Há quem diga que “ano novo, vida nova”, entretanto, para muitas mulheres, essa máxima não é uma realidade. Os dados de violência doméstica registrados no último final de semana de 2023 e no primeiro dia de 2024 mostram que, ainda que não sejam o sexo frágil, as mulheres seguem sendo fragilizadas ao serem agredidas por companheiros.
Em Marabá, entre 29, 30 e 31 de dezembro de 2023 (sexta-feira, sábado e domingo, respectivamente) e o primeiro dia de 2024, segunda-feira, pelo menos quatro casos de violência doméstica contra a mulher foram registrados. Os números retratam um cenário assustador vivenciado por milhares de brasileiras, dia após dia.
Uma pesquisa do DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, realizada em 2023 e divulgada no mês de setembro, apontou que três a cada dez brasileiras já sofreram violência doméstica provocada por homens. É sabido que em inúmeros casos essa agressão não acontece uma única vez, mas de forma recorrente. Nem mesmo as medidas protetivas garantem a segurança da vítima.
Leia mais:É o caso de umas das ocorrências registradas em Marabá no primeiro dia do ano. Uma moradora da Nova Marabá foi até a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM) alegando ter sido agredida pelo ex-companheiro com socos e chutes. Essa não foi a primeira agressão e tão pouco a primeira vez que uma medida protetiva existente contra ele foi descumprida. Agora, o caso segue sob responsabilidade da justiça.
Outras três mulheres denunciaram para a DEAM e para a Polícia Militar terem sido agredidas fisicamente por homens com quem, no passado e no presente, já se relacionaram romanticamente.
Tentativas de atropelamento, facadas, socos e chutes são algumas das violências relatadas pelas vítimas. Curiosamente, não há informações de que os suspeitos estavam embriagados durante as ações.
A embriaguez de agressores é um fator bastante comum nesse tipo de relato. A bebida alcoólica também é conhecida como um recurso que acentua o instinto violento em algumas pessoas.
Casos desse tipo de violência doméstica são noticiados com frequência pelo Correio de Carajás, principalmente às segundas-feiras, pois é no final de semana que essas situações são registradas em maior número.
Seja pelo fato de agressores e vítimas passarem mais tempo juntos, seja pela ingestão de bebida alcoólica por parte do homem, sábado e domingo são os dias mais propensos à violência doméstica.
O início de um novo ano, celebrado por muitos como um momento de esperanças renovadas, foi sinônimo de dor e sofrimento não só para as quatro marabaenses, mas para milhares de mulheres em todo o País.
DENUNCIE
DEAM Marabá – Av. Espírito Santo, 98, bairro Amapá.
Patrulha Maria da Penha (GMM/PM) – 94 98801-9879.
Polícia Militar – 190 (em caso flagrante).
Atendimento psicológico – CRAM: Folha 32, Quadra 08, Lote 07, Nova Marabá.
(Luciana Araújo)