Após afirmar que não iria divulgar a identidade de um dos membros da tripulação do helicóptero militar que se envolveu em uma colisão com um avião da American Airlines, em Washington, na semana passada, o Exército dos EUA voltou atrás.
Neste sábado (1º), a família da militar Rebecca M. Lobach, de 28 anos, que havia pedido privacidade e decidido não permitir que seu nome fosse revelado, voltou atrás em sua decisão e emitiu uma declaração, descrevendo suas realizações e qualificações.
Oficiais do Exército disseram, na sexta-feira (31), que a Capitã Lobach estava passando por seu voo anual de avaliação, com o suboficial Andrew Loyd Eaves, de 39 anos, servindo como seu avaliador. O sargento Ryan Austin O’Hara, de 28, também estava na aeronave e morreu.
Leia mais:A capitã Lobach era formada pelo ROTC na Universidade da Carolina do Norte e se juntou ao Exército em janeiro de 2019. Ela serviu duas vezes como líder de pelotão e oficial executiva de companhia no 12º Batalhão de Aviação em Fort Belvoir, Virgínia. Com mais de 450 horas de voo, ela foi certificada como piloto em comando.
A questão da identidade da capitã, que pilotava o helicóptero no momento da colisão, se tornou potencialmente sensível após o presidente americano, Donald Trump, culpar, sem evidências, a diversidade pelo acidente – investigadores ainda estão tentando determinar o que causou o desastre.
Segundo a agência de notícias AFP, as operações do Corpo de Bombeiros no Rio Potomac, onde ainda estão corpos das vítimas e destroços do avião, alcançaram a identificação e recuperação de 55 dos 67 mortos, neste domingo (2).
Na sexta, o presidente americano, Donald Trump, ao falar do acidente, afirmou que a aeronave estava voando “alto demais” e “muito além” do limite da altitude que deveria estar no momento da batida.
“O helicóptero Blackhawk estava voando muito alto, muito alto. Estava muito acima do limite de 200 pés. Isso não é muito complicado de entender, é???”, escreveu em sua rede social Truth Social, sem informar se a conclusão foi da investigação sobre o caso.
A avaliação inicial da Agência de Aviação Civil dos EUA (FAA) aponta para a torre de controle. Segundo um primeiro relatório da agência ao que a imprensa norte-americana e agências de notícias disseram ter tido acesso, a torre tinha menos controladores de voos operando no momento da colisão do que deveria haver para aquele período.
Uma fonte local ouvida pela Reuters disse que apenas um controlador, em vez de dois, estava lidando com o tráfego local de aviões e helicópteros na quarta-feira à noite no aeroporto Ronald Reagan, de onde o avião da American Airlines se aproximava para pousar no momento da batida.
Já o Conselho Nacional de Transportes começou a analisar as caixas pretas encontradas também na quinta pelas equipes de regaste. O conselho está estudando o gravador de voz da cabine e o gravador de dados de voo do avião CRJ700, da American Airlines.
O relatório preliminar sobre o acidente deve sair em 30 dias, como é de praxe.
O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, em inglês), agência responsável pela investigação de acidentes aéreos dos EUA, disse nesta quinta-feira (30) que encontrou as caixas-pretas do Bombardier CRJ700 da American Airlines.
Segundo os investigadores, foram retirados do rio Potomac tanto o gravador de voz do cockpit quanto o gravador de dados de voo. Os equipamentos seguem agora para o laboratório do NTSB para avaliação.
As caixas pretas dos aviões são essenciais para ajudar a elucidar as causas de desastres aéreos e, assim, auxiliar na prevenção deles. Por exemplo: as caixas pretas do voo 447 da AirFrance, que caiu no Atlântico em 2009, puderam ser localizadas quase dois anos depois da queda da aeronave que fazia o trajeto Rio-Paris.
Os equipamentos são feitos de materiais ultra-resistentes. É esperado, portanto, que elas não tenham sido danificadas pela colisão e a queda no rio.
(Fonte:G1)