Representantes das 23 cooperativas de transporte de passageiros do Sul e Sudeste do Pará resolveram reivindicar neste início de semana que a empresa Boa Esperança pare imediatamente de operar em horário irregular. Eles apelam a uma fiscalização eficaz, denunciando a tentativa de monopólio da empresa, que, segundo eles, fixou horários de funcionamento sem a devida autorização do órgão responsável: a Artran.
“Precisamos de uma fiscalização eficaz para que apenas as empresas autorizadas e outorgadas pratiquem o serviço”, afirma um cooperado que preferiu não se identificar por medo de represálias. Ele acrescenta que, desta forma, todos os segmentos poderiam trabalhar de forma harmônica e sem conflitos. Atualmente, Boa Esperança opera cerca de 85 linhas reguladas, representando quase 40% das operações convencionais da região.
“Nós fizemos grandes investimentos visando o movimento da COP 30 e agora estamos receosos. Precisamos de segurança para poder trabalhar. Não podemos mais liberar horários sem a anuência das demais empresas e cooperativas. Só queremos que cada um trabalhe dentro de suas ordens de serviço”, acrescentou o cooperado.
Leia mais:As cooperativas informaram, ainda, que irão protocolar todas as suas autorizações de funcionamento, solicitando que a Artran tome conhecimento e tome as providências necessárias. Esperam que a Artran tome medidas para garantir que todas as operações sejam conduzidas de acordo com as normas, permitindo um ambiente de trabalho justo e equilibrado para todos.
PROTESTO
A revolta dos motoristas com a prática considerada irregular eclodiu em uma manifestação na manhã desta segunda-feira (22), quando dois ônibus da Boa Esperança foram bloqueados de deixar o Terminal Rodoviário da Folha 32 e o Terminal Miguel Pernambuco, no Km 6. Três micro-ônibus foram utilizados para o bloqueio.
Gestora do terminal da Nova Marabá, da parte da Sinart, Amanda Zaidan chegou a ser procurada pelos usuários, mas explicou que a ocorrência não era da sua competência e sim das autoridades de transporte.
A manifestação, porém, durou menos de uma hora e os ônibus foram liberados.
OUTRO LADO
O escritório local da Boa Esperança, procurado pelo CORREIO, pediu uma resposta oficial da direção da empresa e departamento jurídico, a qual nos foi enviada no final da tarde. A nota é bem sucinta: “A empresa declara não entender o motivo dos bloqueios de seus ônibus, pois opera rigorosamente dentro da legislação”.
(Da Redação)