A inauguração do Restaurante Universitário (RU), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), que deveria ser um momento só de festa, foi marcada por protesto na manhã desta terça-feira (1º). A política de preços da unidade, que tem capacidade para mil refeições/dia, é a principal queixa.
Inicialmente o RU funcionará apenas na Unidade III (Cidade Jardim) e os preços serão os seguintes: R$ 2,50 para 380 alunos bolsistas do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), que é voltado ao acolhimento de estudantes de baixa renda; e R$ 12,75 para o público geral (discentes não bolsistas, servidores e visitantes). É justamente esse valor de R$ 12,75 que gerou o protesto.
Entre os manifestantes, está a estudante Maísa Carvalho, do curso de Letras (Português). Ela explica que o perfil socioeconômico dos estudantes da Unifesspa é de baixa renda. “A maior parte dos estudantes recebe até dois salários mínimos (por família) e não tem como a gente gastar esse valor todo dia”, argumenta a estudante, ao criticar também o fato de que o RU não servirá janta, deixando de atender, assim, aos estudantes do período noturno.
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Sobre o assunto, o reitor da Unifesspa, Francisco Ribeiro, explica que a instituição não tem condições de manter o RU porque o governo federal extinguiu os cargos para o setor, de modo que a universidade fez uma licitação da qual participaram cinco empresas e ganhou aquela que apresentou o menor preço, além de ter apresentado também a melhor qualidade conforme avaliação de nutricionista da instituição.
Por outro lado, a pró-reitora de Extensão e Assuntos Estudantis, Lúcia Cavalcante, que administra o RU, explica que inicialmente não haverá janta, mas com o tempo o turno da noite vai ser atendido. Além disso, ela afirmou também que à medida que a universidade conseguir mais recursos, mais alunos, além dos atuais 380, vão ter direito a subsídio e poderão pagar apenas R$ 2,50 pela refeição.
Outro avanço futuro, pontuado por Lúcia Cavalcante, será o atendimento aos estudantes da Unidade 2, na Nova Marabá, que serão atendidos em refeitório, já que a cozinha funciona na Unidade III. Mas ainda não existe prazo para que essas mudanças sejam implementadas.
Por tudo isso, Lúcia Cavalcante entende que a instalação do RU é um marco na história da universidade. “É o primeiro Restaurante Universitário do sul e sudeste do Pará…Nós precisamos comemorar essa conquista, sem esquecer do conjunto de coisas e responsabilidade que assumimos. Não estamos abrindo um RU pra fechar”, argumenta.
Depois do protesto dos estudantes, eles foram recebidos pelo reitor para uma reunião com objetivo de explicar detalhadamente o funcionamento do RU, assim como prestar esclarecimentos sobre outras situações que têm gerado polêmica, como o fim do transporte gratuito para a Unidade III, que fica afastada do perímetro urbano. Em seguida, o restaurante iniciou as atividades. (Chagas Filho)