Alunos de Biomedicina da Universidade do Estado do Pará (UEPA), procuraram o CORREIO esta semana para se queixar de um problema que existe desde o início do curso e que perdura em 2019: a falta de professores para disciplinas. Eles pedem a contratação emergencial de mais docentes para atender à demanda das três turmas.
O problema não é novo, destacam, ao rememorar que desde que ingressaram na universidade em 2016, são prejudicados pelo mesmo fato. De acordo com a aluna e coordenadora do centro acadêmico de Biomedicina, Amanda Beatriz Adriano, também naquele ano foi prometida, pela antiga gestão do ex-governador Simão Jatene, a abertura de um Processo Seletivo Simplificado (PSS) para a contratação temporária de professores. Para o curso seriam sete.
“Os docentes que já eram da Uepa se manifestaram e afirmaram que entrariam com uma ação no Ministério Público caso não fossem contratados novos professores. Rapidamente um representante da universidade veio de Belém até Marabá e negociou com eles. Afirmou que até abril de 2017 seria liberado um edital para a contratação de novos professores”, afirmou.
Leia mais:Ainda segundo a estudante, a negociação não passou de uma promessa. “Esperamos abril, novembro e nada. Visto que eles não teriam a liberação desse edital, nosso coordenador foi solicitar um processo seletivo para professores temporários e conseguiu a autorização. Esse processo foi realizado no final do semestre passado e já existe a listagem dos candidatos aprovados”, disse.
Apesar disso, questionada pela Reportagem do CORREIO, Amanda explica que mesmo com a aprovação dos sete docentes temporários e o início do ano letivo na Uepa, somente uma professora será chamada para ocupar o cargo.
“As aulas já começaram, mas nem sinal dos novos professores. Nosso coordenador chegou a afirmar que não iniciaria o semestre sem os professores, porque as condições da turma de 2018 é muito preocupante, entretanto, para não atrasar mais ainda a turma, ele optou pelo início das aulas”, declarou.
Problema prolongado
Na tarde de ontem, a equipe de Reportagem foi até a Uepa para conversar com o coordenador adjunto do curso de Biomedicina, Sávio Reis, que confirmou as informações fornecidas pelos alunos ao jornal.
De acordo com ele, outros cursos da área de saúde também estão com problemas. “Para você ter uma ideia, cursos de saúde, como Biomedicina, iniciaram aqui no campus em 2012. O primeiro concurso para professores efetivos só foi realizado um ano depois, em 2013. Já começou errado desde essa época. Infelizmente esse é um problema que se arrasta há anos, de não se ter professores o suficiente para atender a demanda das turmas”, revelou.
Segundo o coordenador, no último ano a situação se agravou com o aumento de alunos. “Como os alunos já falaram, dos sete professores aprovados no processo, somente uma foi chamada. Aqui em Marabá nós ficamos limitados pela distância da capital, então fazemos esses pedidos de novas contratações com antecedência de vários meses, mas dificilmente somos atendidos, infelizmente”, lamentou.
Ainda de acordo com o coordenador, se dos sete aprovados fossem chamados no mínimo três, a situação das turmas para o ano letivo de 2019 e 2020 já seria resolvida. “Fazemos esse apelo à Sead para que o órgão consiga ao menos ocupar uma parte dessas vagas, dessa maneira fazendo com que o curso tenha um andamento e que os alunos não sejam prejudicados”, finalizou.
Procurada pela Reportagem, a Uepa em Belém informou, através de um e-mail, que finalizou junto a Secretaria de Administração do Estado do Pará (Sead) o processo simplificado de contratação dos professores do curso de biomedicina e que a instituição retornou às atividades normais do campus VIII, em Marabá. (Karine Sued)