Tite faz hoje a última convocação antes da lista da Copa

A lista também vai trazer respostas para algumas questões de Tite e de seus auxiliares. A briga por posições ficou escancarada na última lista com três laterais-esquerdos e oito atacantes.

O trio está consolidado há algumas listas com Tite e dessa vez vai estar completo. Na convocação de junho, Ederson, do Manchester City, foi cortado por lesão. Alisson, do Liverpool, e Weverton, do Palmeiras, são as outras duas figurinhas carimbadas da posição.

Outra posição em que há um trio com distância significativa para as demais opções. Thiago Silva, que vai completar 38 anos no dia 22 de setembro, segue em boa forma no Chelsea, apesar de jogar em sistema diferente da Seleção de Tite – particularidade que muitos outros convocados vivem, por sinal. Marquinhos, do PSG, e Éder Militão, do Real Madrid, são nomes certos na lista.

A dúvida fica pelo quarto homem a ser chamado. Gabriel Magalhães, do Arsenal, tem quatro convocações (e um corte), mas até hoje não atuou nem um minuto sequer com Tite. Na última convocação, de junho, contra Coreia do Sul e Japão, estava lesionado, mas não foi cortado.

A seleção brasileira acompanha de perto a recuperação de Lucas Veríssimo, do Benfica, que está recuperado da cirurgia no joelho direito, mas ainda não voltou a jogar. O auxiliar Matheus Bachi e o preparador físico Fabio Mahseradjian estiveram pessoalmente com Lucas em Lisboa, acompanhando treinos e em contato com profissionais do clube português.

As observações de Tite e cia têm ainda Bremer, recém contratado pela Juventus, e Ibañez, da Roma. São alternativas, assim como Felipe, do Atlético de Madrid, e Léo Ortiz, do Bragantino.

Titular em toda a campanha das Eliminatórias, Danilo retorna depois de sofrer com dores na face plantar (sola) do pé direito. Ele vem experimentando mais funções ainda pela Juventus – jogou de zagueiro pela esquerda num sistema de três defensores, mas também já jogou como volante em outros momentos pela Velha Senhora.

Daniel Alves, de 39 anos, depois de 10 jogos duros no México – somente na sua nona partida pela Liga venceu a primeira -, suscita dúvidas da porta para fora da CBF, mas é um jogador ao qual Tite dificilmente vai abrir mão.

O auxiliar técnico Cesar Sampaio e o fisiologista Guilherme Passos estiveram com ele na Cidade do México para acompanhar duas partidas. Dani atua como meia central em boa parte dos seus quase 1.000 minutos em pouco mais de um mês em ação pelo Pumas – para se ter ideia da comparação, pelo Barcelona, em cinco meses foram 1.100 minutos.

Do lado esquerdo, depois de chamar na última lista Alex Sandro, da Juventus, Alex Telles, que se transferiu do Manchester United para o Sevilha, e Guilherme Arana, do Atlético-MG, a tendência é de que Tite defina dois que estão na frente na avaliação da comissão técnica. Mas há um jogador fora antecipadamente. Arana sofreu entorse no joelho esquerdo no fim do empate do Atlético-MG contra o Bragantino e não volta a jogar neste ano. Uma infelicidade para o lateral-esquerdo campeão olímpico.

Corre por fora Renan Lodi, que saiu por empréstimo do Atlético de Madrid para o Nothinghan Forest, da Inglaterra. De estilo mais ofensivo, Lodi foi destaque no início das Eliminatórias – tem cinco assistências em 15 jogos pela Seleção -, mas perdeu espaço por mudança de sistema de jogo de Tite – que o usava muitas vezes como o homem de profundidade pela esquerda (hoje Tite trabalha com Vini Jr e até o meia Lucas Paquetá) – e também pela falha na final da Copa América contra a Argentina.

Casemiro e Fabinho seguem no pelotão da frente como primeiro homem de meio de campo. Sempre à frente o agora jogador do Manchester United. Seu companheiro de clube, Fred, começou a temporada no banco, mas é titular da Seleção.

