Correio de Carajás

Vila Carimã se manifesta por caos no transporte escolar e falta de água

Reforma dos prédios e a contratação de monitores também foram pautas da manifestação

Uma manifestação foi registrada na manhã nesta terça-feira (2), na Vila Carimã, revelou a insatisfação da comunidade com o caos que tem enfrentado com a situação das estradas, do transporte escolar e demais serviços essenciais. A região é conhecida como “Contestado”, já que faz parte do município de Marabá, mas está localizada mais próxima a Parauapebas.

Em entrevista à reportagem, a professora Juracir Alves Vieira, diretora das escolas de educação infantil e fundamental Pedro Vale e Casa Branca, explicou que no acordo entre os dois municípios Parauapebas mantém o transporte escolar, as estradas e postos de saúde, além de pagar alguns servidores, enquanto Marabá fica responsável pelo pagamento dos professores e dá apoio pedagógico e logístico. A parceria existe desde 2005.

A situação dos ônibus é precária

No entanto, a comunidade aguarda uma reforma promovida pela Secretaria Municipal de Educação de Marabá, que promete, inclusive, uma quadra poliesportiva. Enquanto espera, a própria comunidade precisou levantar um muro na escola. A questão principal, segundo foi passado, são as estradas, já que algumas vicinais estão intrafegáveis, deixando a população ilhada há uma semana devido às chuvas.

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Os manifestantes alegam que só abrirão a via quando representantes do Poder Público se dirigirem ao local

A falta de manutenção dos ônibus escolares e idade avançada também são um problema, pois apenas dois de cinco ônibus estão operacionais, impedindo que os estudantes tenham acesso ao transporte necessário para chegar à escola. A situação afeta especialmente as crianças que residem mais distantes das escolas. Segundo relatado, algumas delas chegam a morar há 25 quilômetros de distância.

Além disso, os manifestantes reivindicaram a contratação de monitoras para os ônibus, com ênfase nas crianças mais novas e aquelas que precisam de atenção especial. A falta de infraestrutura e de serviços básicos está levando a uma situação insustentável, impedindo que as crianças cheguem à escola e tenham acesso à educação.

Tatiana Oliveira, representante da Comunidade Ana Karina, próxima à Vila Carimã, declarou que a população está desesperada com a situação e que ela própria foi afetada pela falta de transporte escolar. “Tem dias que, se chover, o ônibus não vai buscar meus filhos lá na roça e, por isso, tive que vir morar aqui na vila.”

Estudantes e professores tem que lidar com a falta de manutenção da escola e do transporte

Jackson Silva, outro manifestante, falou sobre a situação caótica do transporte escolar e das estradas. Segundo ele, os ônibus já estão precários e os alunos ficam até três vezes por semana sem aula, já que não tem como os veículos, que são ruins, trafegarem pelas estradas. Segundo relatou, as máquinas para arrumar as vias já estão na região há mais de cinco meses, mas nada é feito em relação à situação.

Além disso, a questão da água também preocupa a população. “Aqui a situação já está muito crítica. Já tem dois ou três anos que saiu esse documento autorizando cavar o posto artesiano, já que o que está na Vila não é suficiente”, afirmou Jackson.

A comunidade, em protesto, fechou uma das vias que dá acesso à Vila

RESPOSTA

A Prefeitura de Parauapebas foi procurada pela reportagem para se posicionar em relação às reclamações da comunidade e emitiu uma nota em relação ao Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP). Leia na íntegra a seguir:

“O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas esclarece que o abastecimento de água na vila Carimã, região do Contestado, ocorre por meio de poço, que conta com dois servidores para realizarem as operações no local.

A vila é atendida pelo SAAEP por meio de um termo de cooperação técnica entre os municípios de Parauapebas e Marabá, onde cabe a Parauapebas fornecer água e a Marabá realizar as extensões de rede.

Em breve as equipes de cadastro da autarquia estarão na região registrando os imóveis para que os moradores tenham a situação regularizada junto ao SAAEP.

Sobre a manutenção da caixa d’água da escola, ela é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação.”

 

Uma reunião entre manifestantes e a Prefeitura foi realizada na tarde dessa quarta-feira (3) e uma nota foi emitida sobre a situação dos moradores da Vila Carimã.

 

“NOTA DE ESCLARECIMENTO

Representantes da gestão municipal se reuniram com os moradores da Vila Carimã, no início da tarde desta quarta-feira, dia 3, para tratar a pauta de reivindicação que abrange assuntos como: infraestrutura, educação, saúde e abastecimento de água.

Sobre as estradas rurais, a prefeitura informa que os serviços de infraestrutura estão sendo executados há mais de 30 dias na Vila Carimã e região, priorizando as rotas escolares. Ressalta-se que parte das áreas que estão recebendo os serviços de recuperação e manutenção não está dentro do município de Parauapebas, pertencendo, assim, ao município de Marabá.

Na área da saúde, a gestão destaca que realiza a manutenção periódica no veículo quem atende os moradores e também garante o abastecimento.
E ainda que em breve fará um novo processo de ambulâncias 4×4 para atender melhor a comunidade da zona rural.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas assegurou que por decisão judicial não pode realizar novas contratações, demanda reivindicada pelos moradores. Sobre a perfuração de novos poços, a autarquia vai retomar a atividade em julho e informa que instalará uma caixa d’água na comunidade, assim que for concluído o processo licitatório.

Em relação ao transporte escolar, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) esclarece que cinco ônibus atendem os estudantes da Vila Carimã e proximidades, destes, apenas um está em manutenção. Vale destacar que os ônibus destinados ao transporte escolar da comunidade passam por manutenção constantemente e estão em boas condições de uso.

Assessoria de Comunicação
Prefeitura de Parauapebas”

 

Matéria atualizada às 11h05 de quinta-feira, 4 de maio de 2023.

 

(Clein Ferreira – com informações de Ronaldo Modesto)