Correio de Carajás

Uma facada no pescoço e já era

Dezessete anos. Esta era a idade do jovem Mateus Alves da Silva quando levou uma facada no pescoço, que lhe tirou a vida. O crime se registrou por volta das 5h30 da madrugada de ontem, sexta-feira (14). A poça de sangue ficou instada no pavimento da rua que divides as Quadras 8 e 9 da Folha 21 (Nova Marabá), assim como ficaram também as dúvidas sobre a motivação de mais um homicídio na cidade. Fala-se em acerto de contas, briga e até mesmo em latrocínio.

Descobrir a motivação e também o autor (ou autores) do assassinato é uma tarefa para o Departamento de Homicídios da Polícia Civil em Marabá, que já começou a investigar o caso. Mas frear a matança de jovens e seu envolvimento cada vez mais precoce com a criminalidade é tarefa do Estado e de toda a sociedade local.

De acordo com o delegado Ivan Pinto da Silva, que compõe o Departamento de Homicídios junto com a delegada Raissa Beleboni, era por volta das 6h da manhã quando aquela delegacia especializada foi acionada sobre o homicídio. Segundo informações colhidas pela polícia com populares, momentos antes do crime a vítima teve uma discussão na Praça Monsenhor Baltazar, que fica na rotatória da Folha 16. Ele teria sido seguido por três indivíduos e um deles efetuou um único golpe de arma branca no pescoço da vítima, nas proximidades da Igreja Católica da Folha 21.

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Os bolsos da bermuda da vítima foram revirados provavelmente pelos matadores

A reportagem do Jornal CORREIO também esteve no local e conversou com moradores das redondezas. Eles confirmaram que o esfaqueamento aconteceu perto da igreja e que a vítima ainda correu na direção da praça, cerca de 250 metros, até cair sem vida. “Quando eu abri a porta de casa ele estava caído no meio da rua”, relatou um dos moradores, acrescentando que não chegou a ouvir nada suspeito durante a madrugada.

Embora ninguém tenha se identificado para a reportagem, pessoas no local comentaram que Mateus (que morava na Folha 6) furtou, recentemente, uma bicicleta que estava perto de um supermercado que fica em frente à praça. Na ocasião, ele chegou a ser agredido por populares. A mesma testemunha disse que Mateus teria ameaçado uma pessoa havia poucos dias e vivia se envolvendo em confusões na praça.

Mas há um detalhe que chama atenção do delegado Ivan Silva: os bolsos da vítima estavam revirados e nenhum documento foi encontrado com Mateus, dando a entender que os criminosos roubaram pertences da vítima (provavelmente documentos e aparelho celular).

Esse fato também abre a possibilidade de Mateus ter sido vítima de latrocínio, mas somente o devido inquérito policial deve esclarecer essa situação. “Ele estava vindo de uma festa e possivelmente pode ter sido alvo de roubo”, observa o delegado, acrescentando que conta com a colaboração da população para prestar informações que ajudem a lucidar o crime.

(Chagas Filho – Com informações de Josseli Carvalho e Evangelista Rocha)