Correio de Carajás

Usuários de transporte reclamam após empresa segurar ônibus na garagem

O clima era  de impaciência nas paradas de ônibus de Marabá nesta manhã, quarta-feira (18), enquanto usuários do transpor público da cidade percebiam que seria mais um dia complicado para se deslocar.

Ontem, terça-feira (17), entre 5 horas e 8 horas da manhã, os motoristas realizaram uma paralisação notificada às empresas Nasson Tur Ltda. e TCA Transportes Coletivos de Anápolis Ltda. Após três horas de manifestação, ao chegarem nos portões da garagem, foram impedidos pela direção das empresas de assumirem os postos.

Conforme Geraldo Dean Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Transporte de Passageiros, Interestaduais, Intermunicipais, Urbanos, Cargas, Locadoras e Comércio do Sul e Sudeste do Pará, o Sintrarsul, hoje, por volta de 9 horas, alguns veículos voltaram a rodar, mas não todos.

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Para o vigilante Adonias de Oliveira, a situação atrapalhou a rotina. “Raramente cumprem horários, mas está um caos sem coletivo. A gente depende deles e fica difícil assim. Essa empresa deveria era sair e entrar outra ou alguém tomar uma decisão que seja satisfatória para todos”, afirmou, acrescentando que os ônibus são velhos e sujos e estão em péssimas condições. “Não tem ônibus suficiente. Estou uma hora e 20 na parada e não tem coletivo”.

Nilma Fonseca chegou de viagem e esperava pegar um ônibus da rodoviária para casa, na Folha 28. Acabou surpresa. “Viajei pra Belém, cheguei agora e não estava sabendo da paralisação. Situação triste, não melhora o serviço, a gente fica horas e horas aguardando, a gente sofre, principalmente no final de semana, não passa ônibus nunca”.

Kelvi dos Santos Paz esperava que o serviço se normalizasse após a paralisação anunciada ontem, mas não viu isso acontecer. “Avisaram da paralisação até às 8 e quando fomos ver estava parado o dia todo. Está difícil ir e voltar para o trabalho, estou dependendo de arranjar carona com amigos. O transporte é ruim e a gente tem que se conformar com o que tem”.

Jéssica Guimarães reclama, ainda, que o custo é alto. “Eu acho os ônibus em condições péssimas, a demora na parada, a passagem só aumenta, está ficando bem caro, e ainda há o desconforto dos ônibus que quebram e às vezes estão muito cheios”.

Pedro Pedreira defende a mudança da operadora do serviço. “Essa empresa em Marabá não era nem pra existir mais. Está sucateada, é empresário que não tem responsabilidade com funcionários e o usuário fica à mercê dessa situação. Já presenciei eles deixando os cadeirantes porque não funciona o sistema de acessibilidade. Funcionário trabalha descontente e trata usuário mal. É um caos”, finalizou.

O Correio de Carajás tentou nesta manhã contato com o representante das empresas, João Martins, mas os telefonemas não foram atendidos. (Luciana Marschall – com informações de Josseli Carvalho)