Correio de Carajás

Transmissão da Covid-19 no Brasil não está diminuindo, alerta OMS

O diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, alertou nesta segunda-feira (10) que o Brasil ainda tem altos níveis de transmissão da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).

O Brasil está sustentando um nível muito alto de epidemia. A curva [de transmissão] achatou um pouco, mas não está diminuindo“, alertou Ryan.

Ryan lembrou que, apesar de o número de casos no Brasil crescer cerca de 10% por semana, o número de casos no país é muito alto. Além disso, a quantidade de casos positivos entre as pessoas que são testadas está em torno de 20% – o que, segundo ele, é “muito alta”.

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Muitos dos indicadores para o Brasil estão realmente apontando para transmissão comunitária contínua, pressão contínua no sistema de saúde“, afirmou o diretor de emergências.

No sábado (8), o Brasil ultrapassou a marca dos 100 mil mortos pela Covid-19. É o segundo maior número do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. No fim de semana, o país também passou os 3 milhões de casos.


Segundo o diretor de emergências da OMS, a taxa de transmissão da doença – o chamado R0 – no país oscila entre 1,1 e 1,5. Isso significa que uma pessoa infectada contamina, em média, mais de uma outra. Para que a disseminação da doença fique sob controle, o R0 precisa estar abaixo de 1 (ou seja, é preciso que uma pessoa infectada não consiga contaminar nenhuma outra).

Ryan pontuou, mais uma vez, a dificuldade de manter as medidas de controle do vírus, como o uso de máscaras e o isolamento social, particularmente entre as pessoas mais pobres, por causa da falta de recursos.

É muito difícil, porém, para muitas, muitas pessoas no Brasil – muitas vivem em lugares superlotados e pobres, onde sustentar esse tipo de atividade é difícil. O governo deveria estar apoiando essas comunidades – é muito difícil agir como uma comunidade se você não tem apoio“, lembrou.

“Você precisa empoderar as pessoas com atos, recursos, conhecimento. As comunidades não podem agir com as mãos atadas. Elas precisam receber os meios, os recursos, o conhecimento”, disse. (Fonte: G1)