O quarto homem da posição é Bruno Guimarães, do Newcastle. Ele jogou pela última vez no dia 24 de agosto, sofreu edema na coxa, mas está próximo do retorno aos jogos. A seleção brasileira avalia a situação, mas não deve ser problema para o chamado de Tite.

Outros jogadores recentemente convocados foram Gerson, que também retornou de lesão no Olympique de Marselha, e Douglas Luiz, que faz boa temporada pelo Aston Villa. Mas é mais visto por Tite como primeiro homem de meio de campo. Arthur, novo reforço do Liverpool, corre por fora, assim como Danilo, do Palmeiras, que esteve na última lista, mas não estreou. André, do Fluminense, foi observado pela comissão técnica de Tite em pelo menos três jogos no estádio.

Mais à frente, Tite tem Lucas Paquetá como um nome certo. De casa nova, após trocar o Lyon pelo West Ham, o meia de 25 anos esteve presente em 15 das 18 convocações nesse ciclo de Copa do Mundo.

Quem também tem muito prestígio com o treinador é Philippe Coutinho, que recuperou espaço na Seleção após grave lesão sofrida. Embora já tenha vivido momentos de maior protagonismo no Aston Villa – ficou no banco em três partidas das sete que fez na atual temporada -, o meia esteve presente nas últimas quatro convocações e fez três gols.

Em paralelo a esses nomes mais consolidados, outros vêm sendo observados pela comissão técnica e ainda sonham com uma chance nessa lista e, quem sabe, na Copa. É o caso, por exemplo, de Gustavo Scarpa, do Palmeiras, que “está jogando muito” segundo Tite, em entrevista recente. O técnico também gosta do rubro-negro Éverton Ribeiro, que esteve na Seleção em boa parte desse ciclo, mas ficou fora das últimas duas convocações.

Posição em que há fartura de opções e muita concorrência. A maior expectativa é pela convocação de Pedro, que vive fase espetacular no Flamengo. No mês passado, Tite falou que a presença do atacante na lista dos dois próximos amistosos é “bastante provável”. Disse que o jogador está “se convocando”.

Além dele, outro que deve reaparecer na Seleção é Antony, um dos protagonistas da última janela de transferências da Europa, ao trocar o Ajax pelo Manchester United. O atacante de 22 anos ganhou espaço no grupo canarinho desde o ano passado, mas ficou fora da última lista por estar machucado.

Mas quem sai para eles entrarem? Aí é que está a dúvida. O ataque tem nomes certos, como Neymar, Vini Júnior e Gabriel Jesus, e outros que muito dificilmente sairão da lista de Tite, como Raphinha e Richarlison. Assim, sobram poucas vagas.

Em junho, nos amistosos contra Coreia do Sul e Japão, também foram oito convocados para o ataque, o que incluiu Matheus Cunha, Gabriel Martinelli e Rodrygo. O primeiro começou a temporada no banco do Atlético de Madrid e ficou fora dos últimos dois jogos por conta de uma lesão muscular. Já o segundo vem bem pelo Arsenal, com três gols em sete jogos, enquanto o terceiro ainda busca espaço como titular no Real Madrid, mas sempre aparece bem no time merengue. Ele jogou 145 minutos ao longo de quatro partidas, com um gol e uma assistência.

Com a volta de Antony e provável acréscimo de Pedro, se Tite levar oito atacantes apenas um entre Cunha, Martinelli e Rodrygo devem voltar à lista. Se decidir por nove atacantes, dois têm chances.

Gabigol perdeu espaço e ficou fora das últimas duas convocações, mas segue no radar, assim como Roberto Firmino. Prejudicado por lesões, o jogador do Liverpool não atua com a amarelinha desde a final da Copa América do ano passado, mas fez três gols e três assistências nos sete primeiros jogos disputados pelo Liverpool na temporada.

Em entrevistas recentes, Tite chegou a citar Pedro Raúl, atacante do Goiás que é o artilheiro do Brasileirão, mas pareceu muito mais um exercício do ofício de treinador da Seleção – além de um disfarce por tanto falar de Pedro nas entrevistas.