Correio de Carajás

Vacinação: Estoques não são suficientes

O Ministério da Saúde convocou, no início da semana, 10 milhões de crianças e adolescentes para a nova “temporada de vacinação”. Como a própria chamada comercial diz, a Campanha de Mobilização e Comunicação para a Vacinação do Adolescente contra HPV e Meningites seguirá até 30 de março em todo o país. No entanto, o que preocupa o setor de imunização de Marabá é o quantitativo de doses que está sendo repassadas ao município. Segundo Crisssiana Dias, chefe do departamento, a quantidade enviada não é suficiente.

“Nos preocupa a situação de que o Ministério da Saúde, hoje, não tem enviado a quantidade de doses que a gente tem solicitado. Pelo menos não tem chegado para a gente para atender a demanda de forma satisfatória. Então, o município passa por uma situação de desabastecimento, o que pode ocasionar, em algum momento, na dificuldade da população de encontrar vacina”, avalia, destacando que os lotes de vacinas que estavam previstos para chegar à cidade no fim de fevereiro foram repassados pela Sespa somente na última quinta-feira (15).

Ela diz também que a versão 2018 da Campanha não tem nota técnica informativa que altere as orientações que já vem sendo praticadas pelo departamento. “O que a gente acredita que esteja ocorrendo é uma chamada do Ministério, devido à preocupação pelo baixo percentual de adesão à Campanha de Vacinação do Adolescente contra HPV e Meningites”. Conforme as diretrizes do MS, a meta de cobertura vacinal é de 90% para ambas as vacinas, porém, em Marabá, a porcentagem foi bem menor em 2017.

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#ANUNCIO

No município, apenas 58% dos adolescentes foram imunizados contra HPV, um total de 900 jovens, sendo que a meta anual é vacinar 1.500. No caso das crianças vacinadas contra a meningite C, o percentual é menor ainda, só 11% (3.300), sendo que a meta seria mais de 5.500. “O que a gente espera é que nesse momento, em que o Ministério faz o alerta, as pessoas procurem a rede de saúde para se vacinar”, frisa.

A vacina de reforço contra a Meningite tipo C é aplicada em jovens de 11 a 14 anos. Já as vacinas contra o HPV devem ser aplicadas em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14.

Dificuldade

Crissiana acredita que muitas pessoas ainda estão vulneráveis a informações, às vezes, equivocadas. “Já que o país tem essa possibilidade de vacinar, imunizar e prevenir doenças através de uma vacinação gratuita não tem que haver reticência. Quando a vacina é disponibilizada, já são feitos estudos em cima disso para que garanta a eficácia do que está sendo oferecido”, observa, lembrando que hoje existem doenças praticamente erradicadas, devido à imunização feita ao longo dos anos.

Tabu

Ela fala também que o preconceito dos pais pode ser um impedimento para que os adolescentes procurem as unidades de saúde em busca de vacina contra a HPV. “A gente já tem a predisposição a desenvolver a doença, tanto por contato direto, pele com pele, quanto por via sexual”, confirma, acrescentando que muitos pais deixam de levar os filhos para vacinar achando que isso vai despertá-los para a vida sexual.

Baixa procura deveria ser alvo de pesquisa, diz coordenadora

 

A chefe do departamento Municipal de Imunização, Crissiana Dias, explica que existem 150 tipos de HPV e que hoje só se conhece 40 deles, que são transmitidos por meio de relações sexuais. “O restante é por contato, e a gente tem que ter cuidado, porque a vacina vem para evitar que a contaminação ocorra. Mas quando aparece a verruga, a lesão no colo do útero, é porque a situação está mais avançada, o que não contraindica fazer a vacinação. O importante é vacinar, porque assim a pessoa fica impedida de contaminar as outras”, adverte.

Já a meningite pode ser provocada por vírus e bactérias e a vacina disponível previne contra a doença transmitida apenas por bactérias e, principalmente, do tipo C. “A maior dificuldade hoje da população é fazer a identificação dos sinais e sintomas na criança menor de um ano, porque ela não fala”, afirma.

Para Crissiana, deveria ser feito um estudo no município para entender a razão das pessoas não participarem das vacinações, uma vez que a baixa cobertura está ocorrendo na maioria das campanhas. Além disso, conforme destaca, a gestão atual tem investido em estratégias para convocar o público, com palestras em escolas e atuação de agentes de saúde nas comunidades.

“O município de Marabá atua com duas estratégias específicas. A primeira é o estímulo à vacinação na própria unidade de saúde, através de divulgações, tanto volante quanto em rádio. Quando há as campanhas que o Ministério lança, a gente logo adere para poder chamar e fazer com que a informação chegue às comunidades mais distantes”, conclui. 

