📅 Publicado em 08/10/2025 15h49✏️ Atualizado em 08/10/2025 15h57
Moradores e produtores da zona rural de Marabá e municípios vizinhos, organizados na recém-criada comissão, cobram a retomada de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com empresas de mineração e o poder público para garantir a trafegabilidade e o desenvolvimento da área, que sofre com a precariedade das estradas há décadas.
Cansados de conviver com as péssimas condições de trafegabilidade da Estrada do Rio Preto e suas vicinais, moradores, produtores rurais e lideranças de diversas comunidades na zona rural de Marabá, no sudeste do Pará, uniram-se para formar a “Comissão Todos pela Estrada do Rio Preto”. A iniciativa busca mobilizar o poder público e a iniciativa privada para a retomada de investimentos e a efetiva melhoria da infraestrutura viária, essencial para o escoamento da produção e para a qualidade de vida da população local.
A região do Rio Preto, que abrange mais de 200 quilômetros de estradas vicinais, é um importante polo de produção agropecuária, com destaque para a criação de gado de corte e o cultivo de açaí. Além disso, a área é estratégica para o setor de mineração, servindo como rota para o transporte de minério extraído por grandes empresas como Vale e Buritirama.
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Segundo Sezostrys Alves da Costa, membro da comissão, o fluxo diário chega a quase 200 caminhões carregados, o que contribui significativamente para a deterioração das vias.
“A demanda da Comissão da Estrada do Rio Preto, a associação recentemente criada, é para que o Estado, a Assembleia, possa mobilizar o Estado, através das Secretarias de Mineração, SEMA, Ministério Público, para poder retomar o TAC que existiu lá atrás com a Buritirama, a Prefeitura e o Governo do Estado, para poder viabilizar os investimentos na Estrada do Rio Preto”, afirma Sezostrys em entrevista.
A principal reivindicação do grupo é a reativação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado em 2019 com a empresa Buritirama Mineração, que se encontra em recuperação judicial. O objetivo é garantir que as empresas que exploram os recursos minerais da região contribuam efetivamente para a manutenção e melhoria da infraestrutura rodoviária. Em ofício encaminhado à Assembleia Legislativa do Estado do Pará, a comissão solicita a intermediação junto ao governo e secretarias para que os impostos gerados pela atividade mineradora sejam revertidos em benefícios para a comunidade.
Paralelamente, a comissão tem buscado outras frentes de atuação. Recentemente, seus membros se reuniram com o Diretor-Geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DENIT) para discutir a federalização da estrada.
“O DENIT vai tratar disso a partir da ordem de serviço para fazer o estudo de viabilidade técnica e econômica da federalização”, explica Sezostrys, indicando um caminho que pode trazer uma solução definitiva para o problema.
A mobilização da Comissão “Todos pela Estrada do Rio Preto” representa um esforço coletivo para transformar a realidade de uma região que, apesar de sua importância econômica para o estado e para o país, sofre com o abandono e a falta de infraestrutura. A expectativa é que a união entre a sociedade civil organizada, o poder público e as empresas que atuam na área possa, finalmente, pavimentar um futuro de mais desenvolvimento e dignidade para milhares de pessoas.