Em mais um capítulo de disputa que demandou até a presença da Polícia Militar no último dia 8 no Condomínio Caju, antiga vila dos funcionários da Cosipar, os advogados dos moradores, Cláudia de Souza Vieira e Alan do Souza Vieira, emitiram nota pública em que promovem graves acusações. Eles dizem que entre os homens enviados pela empresa Weysfield & Mendes Ltda. para construir uma cerca que dividiria a área, havia pessoas armadas, o que colocava em risco e ameaçava a segurança das 15 famílias que residem no local.
A área é alvo de demanda judicial entre essas 15 famílias, todas de ex-funcionários da extinta Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar), e a Weysfield & Mendes que teria adquirido o terreno da antiga indústria. Ocorre, que antes da resolução do imbróglio na Justiça, esta segunda empresa, que é uma construtora e incorporadora, sonha em dar andamento em seus projetos, considerando que as residências só ocupariam 25% da área.
A construção de uma cerca dividindo a área vazia do restante do terreno gerou um bate-boca generalizado, a presença de advogados da empresa e também o acionamento de uma viatura da Polícia Militar. O Correio de Carajás também esteve por lá no dia 8, e ouviu os dois lados. Já no dia final do dia 9, os advogados Cláudia de Souza Vieira e Alan de Souza Vieira, que representam as famílias, emitiram a nota pública em que promovem as acusações.
Leia mais:Eles chamam a ocorrência de “tentativa de invasão” e complementam: “Ocorre que os representantes da empresa, por não conseguirem na Justiça a imissão de posse na área, querem fazer por conta própria usando de violência. Uma verdadeira afronta à justiça! As ameaças e o desrespeito a uma ordem judicial foram registradas pelas famílias na delegacia de polícia civil. Esperamos que os responsáveis sejam investigados. Os fatos serão também protocolados perante o juiz que preside o processo com pedidos de providências. Esperamos que as decisões da justiça sejam respeitadas!”.
Por se tratar de denúncia grave, o Correio de Carajás contatou por telefone, mais uma vez, a advogada Cláudia de Souza Vieira e questionou a ela se os seus clientes sabem identificar os homens que estariam armados na ocasião e qual o tipo de armamento. Ela respondeu que os mesmos não conhecem os agressores pelos nomes, mas que certamente os reconheceriam. Disse, ainda, que os moradores foram orientados a registrar ocorrência do fato.
“Entre as inverdades ditas pelo grupo que tentou invadir o local pelo uso da violência é que tinham conseguido o direito de passagem para uma área dos fundos do condomínio. Na verdade, o pedido foi feito, mas o juiz sequer o analisou”, diz outro trecho da nota.
OUTRO LADO
O portal também contatou por telefone mais uma vez o advogado Félix Marinho, um dos representantes da Weysfield & Mendes, e ele negou com veemência que as pessoas enviadas pela empresa estivessem armadas. Admitiu, no entanto, que entre os homens havia dois seguranças, mas defende que a tarefa dos mesmos era apenas de observar e garantir a integridade dos operários sem uso da força ou porte de armas.
Também argumentou que se tal situação – o porte de armas – estivesse ocorrendo naquele momento, no dia 8, os policiais militares que atenderam a ocorrência teriam recebido alguma queixa nesse sentido ou teriam realizado revistas nas pessoas envolvidas. (Da Redação)