Correio de Carajás

Vereadores defendem na Alepa que sede da Uesspa seja em Marabá

Pauta é importante para o fortalecimento do ensino nas regiões sul e sudeste do Pará, gerando desenvolvimento em todos os níveis

Ilker Moraes, presidente da Câmara, defendeu na Alepa que a sede da Uesspa seja instalada em Marabá/ Fotos: Leon Ramirez/Ascom CMM

Na manhã desta sexta-feira (30), um grupo de vereadores da Câmara Municipal de Marabá esteve presente no auditório João Batista, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa), participando de sessão especial para debater a criação da UESSPA (Universidade Estadual do Sul e Sudeste do Pará).

Pela Câmara de Marabá, participaram os vereadores Ilker Moraes (presidente), Marcelo Alves e Vanda Américo.

O evento foi uma proposição do deputado estadual Aveilton Souza (PSD) e contou com a participação de acadêmicos, professores, representantes da UEPA, vereadores e o grupo pró-UESSPA. A pauta é importante para o fortalecimento do ensino nas regiões sul e sudeste do Pará, visando promover o desenvolvimento humano, social e econômico da região.

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O deputado Aveilton argumentou a necessidade de se tratar de um tema tão importante que é a criação de uma nova universidade estadual. Para ele, é preciso união para a conclusão do projeto de criação e a instalação da Uesspa. “Nosso intuito é unir toda a classe política, técnica, estudantil, setor empresarial, pois estamos todos na mesma luta”, destacou.

Aveilton lembrou, ainda, que o movimento acontece com foco nos estudantes. “Precisamos garantir uma melhor qualidade de ensino e de forma mais inclusiva, para quem está cursando ou irá ingressar na Universidade no Sul e Sudeste do Pará”.

O parlamentar se mostrou otimista com a criação da instituição de ensino para contribuir com o desenvolvimento de toda a região do Carajás, com maior investimento na formação educacional para a população e melhorando a economia, gerando oportunidades para os jovens dos municípios com formação superior.

Dirceu falou da importância da criação da universidade para atendimento de toda uma região, fazendo com que o sistema educacional avance na localidade.

O também deputado Dirceu ten Caten lembrou a luta popular para a criação da Unifesspa, a qual está se fortalecendo com pouco mais de 10 anos de existência e prevê que o mesmo caminho deve seguir com a Uesspa.

O atual reitor da Uepa (Universidade do Estado do Pará), Clay Anderson Nunes Chagas, que está no cargo desde 2021, alertou na audiência sobre a fragmentação do Estado sobre o projeto educacional. “Sabemos que isso acontece porque as pessoas não veem pertencimento nas instituições locais. Precisamos lutar pelo fortalecimento político, econômico e educacional aonde essas instituições se estabelecem, com a criação de novas universidades no sul e sudeste e no oeste do Pará”.

Clay explicou que os estados do Ceará e Maranhão possuem mais universidades estaduais que o Pará. “É necessário iniciar um processo de criação de universidades por desmembramento. Não adianta só criar, é preciso ter condições de manutenção”.

O reitor sustentou que estão sendo criadas as coordenações gerais, com representantes de comissões locais de trabalho, que estão em fase final para apresentação de um relatório sobre um estudo da situação para a criação.

O reitor pediu ajuda à Alepa para um indicativo na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para a criação de universalidades, porque este processo dará autonomia e orçamento próprio para essas novas instituições.

Por fim, sugeriu ainda que o parlamento das cidades que tem representatividade da universidade, dialogue sobre o dilema do local da sede, que atualmente gira em torno de Marabá e Parauapebas. “Tenho certeza de que essas duas universidades vão sair. A Alepa quer, o governador também, sociedade e a UEPA também. Teremos três reitores para lutar pelo ensino superior no Estado”, encerrou.

O presidente da Câmara Municipal de Marabá, Ilker Moraes, falou em nome do Parlamento Municipal e disse que o referido debate interessa muito a Marabá e a seu povo, em função do desenvolvimento da educação superior na região, visando melhorar a oferta e qualidade dos cursos na região. “Esse debate iniciamos lá atrás, em 2023. A gente precisa que se acelere o processo. A discussão sobre a LDO é importante para que se garanta este ano a criação da universidade”, disse o presidente.

Ilker revelou aos presentes que o debate começou em Marabá, com reuniões na sede da UEPA, depois a realização de uma audiência pública e a sociedade abraçou, com mais de 100 entidades que assinam o movimento pró-Uesspa. “Se olharmos da lógica do histórico universitário, logístico, acadêmico, corpo de professores, podemos ver que há muitos argumentos para que a sede seja em Marabá”, argumentou Moraes.

Em sua visão, o governador Helder Barbalho tem a oportunidade de reescrever a história e fazer justiça social com o município de Marabá. Ele também mostrou a necessidade de união dos parlamentos municipais, junto com deputados e sociedade civil organizada para lutar pela causa. “Este é o momento de união para ajudar o ensino superior da região e do nosso Estado”, finalizou.

Felipe Castro, um dos líderes do movimento pró-Uesspa, estudante de medicina e representante dos centros acadêmicos, disse que a luta é por valorização histórica para que os acadêmicos da região possam ter cursos com mais qualidade. “A criação dessa universidade regional serve como um reparo histórico da região que ficou aquém do desenvolvimento econômico e educacional também. Temos núcleos da UEPA só em cinco municípios do sul e sudeste do Pará, e com a criação da Uesspa irá melhorar o acesso ao ensino superior em toda a região”, prevê.

Acadêmicos também se manifestaram sobre a necessidade de fortalecer o ensino superior

Castro opinou que a sede da nova universidade deve ser Marabá, porque já abriga diversas universidades, inclusive o núcleo da própria UEPA, além de um grande centro acadêmico, com maior infraestrutura educacional.