Correio de Carajás

Um é condenado a 13 anos de cadeia e outro absolvido pela morte de Max Rangel

Bruno (azul) tinha 18 anos na época do crime e teve a pena atenuada pela condição de menoridade relativa

Bruno Gomes Leite foi condenado a 13 anos de prisão pelo assassinato de Max Rangel Dias Monteiro, de 37 anos, ocorrido em um bar no Residencial Tiradentes, em outubro de 2022. O julgamento ocorreu ao longo de quinta-feira (10). O segundo réu, Artur Vinícius Xavier Brito, foi absolvido.

Se por um lado, Bruno já havia confessado o crime desde o início da investigação, por outro, Arthur sempre negou a autoria.

A pena de Bruno foi reduzida pela condição conhecida como “menoridade relativa”, que é uma atenuante penal aplicada a réus que tinham menos de 21 anos na data do crime, independentemente da data da sentença. Neste caso, ele tinha 18 anos quando cometeu o homicídio.

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A menoridade relativa é considerada uma atenuante preponderante, juntamente com a confissão espontânea, pois ambas estão relacionadas com a personalidade do agente.

O JULGAMENTO

Durante o Tribunal do Júri, foram ouvidas as testemunhas e os réus. A representante do Ministério Público, promotora Cristine Magella Corrêa Lima, e os advogados de defesa, Wandergleisson Fernandes (Artur) e Jairiane dos Santos (Bruno), tiveram suas falas durante o debate. Houve ainda réplica e tréplica de ambas as partes.

Na acusação, Cristine manteve a tese de que Bruno e Arthur são os autores do crime, argumentando que no vídeo que registrou o homicídio ambos aparecem atirando em Max. “Foi um homicídio qualificado, a vítima não teve chance de se defender”, enfatizou a promotora.

Já na sustentação da defesa de Arthur, Wandergleisson relembrou casos de pessoas inocentes que foram condenadas e destacou brechas no inquérito policial, como o fato do envolvimento de Arthur ser apontado cerca de cinco meses após o crime e a ausência do exame residuográfico, que indicaria o uso de uma arma de fogo.

Ao Correio de Carajás, o advogado declarou que, com a absolvição de Arthur, a justiça foi feita. “Não haviam provas que corroborassem o envolvimento dele no homicídio”, atesta Wandergleisson.

Wandergleisson (centro) foi o advogado responsável pela defesa de Arthur, réu absolvido pelo júri

Jairiane, na tentativa de atenuar a pena de Bruno, réu confesso, ponderou com os jurados que o rapaz estava sendo ameaçado por Max, por conta da dívida de um curió, e que agiu por influência de suas emoções.

A confissão espontânea de Bruno e a atenuante da menoridade relativa colaboraram para a pena do réu não ser maior.

(Luciana Araújo)