Amanhã, sexta-feira, dia 6, a Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) completa 12 anos de existência. A data é motivo de celebração não apenas pelo marco institucional, mas, sobretudo, pela resistência e relevância de uma universidade pública, gratuita e de qualidade que, mesmo inserida em uma das regiões historicamente mais negligenciadas e marcadas por conflitos no Brasil, consolidou-se como farol de oportunidades.
Em meio a desafios sociais, econômicos e ambientais, agravados por sucessivas crises orçamentárias, a Unifesspa reflete a força de um território cuja população carrega, em sua trajetória, marcas profundas de resistência e resiliência — características que também moldam a identidade da instituição.
A trajetória da Unifesspa é, antes de tudo, uma história de coragem coletiva — de estudantes, professores, técnicos e da sociedade que acredita na educação como motor de transformação social. Essa instituição surgiu com o compromisso de interiorizar o ensino superior público e atender a uma demanda reprimida de acesso ao conhecimento e à cidadania. Desde então, teve sua expansão com seus campi, multiplicou a quantidade de cursos de graduação e pós-graduação e fortaleceu as atividades de pesquisa, extensão e a inclusão. Tudo isso em meio a uma série de obstáculos que desafiaram e ainda desafiam sua consolidação.
Leia mais:A pandemia da covid-19 representou um dos grandes desafios enfrentados pelas universidades públicas brasileiras. Foi um período que exigiu rápida adaptação, criatividade e compromisso com a missão institucional. Foi preciso manter o vínculo com os estudantes, oferecer apoio psicológico e financeiro, adaptar o ensino para o formato remoto, assegurar a continuidade das pesquisas e, em muitos casos, contribuir diretamente com a sociedade, seja na produção de equipamentos de proteção, como máscaras ou álcool em gel, seja em estudos voltados à compreensão do vírus. Superar esse momento reafirmou a capacidade das universidades de se reinventar diante das adversidades
As universidades federais vêm sofrendo com os cortes orçamentários desde 2016, mas apesar disso, a Unifesspa continua crescendo, em processo de consolidação e expansão, tanto estruturalmente quanto academicamente (podemos citar os metros quadrados de áreas construídas na época que nasceu e comparar com o que temos hoje. Atualmente, são 43 cursos de graduação, divididos em seus cinco campi: sendo o Campus de Marabá, Campus de Rondon do Pará, Campus de Xinguara, Campus de São Felix do Xingu e o Campus de Santana do Araguaia.
Com a participação da Unifesspa no Programa Forma Pará, uma política pública que honra nosso estado e transforma vidas, desde 2019, pela Unifesspa foram ofertadas mais de 1.655 vagas, em 37 turmas, espalhadas por 27 municípios do Pará. O Polo de Ensino, Pesquisa, Extensão, Tecnologia e Inovação (Pepeti), fruto de convênio com a Prefeitura de Canaã dos Carajás e a universidade, permitiu que jovens cananaenses pudessem chegar à universidade. Hoje, a Unifesspa espera pela criação do Campus de Canaã dos Carajás, o Instituto de Carajás.

Na sequência, a universidade enfrentou um ambiente político de grande dificuldade. Os anos recentes foram marcados por um governo federal declaradamente conservador e contrário à autonomia universitária e à valorização da ciência. Cortes sucessivos no orçamento, campanhas de desinformação e ataques ideológicos buscaram minar a credibilidade das instituições federais de ensino. Ainda assim, a Unifesspa seguiu em frente, mantendo seu compromisso com a formação crítica, democrática e plural.
Agora, mesmo com a mudança no cenário político nacional, as dificuldades persistem. Novos cortes orçamentários foram anunciados, ameaçando a manutenção básica das atividades das instituições universitárias. O desafio de manter bolsas estudantis, garantir alimentação, serviços básicos e infraestrutura adequada continua sendo enfrentado diariamente por uma comunidade que não se rende ao abandono.
Apesar de todos os desafios enfrentados ao longo de sua trajetória, em uma região marcada por conflitos, disputas territoriais e desigualdades sociais, a Unifesspa tem muito o que comemorar ao completar 12 anos de existência. Sua história é uma expressão concreta da força e da resiliência do povo do sul e sudeste do Pará, que transformou dificuldades em oportunidades e construiu, junto com a universidade, um projeto de educação pública comprometido com a inclusão, a justiça social e o desenvolvimento regional.
Números
No ano de 2025, pouco mais de 5.700 estudantes foram diplomados na Unifesspa. Com cerca de 750 títulos de mestrado em diferentes programas de Pós-graduação. Existem mais de 10 Empresas Juniores com mais de 550 projetos concluídos por elas. Em 2014, havia 14 grupos de pesquisa e em 2025 são quase 200 grupos, com mais de 20 patentes registradas (marca e registros de softwares). Sobre a infraestrutura, a Unifesspa deu um salto de cerca de 10 mil metros quadrados para 50 mil metros quadrados de área física.
Todo este crescimento é resultado do trabalho de 428 professores e professoras, 276 técnicos e técnicas que transformam sonhos em realidade. Os profissionais que transformam a dedicação e comprometimento em inovação e pesquisa. A verdadeira materialização do diploma, fazendo com que os estudantes alcancem seus sonhos. (Fonte: Divulgação Unifesspa)
SÍNTESE:
Unifesspa 12 anos
DATA: 06 de junho de 2025
SOLENIDADE: 15h às 17h – Auditório da Unidade I
TAPIRI CULTURAL: 9h às 24h – Estacionamento da Unidade I
ENDEREÇO: Unidade I – Campus de Marabá – Folha 31, Quadra 07, Lote Especial, s/n.º – Nova Marabá