Debaixo de bombardeios da população, que reclama das faturas de energia consideradas abusivas, a Celpa foi alvo também de manifestação contrária na Câmara Municipal de Parauapebas (CMP). Aproveitando o movimento popular contra a empresa, o vereador Marcelo Parcerinho (PSC) propôs ao prefeito Darci Lermen (MDB), por meio da Indicação n° 363/2018, a criação de um setor com capacidade profissional e tecnológica para fiscalizar e aferir os relógios de medição de energia elétrica da Celpa.
Segundo o vereador, isso seria importante para produzir contraprova aos relatórios da concessionária, a fim de sanar eventuais dúvidas do consumidor. “A Celpa tem ocupado o topo das reclamações por parte dos consumidores, que alegam, entre outros problemas, terem relógios adulterados, apontando a medição de energia além do que foi consumido”, argumenta Parcerinho.
A ideia do vereador é que a prefeitura estruture um departamento dotado de capacidade técnica, com profissionais treinados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), para testar a qualidade e o funcionamento de equipamentos alvos de reclamações da população. O vereador anexou a sua indicação cópias de matérias veiculadas na imprensa do Estado que mostram as reclamações da população contra a concessionária de energia.
Leia mais:A Indicação foi aprovada na sessão da última terça-feira, 20, da Câmara Municipal e será enviada para análise do prefeito. Parauapebas, assim como em todo o Estado é grande a reclamação da população contra a empresa de energia elétrica, que foi privatizada e a Celpa há mais de cinco anos está sob a gestão do Grupo Equatorial Energia.
A privatização que, em muitos casos, é visto como solução para empresas públicas, no caso da Celpa não surtiu efeito. Indignados contra as taxas, consideradas abusivas, a população começou a se unir e criou um movimento contra a empresa.
Em Parauapebas, está marcada para a próxima terça-feira, 27, uma grande manifestação contra a Celpa, previsto para começar às 8 horas, em frente ao escritório da concessionária, no Bairro Beira Rio, próximo a Câmara Municipal.
Procurada pela Reportagem do Correio de Carajás, a assessoria de comunicação da Celpa encaminhou posicionamento. Confira, na íntegra:
A Celpa esclarece que os aparelhos de medição de consumo de energia em operação no Estado são utilizados por todas as concessionárias do Brasil e contam com a homologação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia – Inmetro (portarias n°431, de 04 de dezembro de 2007; n°586, de 01 de novembro de 2012 e n°587, de 05 de novembro de 2012) e demais órgãos reguladores. Antes de serem instalados, esses medidores passam por rígidos testes no Inmetro para verificar e avaliar se o funcionamento está correto e vão para o consumidor com o selo de certificação do Órgão.
Em relação a matéria de título “Celpa tem 90% dos medidores reprovados em testes”, que foi veiculada em maio de 2014, é importante esclarecer que o conteúdo da informação mostra que os medidores em questão são aqueles retirados das instalações dos consumidores, que passaram por aferição e foram reprovados nos testes por apresentarem alguma adulteração realizada por terceiros.
Atualmente, a Celpa possui mais de 2,6 milhões de clientes e neste ano foram realizadas mais de 456 mil inspeções, sendo que 19.347 medidores foram encaminhados ao Inmetro e, desses, 18.142 foram reprovados, ou seja, 93% do total de equipamentos levados à aferição, confirmando o laudo de fiscalização da concessionária. Como pode ser constatado, esse percentual refere se exclusivamente aos medidores detectados com irregularidade. Isso ocorre quando há manipulação nos medidores com o intuito de reduzir o registro real do consumo de energia.
A empresa também reforça que trabalha de forma transparente, respeitando o direito do consumidor e, acima de tudo, primando pelos valores Ética e Dedicação ao Cliente. A concessionária não tem o menor interesse em lesar os seus clientes e ainda ressalta que segue rigorosamente todas as regulamentações e resoluções vigentes no setor elétrico.
(Tina Santos)