Correio de Carajás

Violência contra a mulher é tema de palestra em empresa de Marabá

Em alusão ao ‘Agosto Lilás’, a palestra de conscientização levou informação sobre o combate à violência doméstica/Fotos: Divulgação

O ‘Agosto Lilás’ é o mês de conscientização e combate à violência doméstica contra a mulher. Em Marabá, ações educativas estão sendo realizadas em alusão a esta pauta, como a que aconteceu na manhã desta quarta-feira, 16, no pátio da mineradora Vale, nesta cidade.

A Patrulha Maria da Penha, em Marabá, braço da Guarda Municipal (GMM), realizou uma palestra direcionada aos colaboradores da empresa e das terceirizadas, um público que somou aproximadamente 60 pessoas. A temática abordada foi sobre prevenção e combate à violência doméstica, além de levar conhecimento sobre a Lei Maria da Penha.

A palestra foi mobilizada a pela Lokar, empresa prestadora de serviço para a Vale no ramo de locação de veículos, tendo à frente Rogélia Vieira, de saúde e segurança do trabalho, e James Oliveira, preposto do contrato com a Vale. “Nós sabemos que no dia a dia de muitas mulheres, há uma realidade de abusos que precisam ser rompidos. Elas precisam conhecer os canais de denúncias para que esse ciclo seja quebrado”, destaca Rogélia.

Leia mais:
Cerca de 60 colaboradores da mineradora Vale e terceirizadas participaram da palestra

Roberto Lemos, inspetor da GMM e coordenador da Patrulha, frisa que ações como esta são imprescindíveis para que mulheres se informem sobre seus direitos. Este também é um momento para que os homens entendam quais ações configuram violência doméstica (que não é só física, mas diversas outras).

Na ocasião, foi discorrido, ainda, sobre a rede de proteção que existe em Marabá e suas várias ramificações. A Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), o Parápaz, Centro de Referência no Atendimento à Mulher (Cram) e entidades não governamentais foram citadas.

A palestra abordou outra importante temática: o ciclo da violência doméstica. Momento oportuno para que fosse elucidado que muitas mulheres não conseguem sair dessa realidade, devido à dependência emocional e financeira que vivenciam em relação aos seus parceiros.

TIPOS DE VIOLÊNCIA

A Lei Maria da Penha (11.340) prevê no capítulo II, art. 7º, incisos I, II, III, IV e V, os cinco tipos de violência contra a mulher. O Instituto Maria da Penha dá detalhes essas classificações:

A violência física, que é entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher.

Violência psicológica, considerada qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões.

Violência sexual, trata de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força.

Violência patrimonial, que é entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades.

E a violência moral, considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

Conheça os canais e locais de atendimento às mulheres vítimas de violência

CICLO DE VIOLÊNCIA

O Instituto Maria da Penha também detalha sobre o ciclo de violência vivenciado pela mulher:

Aumento da tensão, momento em que o agressor se mostra tenso e irritado por coisas insignificantes, chegando a ter acessos de raiva. Ele também humilha a vítima, faz ameaças e destrói objetos.

Ato de violência, corresponde à explosão do agressor, ou seja, a falta de controle chega ao limite e leva ao ato violento. Aqui, toda a tensão acumulada na Fase 1 se materializa em violência verbal, física, psicológica, moral ou patrimonial.

Arrependimento e comportamento carinhoso, também é conhecido como “lua de mel”. Esta fase se caracteriza pelo arrependimento do agressor, que se torna amável para conseguir a reconciliação. A mulher se sente confusa e pressionada a manter o seu relacionamento diante da sociedade, sobretudo quando o casal tem filhos. Em outras palavras: ela abre mão de seus direitos e recursos, enquanto ele diz que “vai mudar”. (Luciana Araújo)