Correio de Carajás

Trabalhar de bike em Marabá já é opção até para quem tem carro

Mesmo sem ciclovias, muitos marabaenses vão de bicicleta para o trabalho, por saúde ou necessidade

Todo mundo sabe da importância de separar um tempinho para se exercitar. Mesmo com a correria do dia a dia, as pessoas costumam tirar alguns minutos do seu dia para realizar alguma atividade física. E que tal se for no horário que vai trabalhar?

Já virou tradição pegar a bicicleta para ir ao trabalho todas as segundas sextas-feiras de maio. Neste ano, a data foi comemorada na sexta-feira, dia 14 de maio. Foi o “Dia de Bike ao Trabalho”. Porém, muitos já adotaram as bicicletas como principal meio de transporte para se deslocar pela cidade, principalmente para ir ao trabalho, e as utilizam quase todos os dias. O cenário e o contexto da pandemia também motivaram muitas pessoas a adotarem as bicicletas.

Foi o que aconteceu com Elcides Alexandre – conhecido como Arara – que trabalha em uma gráfica em Marabá.

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Ele veio de Pernambuco e explica que começou a pedalar há 5 anos como forma de praticar um exercício físico. Contudo, com o tempo passou a perceber a grande economia financeira que estava tendo por não utilizar o carro nesse trajeto.

“Mesmo tendo automóvel, optei por utilizar a bicicleta como meio de transporte para ir e voltar do trabalho. Moro há uma distância de aproximadamente 4,5km, e faço esse percurso de segunda a sexta. A economia no bolso foi enorme”, comemora.

Para ele, pedalar de manhã cedo e no final da tarde tem suas vantagens, como ver o nascer e o por do sol e admirar a paisagem da cidade enquanto se prepara para ir trabalhar.

“Virou meu estilo de vida. Minha esposa também ia ao trabalho de bicicleta”, conta Elcides, afirmando que ela também seguiu seus passos e, juntos, pedalam aos finais de semana, às vezes mais de 150 quilômetros em apenas um dia.

Além de pedalar para ir trabalhar, Elcides utiliza a bicicleta para praticar seu esporte favorito: o ciclismo. Toda noite ele costuma pedalar, fechando semanalmente entre 150km a 200km rodados em cima da “magrela”, enfatiza Arara, explicando que nesse momento entra em cena o esportista.

“Aconselho as pessoas a procurarem um esporte. Eu pedalo há 5 anos e minha saúde melhorou muito. Melhorei meu bem estar e minha alimentação”, finaliza.

O betoneiro José Arnaldo Gomes da Silva passou a ir para o trabalho de bicicleta em fevereiro de 2020, um pouco antes da pandemia chegar em Marabá. Desde então, ele não pensa mais em usar o transporte público, principalmente como meio de evitar aglomerações dentro de ônibus. “Além disso, antes eu ficava 1h20 minutos no ônibus até chegar ao serviço. Hoje, eu gasto 35 minutos”, diz o trabalhador, que mora na folha 7 e se desloca até o núcleo Cidade Nova.

José Arnaldo passa mais tempo com a família depois de trocar o ônibus pela bicicleta/ Fotos: Evangelista Rocha

Além de contribuir para a prevenção contra possíveis contágios com o coronavírus, ele ainda afirma que o deslocamento até o serviço de bicicleta tem contribuído para a sua saúde em geral e sua convivência com a família. “Eu chego bem mais disposto ao trabalho. Sem falar que posso ficar mais tempo com minha família, já que ganho o tempo em que ficaria no transporte coletivo”, afirma José Arnaldo.

Tanto Arnaldo quanto Arara esperam que a cidade ganhe ciclovias para que mais ciclistas possam usar suas bikes não apenas para o lazer, mas também para o trabalho, como eles. (Ana Mangas)