Correio de Carajás

Túnel da Folha 33 cede com as chuvas e ameaça trânsito na rodovia

Prefeitura tem feito contenção de danos para tentar evitar erosão da principal via que corta a cidade de Marabá

Erosão, após obras da Prefeitura, já estava colocando em risco o tráfego de veículos na Rodovia Transamazônica

Marabá enfrenta mais um capítulo de frustração e descontentamento com o atraso na entrega de uma obra pública vital para a comunidade local. O túnel planejado para conectar as Folhas 32 e 33, no núcleo Nova Marabá, proporcionando uma travessia segura aos pedestres sob a Rodovia BR-230, a popular Transamazônica, permanece incompleto e agora sofre com os impactos das chuvas do inverno amazônico.

Anunciada com pompa e circunstância em maio de 2023, inclusive com notícia no Correio de Carajás, a construção do túnel era prometida como uma solução há muito esperada para os residentes da área. Contudo, a promessa de entrega em 45 dias, conforme estabelecido pela própria Prefeitura de Marabá à reportagem, à época, não apenas falhou, mas agora é evidente que o projeto não está nem perto de sua conclusão, gerando inúmeras inconveniências e perigos para a população e veículos.

O secretário municipal de Obras, Fábio Moreira, justifica os atrasos, apontando as fortes chuvas como principal vilão. No entanto, esses contratempos climáticos parecem revelar mais sobre a falta de planejamento e previsão dos responsáveis pelo projeto do que sobre qualquer interferência externa.

Leia mais:
No túnel, a terra também cedeu, precisando de remendo imediato para evitar o pior

O orçamento inicialmente estimado em mais de R$ 2,5 milhões, destinado à drenagem das marginais das Folhas 32 e 33 e à escavação do túnel, já sugere uma obra de envergadura considerável. No entanto, mesmo com duas fases concluídas, a execução do túnel permanece em um estado de limbo, frustrando as expectativas da comunidade local.

A situação torna-se ainda mais crítica quando observamos as medidas paliativas adotadas pela Secretaria de Vias e Obras Públicas (SEVOP) para conter os danos causados pelas chuvas ao redor da abertura do túnel. Em um ponto, a Prefeitura utiliza os chamados rip raps (sacos com areia e cimento), enquanto em outro recorreu a bueiros (enchendo com aterro e depois concretar).

A falta de acesso seguro à Transamazônica coloca em risco a vida de crianças que precisam cruzar a rodovia para chegar às escolas, além de dificultar o cotidiano dos habitantes locais, que veem suas rotinas impactadas por uma obra inacabada.

Procurada pela reportagem deste CORREIO, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura (SECOM) se manteve em silêncio.

(Thays Araujo)