Preocupados com os últimos acontecimentos de rompimento de barragens em operações de mineração da Vale no Estado de Minas Gerais, 14 vereadores e dois engenheiros foram conhecer a situação da barragem de rejeitos e a estrutura de construção para armazenamento de resíduos de mineração do Projeto Salobo, exploração de mineração de controle da Vale, situada no município de Marabá, que produz concentrado de cobre. A visita aconteceu nesta segunda-feira, dia 25 de março.
Após uma viagem de quase 5 horas, os vereadores receberam informações sobre o funcionamento e monitoramento da barragem, em uma reunião prévia ocorrida no chamado platô administrativo das operações do projeto.
Em uma sala de reuniões, o engenheiro de minas, Cleiber Rezende, explicou, de forma didática e simplificada, todo o processo de produção e descarte de rejeitos do empreendimento. Ele frisou que a barragem de rejeitos do projeto foi concebida para durar até o fim da exploração da mina, que tem previsão de operação até 2052.
Leia mais:Cleiber ainda explicou que o método utilizado de construção da barragem do Salobo é a jusante, diferente, por exemplo, dos casos de Mariana e Brumadinho, que eram a montante.
O engenheiro observou que o monitoramento e fiscalização da barragem de rejeitos é feito diuturnamente e de forma rígida pela Vale, com auditoria e inspeções realizadas, também, por empresas terceirizadas e órgãos de controle, como IBAMA, ICMBio, SEMAS, BVC – Bureau Veritas, entre outras.
Os vereadores questionaram qual o procedimento adotado pela empresa em caso de acidente ou de algum tipo de problema que venha a ocorrer na contenção dos rejeitos. Cleiber explicou que existe um Plano de Ação de Emergência de Barragem de Mineração, onde a operação identifica qualquer problema com o comprometimento de segurança da estrutura, faz sinalizações para tomada das devidas precauções.
Ele também detalhou que existem três tipos de níveis de emergência, e já no nível 2 é sinalizado o estágio de alerta, mesmo que ainda não haja perigo iminente de rompimento. Assim, todos os funcionários e colaboradores do projeto são retirados da área de impacto próxima da barragem.
Os vereadores também perguntaram qual a classificação de risco da Barragem do Salobo e o tempo estimado para que se retire todas as pessoas da área de impacto de um possível acidente. Rezende alegou que o risco de rompimento é baixo, porém, o dano potencial associado é de alto risco, que é o que mede o impacto nas perdas de vidas humanas, danos sociais, econômicos e ambientais na hipótese de rompimento. Já sobre o tempo estimado para evacuação da área afetada é de 10 minutos, de acordo com a última simulação feita em dezembro de 2018.
Os vereadores também tiveram a preocupação de verificar a barragem propriamente dita, foram até o local e obtiveram maiores informações sobre o trabalho inspeção realizado pelos órgãos ambientais e de controle da atividade mineral.
A comitiva foi formada pelos vereadores Ilker Moraes, Gílson Dias, Nonato Dourado, Ray Athie, Cristina Mutran, Edinaldo Machado, Morivaldo Marçal, Frank Varão, Priscila Veloso, Irismar Melo, Pastor Ronisteu Araújo, Mariozan Quintão, Alecio Stringari e Badeco do Gérson; além dos engenheiros Rômulo Damasceno da Silva e Charles Augusto dos Santos. (Da redação)