(Nathália Viegas)

O Ministério da Saúde convocou, no início da semana, 10 milhões de crianças e adolescentes para a nova “temporada de vacinação”. Como a própria chamada comercial diz, a Campanha de Mobilização e Comunicação para a Vacinação do Adolescente contra HPV e Meningites seguirá até 30 de março em todo o país. No entanto, o que preocupa o setor de imunização de Marabá é o quantitativo de doses que está sendo repassadas ao município. Segundo Crisssiana Dias, chefe do departamento, a quantidade enviada não é suficiente.

“Nos preocupa a situação de que o Ministério da Saúde, hoje, não tem enviado a quantidade de doses que a gente tem solicitado. Pelo menos não tem chegado para a gente para atender a demanda de forma satisfatória. Então, o município passa por uma situação de desabastecimento, o que pode ocasionar, em algum momento, na dificuldade da população de encontrar vacina”, avalia, destacando que os lotes de vacinas que estavam previstos para chegar à cidade no fim de fevereiro foram repassados pela Sespa somente na última quinta-feira (15).

Ela diz também que a versão 2018 da Campanha não tem nota técnica informativa que altere as orientações que já vem sendo praticadas pelo departamento. “O que a gente acredita que esteja ocorrendo é uma chamada do Ministério, devido à preocupação pelo baixo percentual de adesão à Campanha de Vacinação do Adolescente contra HPV e Meningites”. Conforme as diretrizes do MS, a meta de cobertura vacinal é de 90% para ambas as vacinas, porém, em Marabá, a porcentagem foi bem menor em 2017.

#ANUNCIO

No município, apenas 58% dos adolescentes foram imunizados contra HPV, um total de 900 jovens, sendo que a meta anual é vacinar 1.500. No caso das crianças vacinadas contra a meningite C, o percentual é menor ainda, só 11% (3.300), sendo que a meta seria mais de 5.500. “O que a gente espera é que nesse momento, em que o Ministério faz o alerta, as pessoas procurem a rede de saúde para se vacinar”, frisa.

A vacina de reforço contra a Meningite tipo C é aplicada em jovens de 11 a 14 anos. Já as vacinas contra o HPV devem ser aplicadas em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14.

Dificuldade

Crissiana acredita que muitas pessoas ainda estão vulneráveis a informações, às vezes, equivocadas. “Já que o país tem essa possibilidade de vacinar, imunizar e prevenir doenças através de uma vacinação gratuita não tem que haver reticência. Quando a vacina é disponibilizada, já são feitos estudos em cima disso para que garanta a eficácia do que está sendo oferecido”, observa, lembrando que hoje existem doenças praticamente erradicadas, devido à imunização feita ao longo dos anos.

Tabu

Ela fala também que o preconceito dos pais pode ser um impedimento para que os adolescentes procurem as unidades de saúde em busca de vacina contra a HPV. “A gente já tem a predisposição a desenvolver a doença, tanto por contato direto, pele com pele, quanto por via sexual”, confirma, acrescentando que muitos pais deixam de levar os filhos para vacinar achando que isso vai despertá-los para a vida sexual.

Baixa procura deveria ser alvo de pesquisa, diz coordenadora

 

A chefe do departamento Municipal de Imunização, Crissiana Dias, explica que existem 150 tipos de HPV e que hoje só se conhece 40 deles, que são transmitidos por meio de relações sexuais. “O restante é por contato, e a gente tem que ter cuidado, porque a vacina vem para evitar que a contaminação ocorra. Mas quando aparece a verruga, a lesão no colo do útero, é porque a situação está mais avançada, o que não contraindica fazer a vacinação. O importante é vacinar, porque assim a pessoa fica impedida de contaminar as outras”, adverte.

Já a meningite pode ser provocada por vírus e bactérias e a vacina disponível previne contra a doença transmitida apenas por bactérias e, principalmente, do tipo C. “A maior dificuldade hoje da população é fazer a identificação dos sinais e sintomas na criança menor de um ano, porque ela não fala”, afirma.

Para Crissiana, deveria ser feito um estudo no município para entender a razão das pessoas não participarem das vacinações, uma vez que a baixa cobertura está ocorrendo na maioria das campanhas. Além disso, conforme destaca, a gestão atual tem investido em estratégias para convocar o público, com palestras em escolas e atuação de agentes de saúde nas comunidades.

“O município de Marabá atua com duas estratégias específicas. A primeira é o estímulo à vacinação na própria unidade de saúde, através de divulgações, tanto volante quanto em rádio. Quando há as campanhas que o Ministério lança, a gente logo adere para poder chamar e fazer com que a informação chegue às comunidades mais distantes”, conclui. 

(Nathália Viegas)