📅 Publicado em 14/07/2025 18h16
No Concurso Nacional de Quadrilhas 2025, a Eita Junino, de Roraima, brilhou com uma apresentação que uniu fé, arte e grandiosidade, garantindo o título de campeã da temporada. A junina, que homenageou Nossa Senhora de Nazaré com uma coreografia repleta de tradição e emoção, conquistou também o reconhecimento de melhor marcador — título compartilhado com a Raio de Sol, de Pernambuco. Esta última encantou a arena e ficou com o 2º lugar, exibindo um espetáculo que mesclou passos tradicionais e inovação, hipnotizando o público com seu casal de noivos e sua expressiva coreografia.

Completando o pódio, o Arraiá Zé Testinha, do Ceará, garantiu o 3º lugar, enquanto a Fogo no Rabo, do Pará, ficou em 4º, confirmando a força das quadrilhas do Norte e Nordeste na competição. Já a Arrastão do Amor, também do Pará, fechou sua participação na 13ª posição. Entre performances marcantes e disputas acirradas, a edição deste ano consolidou a riqueza cultural e a potência criativa das quadrilhas brasileiras, emocionando a Cidade Junina de Canaã dos Carajás.
Cenário, fé e suor: o espetáculo que tocou a arena
Esculpir a imagem de Nossa Senhora de Nazaré e cobri-la com seu manto sagrado era a missão de Antonio e Clara, noivos da Eita Junino, de Roraima. O casal executou o compromisso com excelência e, na arena do Concurso Nacional de Quadrilhas, a junina se fez campeã.


O espetáculo, em toda sua glória, foi apresentado pouco depois das 23h de domingo (13), em Canaã dos Carajás. Com o tema “A arte de quem vive da fé” e 50 pares, a Eita mesclou o tradicional em uma coreografia que não perde em nada para os musicais da Broadway. Foi dessa entrega que o público viu surgir na arena a história do artesão que se apaixona pela turista.
Para arrebatar o show, um cenário que pretendia rasgar o céu do quadrilhódromo, de tão altas que eram suas peças. As estruturas vieram em caminhões, saídas de Roraima, e foram remontadas com maestria em Canaã.

Mas a dedicação da Eita Junino não parou por aí. Sabendo que não teria, em terras paraenses, a força de sua torcida, a quadrilha entrou em contato com outras do município. Assim, criou uma torcida local fervorosa, equipada com camisas e outros apetrechos usados em momentos-chave da apresentação.
Ainda que a exuberância da coreografia, a beleza dos figurinos e a rica expressão corporal dos brincantes tenham fascinado a plateia, foi a homenagem a Nossa Senhora de Nazaré que desarmou o público e o fez vibrar.
Ao encerrar seu ato estonteante com um terço humano desenhado no chão da arena, a Eita Junino arrancou aplausos ensandecidos e lágrimas da plateia. Naquele momento, o grito profético de “É campeã!” ecoou por toda a Cidade Junina e, às 5h da manhã, a bênção de Nazinha caiu sobre a junina, coroando-a campeã da temporada.

Raio de Sol encanta com poesia e dança
Ao apresentar uma verdadeira poesia em forma de quadrilha, a Raio de Sol foi enaltecida com o 2º lugar do concurso. A junina pernambucana levou o reizado para a arena, impressionou com seus efeitos visuais criados com o próprio corpo e hipnotizou o público com seu casal de noivos: Leila Nascimento e Pedro Pimentel.

Toda a potência emocional provocada pelo espetáculo da Raio de Sol é encontrada nas nuances da coreografia criada por Leila. Ela bebe na rica cultura de Pernambuco e mistura passos tradicionais de quadrilha com outros mais inovadores. Tamanha potência criativa moldou um balanço no meio da arena, feito apenas de elementos humanos.

Durante mais de 20 minutos, a Raio de Sol fascinou o público. Mas, na última música de sua exibição arrebatadora, o som falhou. Quando parecia que a junina sairia da arena sem a sua apoteose, Pedro puxou as palmas e a canção à capela, sendo seguido pelos demais brincantes. Leila, ao perceber que a quadrilha ainda estava dentro dos cinco minutos finais do tempo total de apresentação, pediu que a música fosse colocada desde o início.

O momento de aflição foi, aos poucos, sendo apaziguado pela plateia. Quem estava nas arquibancadas apadrinhou a Raio e, ao gritar “Por que parou? Parou por quê?”, indiretamente exigiu que o problema do som fosse resolvido para que a junina encerrasse seu espetáculo.

Quando a música voltou, a Raio de Sol entregou, de coração aberto, o encerramento mais belo de sua temporada. Os brincantes deixaram a arena vertendo lágrimas de gratidão.
Horas depois, o sorriso iluminou a junina pernambucana quando foi anunciado que era dela o troféu de 2º lugar no Nacional de Quadrilhas 2025.

CLASSIFICAÇÃO GERAL:
1º Eita Junino (RR)
2º Raio de Sol (PE)
3º Arraiá do Zé Testinha (CE)
4º Fogo no Rabo (PA)
5º Moleka 100 Vergonha (PB)
6º Balancê do Cerrado (GO)
7º Explosão Estrelar (PI)
8º Arroxa o Nó (DF)
9º Explosão do Amor Caipira (TO)
10º Arraiá Padre Piná (RN)
11º Unidos em Asa Branca (SE)
12º Estrela do Norte (AP)
13º Arrastão do Amor (PA)
14º Grupo Os de Fora (MT)
15º Matutos da Roça (AC)
16º Junina Girassol (RO)
17º Feijão Queimado (MG)
18º Explode Coração (MA)