Apesar de precário e muito criticado, o transporte coletivo em Marabá atende 525.957 usuários por mês. Os dados, fornecidos ao CORREIO pela Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan), mostram que deste total, 77.350 pessoas têm direito à gratuidade e outras 126.587 pagam a meia passagem. Com a tarifa custando R$3,20 e supondo que os passageiros gastem uma passagem por dia, a soma do valor cheio, somando com as meias passagens, resulta em pouco mais de R$1,2 milhão à Rede de Transporte Coletivo de Marabá (RTCM).
Embora pareça muito dinheiro, é desse total que a empresa tem que tirar o pagamento de funcionários, a manutenção de carros e os impostos. “A empresa está em recuperação judicial e tem perdido público para o transporte alternativo. A empresa tem a consciência de que para retomar o número de usuários, tem que melhorar o serviço e também é interesse nosso, do poder público, que isso aconteça”, afirma Karam El Hajjar, secretário de Planejamento. Segundo ele, a perda de passageiros vem acontecendo desde 2016.
“Hoje, é deficitária a empresa, a tarifa está muito abaixo do que eles precisam. Mas não necessariamente você aumentar o preço da tarifa vai resolver. Então o que é preciso fazer é colocar o Terminal de Integração. Com isso, vamos melhorar o serviço e depois se discute a tarifa”, frisou. Para Karam, a construção do terminal é mais urgente para dar uma solução à questão do transporte público da cidade. Hoje, a RTCM conta com 67 ônibus, e coloca 50 para rodar, mantendo 10 carros na reserva e sete em manutenção.
Leia mais:É com estes veículos que a companhia consegue cumprir as 23 rotas dentro de Marabá. “Esse fluxo hoje, para a empresa, é muito oneroso, porque o ônibus que sai lá de Morada Nova passa por todas as localidades”, lembrou El Hajjar.
MUDANÇAS
Diante da precariedade do serviço, ele acrescentou que estão previstas algumas mudanças no sistema de transporte e que serão possíveis após a sanção do Projeto de Lei que institui o Plano Municipal de Mobilidade Urbana e regulamenta as Políticas para Mobilidade e Acessibilidade contidas no Plano Diretor Participativo de Marabá.
“Nós precisamos regulamentar o sistema de transporte entre os distritos sede e os rurais em um prazo de dois anos. Assegurar o serviço de transporte coletivo em horário noturno e nos finais de semana e feriado, de forma rotineira e segura. Disponibilizar veículos de transporte com acessibilidade para pessoa com deficiência de mobilidade reduzida em todos os ônibus”, destacou.
Mas não será apenas o transporte coletivo que sofrerá alterações, como Karam mesmo ressalta, o artigo 30 do Plano Municipal de Mobilidade Urbana traz planejamento também para os demais meios de transporte. O secretário repassa que o município conta com 314 táxis normais, 212 convencionais, 78 especiais em núcleos urbanos e 24 em vilas rurais, além de 78 táxis-lotação e 700 mototáxis. Dentre as medidas está a reestruturação do sistema de tarifação para o transporte de moto táxi, para evitar cobranças abusivas.
O Plano também contempla a readequação da localização dos pontos de embarque e a melhoria da sinalização destes locais. Questionado sobre o prazo para a implantação das mudanças, o secretário lembrou que o Projeto de Lei precisa ser aprovado na Câmara de Vereadores, passar por sanção do Executivo e também vai depender dos recursos financeiros da gestão municipal para funcionar. (Nathália Viegas e Chagas Filho)