Já é quase meio de janeiro e recomeçam as preocupações financeiras de todo início de ano. Entre os vários gastos que o brasileiro médio terá que se submeter no começo de 2022, um deles “assombra” pais e mães de crianças e adolescentes: a compra dos materiais escolares para o ano letivo.
Como todos os setores da economia brasileira, a seção de produtos de papelaria também sofreu fortes reajustes, causados pela instável situação financeira do país e agravada pelos efeitos da pandemia do coronavírus, que pode ainda assim frustrar os planos de quem acredita voltar ao ensino presencial, uma vez que a variante Ômicron desponta como uma preocupação mundial mesmo depois do avanço das vacinas.
Em meio às incertezas e cálculos, os pais de Parauapebas seguem em busca de novas mochilas, estojos, conjuntos de lápis de cor e outros produtos a serem usados pelos filhos na volta às aulas. Mas segure o bolso antes de sair às compras: o Portal Correio de Carajás conversou com representantes do Procon, serviço de proteção ao consumidor em Parauapebas, para saber quais cuidados são necessários ao avaliar a lista de materiais.
Leia mais:Evellyn Moutinho, coordenadora geral do Procon, explicou que há dois fatores que tornam um item da lista de materiais, fornecida pelas instituições de ensino privadas, abusivo ao consumidor: este item ser um material de uso coletivo, a encargo de fornecimento da própria escola, e o uso desnecessário do material, como requerer um compasso na lista de materiais de crianças da Educação Infantil, por exemplo.
“Todo ano fazemos um trabalho de recomendação com as instituições educacionais sobre quais materiais podem ser solicitados e questões de reajuste, dando o aparato geral sobre como a legislação especifica”, explica Evellyn, afirmando que por conta do trabalho continuado ano após ano pelo Procon as escolas da cidade já se adequaram às recomendações, fazendo com que as reclamações sobre listas de materiais diminuíssem com o tempo.
Mas, ainda assim, a coordenadora conta que muitos pais endereçam reclamações, por e-mail ou presencialmente, ao Procon. “Itens de uso coletivo, como papel higiênico ou fita adesiva, são de responsabilidade da instituição de ensino enquanto prestadora de serviço, e de cara já são evidenciados quando recebemos reclamações sobre as listas”, disse Evellyn. Outro fator citado por ela é a quantidade de um material requisitado que, caso seja muito grande, também pode ser enquadrado como uso coletivo.
A coordenadora recomenda que instituições de ensino contextualizem o uso de materiais para evitar reclamações, explicando o tipo de atividade a ser desempenhado com um item que pode ser visto pelos pais como atípico para a lista.
No mais, Evellyn reitera que quaisquer dúvidas e reclamações endereçadas ao Procon Parauapebas serão atendidas pelo órgão entre 8h e 13h na sede, localizada na Rua Araguaia, nº 40, Bairro Rio Verde.
Os canais de atendimento remoto são o telefone (94) 3346 7252 e o e-mail procon@parauapebas.pa.gov.br. Ela também sugere que em caso de e-mail enviado seja anexada a lista de materiais, para aumentar a celeridade do atendimento.
PAPELARIAS
O período pré-início do ano letivo é sinônimo de boas vendas para papelarias, segmento que possui vasta maioria dos materiais solicitados pelas escolas. Em uma loja da Rua 14, Bairro União, Nayara Castro afirma que a volta às aulas é “bastante esperada” no estabelecimento em que é gerente. “Com a volta das aulas presenciais, se tornou um momento mais ainda esperado. O aumento nas vendas é notório”, disse Nayara.
Perguntada sobre os preços e como os consumidores têm lidado com os reajustes, ela declarou que até o momento eles “sempre pedem descontos e procuram os produtos mais em conta. As reclamações não são tantas, porém existe bastante comparação com os valores antigos”, diz ela, prevendo que os pais serão bem minuciosos nas pesquisas de preço em 2022.
Em outra papelaria, na Rua A, Bairro Cidade Nova, Max Roberto esteve com a esposa e as duas filhas, de nove e quatro anos, para fazer justamente a pesquisa de preço e tentar, assim, pagar mais barato nas duas listas recebidas. “Já passamos por três papelarias fazendo pesquisa de mercado, encontramos algumas mais em conta”, diz o engenheiro mecânico, também corroborando com o fato dos preços estarem mais elevados em relação à 2021.
Max se queixou da pouca disponibilidade dos livros de leitura obrigatória na Capital do Minério, afirmando que sempre necessita a adquiri-los pela internet. “Pediram cinco livros, não encontrei nenhum por aqui. Fiz o pedido e só vão chegar no final de fevereiro!”, disse o pai das duas meninas, que finalizou quase com um desabafo: “não vou deixar minhas filhas sem material, né? Vou ter que comprar”. (Juliano Corrêa)