Correio de Carajás

Vacinação de crianças contra covid-19 começa nesta quinta, em Marabá

Nesta quinta-feira, dia 20, começa a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a covid-19 nos postos de saúde de Marabá, de 8 às 17 horas e no Partage Shopping, de 10 às 17 horas. A primeira fase contempla crianças dessa faixa etária com comorbidades e deficiência permanente.

A documentação necessária para crianças com comorbidades e deficiência permanente é documento original com foto, Cartão SUS, laudo que comprove a deficiência e declaração do responsável. A criança deve comparecer ao local de imunização acompanhada de pai/mãe ou responsável.

Conheça as doenças que são classificadas com comorbidades contra COVID-19:

Leia mais:

*Diabetes Mellitus, hipertensão arterial resistente (HAR), Hipertensão arterial estágio 3, hipertensão arterial 1 e 2 com lesão em órgão-alvo e / ou comorbidade, pneumopatia grave crônica (ex: asma, doença pulmonar obstrutiva crônica- DPOC), transtorno do espectro do autismo (TEA), doenças da aorta (ex: aneurisma da aorta, arterites da aorta, ateromstose da aorta, dissecção de aorta), insuficiência cardíaca- IC, cor-pulmonal e crônico, hipertensão pulmonar, cardiopatias congênita no adulto, cardiopatia hipertensiva, síndromes coronarianas crônicas, valvupatias, miocardipatias com importância clínica, arritmias cardíacas com importância clínica, pessoas com próteses valvares e dispositivos cardíacos implantados, doença cerebrovascular (ex: derrame), doença renal crônica, estágio 3 ou mais e/ ou síndrome nefrótica, imunossuprimidos (transplantados, HIV, doenças reumáticas (ex: lúpus, artrite reumatoide, pacientes tratando câncer que realizaram tratamento quimioterápico ou radioterápico nos últimos 6 meses, neoplasias hematológicas), anemia falciforme, obesidade mórbida (Imc>= 40), síndrome de Down e cirrose hepática.

Marabá recebeu, na última segunda-feira, 17, 2.100 doses, mas o município tem 38.810 crianças para serem vacinadas contra covid-19.

A campanha de vacinação contra a doença para jovens e adultos continua nos postos de saúde e Partage Shopping, 1ª e 2ª doses e para maiores de 18 anos dose de reforço.

Com a palavra: o especialista

 

O Portal Correio de Carajás conversou com o médico infectologista Harbi Amjad Nabih, que lamentou ainda existirem muitos mitos em relação à vacinação, tanto de adultos como de crianças, principalmente pelo movimento negacionista anti-vacina.

O médico explica que há um questionamento por uma parte desse grupo, de que a criança tem um quadro mais leve da doença e por isso não precisa da vacina. “As crianças recebem vacinas desde o nascimento, inclusive dentro da maternidade, como a da Hepatite B. Existe um dado de que todas essas doenças que são preveníveis pela vacina, de 2006 a 2020, todas essas doenças mataram menos crianças do que a covid-19 do início da pandemia pra cá”, alerta o infectologista.

Médico infectologista Harbi Amjad Nabih Othman – Foto: Ascom/PMM

Com o número alarmante de mortes nessa faixa etária, Harbi Amjad garante que é fundamental que as crianças sejam vacinadas. De acordo com o médico, a vacina diminui a chance de a criança ser internada e ser levada para uma UTI, por exemplo. “É um fator protetor para a criança. O objetivo da vacina é evitar doença grave e óbito”.

Segundo ele, muita gente começou a questionar uma eventual velocidade com que as vacinas foram feitas, alegando que não deu tempo de serem feitos testes. “O que não é verdade. Já temos quase dois anos de pandemia, e para se ter uma ideia, a vacina da gripe, que é aplicada na população, é feita anualmente. Todo ano é feita uma vacina diferente, e ninguém nunca questionou isso. A vacina é extremamente eficaz”, garante.

O infectologista pontua outro questionamento feito pelo grupo ‘anti-vacina’, que é sobre os efeitos adversos que possam existir. O médico afirma que de fato eles existem, como qualquer outra vacina ou medicação. “As pessoas questionaram sobre a trombose. Existe o risco, mas ele é infinitamente menor do que a pessoa pegar covid-19 vacinada do que ter trombose. É óbvio que é vantajoso se vacinar”, fala, exemplificando.

Assim como especialistas do mundo inteiro, Harbi Amjad afirma que o risco de a criança ter uma complicação grave pela vacina é muito menor do que ela ter uma complicação pegando covid. “Há um estudo nos Estados Unidos, de que a vacinação reduziu em 98% os casos graves nessa faixa etária. Ou seja, de 100 crianças vacinadas, apenas 2 ficaram em estado grave. A vacina é importante”, finaliza. (Ana Mangas – com informações da Secom PMM)