Correio de Carajás

Unifesspa não perdeu alunos para a covid-19

Passado pouco mais de um mês do pleno retorno presencial das atividades da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), o reitor Francisco Ribeiro da Costa avalia que as medidas tomadas internamente foram eficazes e que elas perduram, com testes em massa e exigência de passaporte vacinal. Nenhum aluno da instituição teve quadro grave da doença ou registro de óbito nestes dois anos de pandemia. O dirigente esteve em entrevista à Rádio Correio FM e ao Correio de Carajás, quando respondeu sobre este e outros assuntos.

No contexto da instituição, um professor ligado ao Campus de Rondon do Pará perdeu a vida, no início da pandemia, fato bastante lamentado.

O retorno definitivo dos estudantes aos campi aconteceu no último dia 7 de março, naquele momento ainda com o uso de máscaras de proteção, então exigidas em ambientes fechados ou abertos, no Município. A universidade providenciou teste em massa e gratuitos.

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“Houve um processo de escuta da comunidade acadêmica e retorno em duas fases: em outubro de 2021, a volta dos servidores para atividades administrativas presenciais, exceto as pessoas dos grupos de risco, que estas ficaram em trabalho remoto. Em dezembro, o Conselho Superior aprovou o retorno das atividades presenciais da graduação. Então, em 3 de janeiro de 2022 nós voltamos com a turma de Educação no Campo”, detalha. Durante o retorno dessa turma, ela foi monitorada por testes de covid-19 e foram registrados apenas casos isolados, o que reforçou a decisão do retorno presencial amplo.

O reitor afirma que os testes continuam ocorrendo, desde o retorno em março e até agora só um caso positivo entre alunos. Nesse ponto, ele destaca que a instituição exige de seus frequentadores o passaporte vacinal, ou seja, a comprovação de pelo menos duas doses da vacina.

Mesmo os casos recentes de contaminação pela doença entre servidores, a instituição identificou que tinham um padrão: pessoas que eventualmente estavam de férias e retornaram de viagem a outros estados.

RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO

Uma das grandes novidades da Unifesspa este ano é o advento do Restaurante Universitário (RU) na sede, no Cidade Jardim, como já publicado aqui pelo portal. Ocorre que tão logo retornaram as aulas presenciais houve movimento de parcela dos estudantes criticando os valores cobrados, que mesmo anunciados como populares, ainda estariam pesando no orçamento. O fato rendeu protestos.

O Correio de Carajás questionou o reitor sobre o que aconteceu desde então. O dirigente diz considerar que o problema está pacificado e explicou que a manutenção do RU é garantida pelo orçamento da universidade e que, ao contrário de outras instituições, que têm pessoal próprio, depende da contratação de uma empresa terceirizada para assumir a cozinha e a organização. Isso envolve custos.

A inauguração aconteceu em 1º de fevereiro, e o prédio e seus equipamentos foram garantidos por emendas parlamentares da bancada paraense no Congresso Nacional.

A construção, que foi iniciada no segundo semestre de 2017 e concluída durante a pandemia em 2020, possui uma área de 870 m² e tem capacidade estimada de produzir até mil refeições por turno, contemplando a área da cozinha industrial e do refeitório.

A contratação da empresa responsável pela unidade destinada a ofertar refeições na instituição se deu através de uma licitação. “Diferente de outras faculdades públicas do país, que possuem um corpo técnico de funcionários públicos da própria universidade responsáveis pela entrega do prato, nossa gestão precisou ser terceirizada, respectivamente à grande demanda e pouco subsídio”, explicou o reitor.

Ainda sobre o recurso oferecido pela universidade, Francisco Ribeiro respondeu que os valores das refeições são de R$ 2,50 para alunos bolsistas do Plano Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), que é voltado ao acolhimento de estudantes de baixa renda, e R$12,75 para o público em geral, discentes não bolsistas, servidores e visitantes.

Apesar do orçamento deficitário do governo ainda impactar a saúde estrutural da Universidade, a mesma tem se desdobrado para concluir as ações tomadas e consequentemente custeadas, principalmente no que tange ao básico oferecido ao corpo acadêmico, como água, energia, segurança, limpeza e transporte, e novas propostas.

A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) foi criada em 5 de junho de 2013, a partir do desmembramento do campus de Marabá da Universidade Federal do Pará (UFPA). Além da sede, aqui na cidade, possui campi em Santana do Araguaia, São Félix do Xingu, Rondon do Pará e Xinguara.

O reitor foi entrevistado da Correio FM no programa Estação 92, do comunicador Leverson Oliveira. (Thays Araújo e Patrick Roberto)