Correio de Carajás

Uma epidemia de buracos em Parauapebas

As crateras tomam conta das vias da Capital do Minério e moradores reclamam

Sabadou com S de Sonrisal: o famoso asfalto de péssima qualidade empregado pela Prefeitura de Parauapebas se dissolve com o mais recente período de chuvas, atrapalhando a vida dos moradores de um dos municípios que mais enriquecem no país.

Em registros desta sexta-feira (28) na Capital do Minério, o barro acumulado no fundo das “crateras” até lembrou os velhos tempos de Serra Pelada, mas, ao invés do ouro, o que se encontra é frustração e descaso.
O Portal Correio de Carajás esteve em cinco localidades da zona urbana de Parauapebas, onde cidadãos denunciaram a falta de cuidado da administração pública com a pavimentação.

No bairro Vila Rica, Donizete Batista, de 67 anos, declarou que a situação é complicada para quem tenta trafegar pela Rua Havan 2, onde um buraco tomou conta da via.

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Em trecho atrás do novo cemitério, no Vila Rica, moradores se irritam com falta de pavimentação (Imagem: Ronaldo Modesto)

“Estamos tendo que passar por cima da calçada porque não tem mais por onde passar. Está muito feio o ‘negócio’ aqui, e quando chove ainda fica mais crítico, porque mela o nosso pé até a canela”, disse o aposentado que vive na rua que passa atrás do novo Jardim da Saudade, o cemitério municipal.

Em tom irônico, no vídeo abaixo, dona Ana Maria ironiza a situação, dizendo que o prefeito Darci Lermen deveria “pelo menos usar a terra do cemitério” pra mudar a situação. Outros moradores, seja de carro, bicicleta, moto ou caminhão, passaram pelo trecho e manifestaram sua insatisfação enquanto a equipe esteve no local.

No bairro Nova Carajás o registro não é muito diferente. Na Rua Araguaia, sexta etapa de implantação do projeto, é praticamente impossível identificar o asfalto em meio ao lamaçal que toma a via.

Nem rotatória ficou no lugar no Nova Carajás, onde moradores clamam por mudanças há mais de dois anos (Imagem: Ronaldo Modesto)

Pedro Araújo mora há dois anos no bairro e afirma que uma volta por ele pode indicar a qualquer um que o problema de buracos na via não é apenas em um trecho. “Direto tem gente atolada nessa poça de lama aí”, disse Pedro.

Também morador do perímetro da Rua Araguaia, o mototaxista Joel Magalhães fez duras críticas à gestão Darci Lermen: “O prefeito falou que ia investir ‘não sei quantos’ milhões nesse último ano, e até agora nada [de melhorias]. A situação aqui é muito complicada, trafego todo dia aqui por conta do serviço”, diz Joel, também confirmando que há mais de dois anos a via está nesse estado, e que “nunca uma autoridade veio por aqui resolver o problema”.

Rua Araguaia, na Nova Carajás, virou cenário de “rali” em meio às chuvas (Imagem: Ronaldo Modesto)

Não muito longe dali, na quarta rotatória (sentido PA 275-bairro) da Avenida Carajás, principal via da localidade, os buracos se multiplicam e dificultam a entrada no Nova Carajás, situação agravada pelo período de chuvas, que torna ainda mais perigosa a travessia.

Mais um registro foi realizado no bairro Vale do Sol – mais precisamente na Rua 01, que só tem 01 problema: uma cratera cheia de lama, também agravada pelo regime pluvial mais intenso que o inverno amazônico proporciona. A este ponto, já é considerável trocar o nome do bairro para Vale da Lama.

Nem mesmo a PA-275, via mais movimentada de Parauapebas, fica de fora do Festival do Sonrisal da Prefeitura de Parauapebas: na altura do bairro Paraíso, o intenso tráfego é prejudicado pelo lamaçal. Enquanto algumas obras são realizadas no perímetro, a população sofre em outros trechos.

PA-275 também não ficou de fora da “buraqueira” oferecida pela Prefeitura de Parauapebas (Imagem: Ronaldo Modesto)

(Juliano Corrêa – com informações de Ronaldo Modesto)