Nesta quarta-feira (15), completaram-se seis anos da morte do tenente do Exército Brasileiro, Daniel Poczwardowski, durante um treinamento no 52º Batalhão Logístico de Selva (BIS) em Marabá. E na semana passada aconteceu audiência na Justiça Militar, que confirmou que a morte do militar teve com causa indeterminada, de modo que ninguém deve responder pelo falecimento do oficial. O resultado revoltou a viúva de Poczwardowski, Irla Oliveira.
Em uma live no Instagram, ela desabafou sobre o verdadeiro pesadelo que vem passando junto com sua família desde aquele fatídico 15 de maio de 2017.
Na live, ela lembra que dois anos após a morte de seu marido foi concluído o inquérito policial militar que apurava o caso. A resposta na época era de que havia indícios de imprudência, imperícia e negligência.
Leia mais:Ele foi levado a exaustão física e desidratação profunda durante o treinamento de caçador. Foi uma situação muito mal explicada até hoje, pois Daniel tinha 29 anos e era muito saudável. Quem o conhecia atestava que ele era muito saudável, mas o laudo de sua morte foi como causa indeterminada.
“Não saber do que a pessoa morreu, dói, mas você saber e as pessoas mentirem sobre isso, dói muito”, denuncia, acrescentando que o curso tinha 18 participantes, dos quais três passaram mal e foram socorridos, um deles foi achado convulsionando, deu entrada no hospital, ficou mais de mês na UTI. Mas Daniel Poczwardowski não teve nem essa chance.
Ele sofreu rabdomiólise, que é uma desidratação profunda, que destrói os tecidos musculares. Ele foi encontrado já sem vida.
E embora o IPM tenha concluído que houve negligência por parte de dois militares, o instrutor do curso e o instrutor da caçada, eles não foram incriminados justamente porque a causa da morte foi “indeterminada”.
É justamente aí que Irla vê uma grande contradição, pois os outros militares que também passaram mal com os mesmos sintomas de seu marido foram diagnosticados com desidratação. Por que apenas no caso de Poczwardowski não há informação sobre o que aconteceu. Ela classificou tudo isso como uma “grande mentira”.
Durante a live, a viúva do militar exibiu áudios trocados entre militares que acompanharam o curso, os quais revelaram que os participantes do curso estavam sendo submetidos a exercícios pesados.
Eles eram obrigados a dar várias voltas ao r3edor do quartel usando a chamada roupa Ghillie (que é uma camuflagem pesada), além de mochila e fuzil, inclusive na hora de ir pro rancho almoçar, o que acabou levando alguns deles a exaustão. “Só podia dar nessas m…”, disse um dos militares.
Outro militar observa que o curso era pra ser técnico, mas ao invés disso foi “só judiação” e ele ainda não aprendeu nada, além de perder uns 5 quilos e ficar com o corpo bastante inchado.
“Houve crime militar, o inquérito concluiu que houve crime militar sim, eu não estou inventando… Meu marido não foi socorrido. Ele não teve o mínimo de chance de sobreviver”, desabafou, ao acrescentar: “Eu não vou aceitar essa injustiça”, ao criticar os instrutores do curso. (Da Redação)