Correio de Carajás

Uepa desenvolve em Marabá e-book para auxiliar o aprendizado de alunos com deficiência

Com os objetivos de estimular o processo de formação de professores da educação básica, voltado para a educação inclusiva, e incentivar a produção de materiais didáticos com acessibilidade para o ensino de ciências naturais da rede pública, foi criado o e-book “Orientações Pedagógicas de Materiais Didáticos às Pessoas com Deficiência” pela Universidade do Estado do Pará (Uepa).

O livro é um dos resultados das atividades do Projeto de Pesquisa “Saberes e práticas da formação docente: da avaliação da educação inclusiva à produção de materiais didáticos destinados às pessoas com deficiência”, do Campus de Marabá da Uepa, com apoio da Fapespa.

Segundo o professor Airton Pereira, que é coordenador do projeto e um dos organizadores do e-book, junto a Danielle Rodrigues Monteiro da Costa e Miriam Rosa Pereira, o livro funciona como um manual com sugestões e orientações aos professores para possibilitar um melhor aprendizado aos alunos com deficiência visual.

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“O e-book foi criado a partir da percepção de que muitos professores e professoras que atuam na sala de aula de ensino comum, mas também no atendimento especializado, muitas vezes não passam por um processo de formação para lidar com alunos com deficiência e, de uma forma geral, encontram dificuldades de produzir materiais didáticos acessíveis”, afirma o coordenador. 

Para auxiliar na construção deste recurso didático facilitador, os envolvidos ouviram educadores e educadoras dos municípios de Marabá e de Itupiranga, para entender a realidade que vivem, as suas experiências práticas, as suas dificuldades, seus anseios e seus sonhos. 

LANÇAMENTO

Na quarta-feira (17), o e-book foi lançado na Feira Virtual das Editoras Universitárias pela Eduepa, editora responsável pelo livro virtual. Este é o primeiro lançamento realizado pela editora neste formato. 

“O ineditismo desse material para nós foi adaptar o e-book para aplicativos de leitura de imagens e de informações além do texto em si. Contemplar um público que poucas produções alcançam é muito gratificante. Foi um aprendizado muito grande sobre como elaborar um material pensando em um público diferente do que temos de referência. Fizemos um importante exercício de empatia para a produção”, explica Nilson Bezerra Neto, coordenador e Editor-Chefe da editora da Uepa. 

Cada detalhe da edição foi cuidadosamente pensado, como por exemplo, não hifenizar palavras, o que pode quebrar a leitura de pessoas com deficiência visual, assim como a utilização de letras grandes para contemplar a acessibilidade para pessoas com baixa visão, e a substituição de palavras que poderiam dificultar a leitura via aplicativos de leitor de tela. 

As ferramentas apresentadas no e-book destinam-se não apenas ao atendimento educacional especializado, como também podem ser aplicadas no ensino comum. “Este e-book pode estimular e facilitar o trabalho de professores que atuam na educação básica, que podem reproduzir as nossas sugestões ou ainda utilizar como modelo para desenvolver seus próprios materiais”, explica Airton Pereira.

DEFICIÊNCIA

O número total de alunos com deficiência em escolas de educação básica no Brasil cresceu seis vezes nos últimos 10 anos, segundo o Censo Escolar 2017, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). No município de Marabá, no sudeste paraense, essa realidade não é diferente. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, em 2017, a cidade possuía 1.812 alunos com deficiência matriculados no Ensino Fundamental da rede pública.

Confira o vídeo do Projeto de Pesquisa “Saberes e práticas da formação docente” e conheça alguns dos materiais didáticos sensoriais. (Agência Pará)