Marlene Maria dos Santos, estudante, denunciou na manhã desta sexta-feira, 23, um quebra-molas irregular que está causando transtornos ao morados da Rua da Nativa, Núcleo Morada Nova em Marabá. Ela esteve na sede do Correio de Carajás para contar sobre a situação problemática que está enfrentando, principalmente por fazer uso de cadeira de rodas. Além deste obstáculo, ela revela que na via existem duas antigas valas que prejudicam ainda mais a sua locomoção.
Ela gravou um vídeo no local, onde descreve as dificuldades de ter de lidar diariamente com o obstáculo. “Gente olha a minha situação. Eu já quebrei minha cadeira duas vezes. Gente toma providência, por favor, toma providência”, clama. Nas imagens Marlene aparece com a cadeira emperrada sobre o quebra-molas, embora ele aparente ser pequeno, é grande a dor de cabeça causada para uma pessoa que se locomove utilizando cadeira de rodas.
Marlene conta que já buscou a prefeitura de Marabá para resolução dos problemas, mas por lá só ouvi promessas: “Quando fizeram a vala a primeira vez, eu fui lá na prefeitura e não resolveram nada. Mandaram que eu tirasse uma foto, eu tirei e nunca foram resolver”.
Leia mais:Para além do redutor de velocidade criado pelos vizinhos, a rua onde ela mora não é asfaltada e não possui calçadas onde ela, e outros pedestres, possam transitar com segurança. As grandes obras de pavimentação executas pela prefeitura ainda não chegaram nas vias periféricas daquele núcleo.
À Reportagem do Correio de Carajás ela explicou que para conseguir transpor o obstáculo, precisa que alguém empurre sua cadeira. Marlene é uma pessoa ativa, que estuda, pratica atividade física e vive em constante movimento, a situação atual de sua rua escancara ainda mais a falta de acessibilidade da cidade de Marabá.
“Está me prejudicando porque eu tenho que passar por outra rua e isso atrapalha demais a minha vida, eu tenho medo de cair. Se eu quebrar minha perna quem vai cuidar da minha casa? Quem vai cuidar de mim?”, desabafa.
A Lei da Acessibilidade, nº 10.098/00, dispõe que barreiras ou obstáculos nas vias e espaços públicos devem ser eliminadas. O artigo 3 diz que: “O planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e dos demais espaços de uso público deverão ser concebidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade reduzida”.
O direito de Marlene de transitar sem barreiras não está sendo garantido, considerando que ela mora em uma rua – sem asfalto e nem calçadas – onde os próprios moradores agregam obstáculos as vias e o poder público custa a resolver o problema.
NOTA DA PREFEITURA
Procurada pela Reportagem do CORREIO, a Prefeitura de Marabá informou através de sua acessória de imprensa que assim que tiver em mãos o endereço onde o quebra-molas está localizado, uma equipe do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU) para verificar a situação. (Luciana Araújo)