Quem foi ao estádio Zinho Oliveira, na tarde/noite de sábado (13), viu um Águia bem diferente daquele que se tornou campeão paraense e 2023. Mas é nítido que o atual time, agora sob o comando de Rafael Jacques, é tão ou mais competitivo do que aquele Águia do ano passado. A vitória aos 52 minutos do segundo tempo, com gol do lateral Bruno Limão, mostrou que o time jogou como campeão, fazendo valer seu poderio ofensivo e seu mando de campo. Com isso, o Águia levantou a primeira taça do ano, a de vencedor da Super Copa Grão Pará.
E, ao final da partida, o técnico enalteceu as qualidades do time: “Persistência, perseverança, resiliência e equilíbrio. A nossa equipe foi equilibrada do início ao fim”.
De fato, o Águia jogou como um time maduro, sem se deixar levar pela ansiedade, já que o gol parecia maduro, mas a bola esbarrava sempre no goleiro Matheus Poletine, do Canaã. O jogador recém contratado do Sampaio Corrêa (MA), foi um monstro. Talvez o melhor em campo. Fez pelo menos duas defesas cara a cara.
Leia mais:O Águia manteve seu esquema com laterais subindo bastante, mas sendo sempre auxiliados pelos jogadores de lado, além de um volante fixo (o excelente Júnior Dindê), um segundo volante que saía mais para o jogo, uma meia armador e Aleílson n frente. Tudo isso sem contar com a segurança de sua dupla de zaga. Foi difícil para o Canaã, que se defendeu bem, mas praticamente no último lance do jogo tomou o castigo.
Outro ponto positivo é que todos os cinco jogadores que entraram na segunda etapa foram muito bem. Rafael Jacques fez quatro mexidas por opção e uma por lesão, já que o zagueiro David Cruz saiu machucado e teve de ser substituído por Caíque Baiano, que entrou muitíssimo bem.
Foi um belo começo, com direito a taça no final, mas foi apenas isso: um começo, pois sábado (20) que vem já tem mais: novamente no Zinho Oliveira o Águia vai enfrentar a Tuna-Luso na estreia do Parazão 2024. A missão do time marabaense é defender o título de campeão paraense.
Para isso, os jogadores já estão focados. Em entrevista à TV Correio (SBT), nesta segunda-feira (15), o capitão do time, zagueiro Betão, disse que depois da conquista de sábado, o elenco já se fechou novamente e os trabalhos foram retomados em ritmo forte para que a equipe mantenha a mesma pegada.
Embora o elenco e a comissão técnica tenham uma semana cheia para se preparar para a estreia, na semana seguinte haverá uma pequena maratona. Serão três jogos em oito dias: Dia 20, às 16h30, recebe a Tuna, depois viaja até Paragominas e enfrenta o Tapajós, na terça-feira (23), às 20h, e no dia 27 recebe “só” o Paysandu, às 17h.
Lições para o Canaã
Ao final da partida no Estádio Zinho Oliveira, com a vitória do Águia sobre o Canaã, os jogadores do time visitante nas entrevistas já deixaram claro que precisam tirar valiosas lições da derrota. “Focar no que acertamos e consertar oque erramos”, afirmou o goleiro Mateus Paletine. “Não temos tempo para lamentar”, observou o volante Balão Marabá.
Uma coisa é certa: o Canaã tem goleiro! Paletine só não conseguiu evitar o gol do Águia porque já estava caído depois de defender uma cabeceada de Kaíque, com ajuda do travessão.
Outra certeza é de que o time tem um sistema defensivo que parece sólido; uma boa saída de bola com o excelente Balão Marabá, embora o volante de 36 anos não tenha fôlego pra manter o ritmo 90 minutos. Há também a consistência do outro volante, Hatos.
Mas, pelo menos na partida de sábado, a parte criativa do Canaã não funcionou muito bem. O time tem jogadores rápidos que se movimentam bastante, mas não apareceu ninguém com características de um meia criador. Prova disso é que algumas vezes o centroavante Paulo Rangel teve de descer para a meia, na tentativa de armar o jogo.
Essa é uma falha que o outro representante do sudeste do Pará precisa consertar pra ontem, ou pelo menos até domingo, dia 21, quando enfrentará ninguém menos do que o Clube do Remo, em Belém.
(Chagas Filho)