagens, qualquer tumulto durante essa fração de segundos. Um suposto tumulto acontece por volta dos 12 minutos e 7 segundos, com Robinho próximo ao meio campo, ainda sem ser substituído.
O árbitro, no entanto, relatou em súmula que o tumulto aconteceu “quando já se encontrava fora de campo de jogo após a sua substituição”. O que gera controversas com as imagens do jogo.
Confira a nota oficial do Volta Redonda
“O Volta Redonda Futebol Clube, inconformado com mais uma desastrosa atuação do Sr. Wilton Pereira Sampaio no jogo decisivo contra o Paysandu, pela 6ª rodada da fase final da Série C do Campeonato Brasileiro, vem prestar os seguintes esclarecimentos:
O Clube comunica que irá apresentar uma queixa formal à Confederação Brasileira de Futebol e solicitará, ainda hoje, ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva, a impugnação da partida por um erro de direito, que fez com que o Paysandu jogasse grande parte do segundo tempo com um jogador a mais em campo, haja vista a conduta que originou a expulsão do atleta adversário ter acontecido com o jogador ainda dentro do campo de jogo.
A conduta narrada na súmula de “retardar excessivamente sua saída de campo” aconteceu, por deduções óbvias, com o atleta ainda dentro de campo, obrigando uma punição imediata, antes de qualquer possibilidade de manobra de substituição, sob pena de caracterização de um claro erro de direito.
Tal atitude grotesca de permitir ao adversário continuar com 11 jogadores no campo de jogo por mais de 40 minutos, por uma conduta praticada com o atleta em campo, se torna extremamente relevante para o resultado final da partida.
De se lamentar ainda o oportunismo e desfaçatez no preenchimento da súmula, colocando que o atleta foi expulso um minuto após a sua substituição, quando na verdade não se passaram nem três segundos da saída do jogador do campo. O que aconteceu em três segundos que deu tempo de gerar tumulto e o árbitro tirar um cartão vermelho? É humanamente impossível isso acontecer em três segundos, tendo sido uma manobra sórdida para tentar justificar o injustificável.
Por fim, acreditamos muito no jogo limpo e no resultado conquistado dentro das quatro linhas, porém as regras básicas precisam ser respeitadas por questões de equidade, lisura e para que o resultado final seja obtido de forma que atenda todas as regras do jogo. Se você tiver que jogar com 10 jogadores e continuar jogando com 11 atletas por mais de 40 minutos, essas regras não foram respeitadas e é justamente corrigir isso que o Volta Redonda irá buscar.”
(Fonte:G1)