Ainda em sua gestão anterior, entre os anos de 2005 a 2008, Tião Miranda abandonou o Gabinete Oficial, na Folha 31, e instalou um paralelo na Secretaria de Viação e Obras Públicas, na folha 35, de onde acompanha de perto a execução de obras, recebe secretários municipais, despacha com vereadores e outras autoridades. Diferente de seus dois últimos antecessores, não aparece tanto em eventos sociais e prefere enviar representantes. Todavia, nas últimas semanas, ele tem saído mais do casulo, participa de cerimônias e celebrações, como sarau da Fundação Casa da Cultura e dos Festejos Juninos. E foi nessa última que TM (como é chamado pelos assessores mais próximos) encontrou um tempo para a entrevista de 16 minutos com a Reportagem do Portal Correio por volta de 2h30, após a entrega de premiação aos campeões. A seguir, a conversa com ele na íntegra:
CORREIO DE CARAJÁS – O verão chegou e a Prefeitura ainda não começou o chamado “pacote de obras” na cidade. O que está faltando?
TIÃO MIRANDA – Temos várias obras que já estão sendo licitadas, indo para concorrência pública, sendo algumas de emendas parlamentares, outras com recursos da Vale, e outras da Caixa, as quais vamos iniciar os projetos executivos. E isso é extremamente importante, sem os projetos com detalhamento evitam surpresas durante a execução. E isso já aconteceu, principalmente, com as obras de pavimentação, que é cara e se não forem bem feitas a gente acaba jogando os recursos fora. O asfalto precisa ter uma base boa, com drenagem profunda e contratamos uma empresa que, em parceria com nosso pessoal, está elaborando os projetos executivos. Mas em breve vamos começar a liberar essas obras, com asfalto de ruas, reforma de colégio e uma série de coisas mais.
Leia mais:CORREIO DE CARAJÁS – O senhor construiu e sempre se orgulhou da Orla do Rio Tocantins, que leva o nome de seu pai, mas hoje aquela área está decadente. Pretende revitalizá-la?
TIÃO MIRANDA – Já abrimos concorrência para recuperar totalmente a Orla. As obras deverão ser executadas ainda neste verão, e vamos restaurá-la ao padrão original com guarda corpos, reforma das quadras do Santa Rosa, colocação de novos bancos, nova pintura. Os trabalhos de restauração devem consumir recursos superiores a R$ 1 milhão. A gente deve priorizar a orla porque ela é o cartão postal de Marabá, com uma vista belíssima para o Rio Tocantins.
CORREIO DE CARAJÁS – O ministro Helder Barbalho estava envidando esforços para conseguir recursos para obras de contenção no Rio Itacaiunas. Já foi confirmado projeto?
TIÃO MIRANDA – Estamos esperançosos com essa obra. Não saiu o dinheiro do Ministério da Integração Nacional. Elaboramos o projeto, demos entrada no Ministério e tudo, mas até agora estamos esperando o convênio ser assinado. Eu só falo em obras quando estou com o recurso na conta.
CORREIO DE CARAJÁS – Quase a totalidade das 200 escolas municipais clama por reforma. Os recursos do Fundeb parecem ser insuficientes. Vai reformar escolas este ano?
TIÃO MIRANDA – Temos muitas obras de reformas de escolas e postos de saúde em vista. O Colégio Cristo Rei, no Jardim União, ficou oito anos parado e agora colocamos para terminar e até o fim do ano estará pronto. Outras escolas da cidade e do campo também serão reformadas. Na vila Brejo do Meio o posto de saúde também vai passar por reforma. Mas também pretendemos em breve reformar nossas praças, as feiras, como a da Laranjeiras.
CORREIO DE CARAJÁS – E como está o pagamento de dívidas das gestões anteriores?
TIÃO MIRANDA – Eu tinha feito um levantamento até terça-feira da semana passada, já tinha pagado quase R$ 22 milhões do passivo dos anos anteriores, entre salários, INSS, fornecedores, Ipasemar. Só de energia elétrica havia um débito de R$ 2 milhões atrasados. Quer dizer que se eu tivesse esse recurso para investir agora, faria muita diferença. Nesta semana, a gente já libera a metade do 13º salário, porque é uma tradição nossa, vamos liberar para os servidores terem esse recurso extra e vamos montar um calendário para pagamento dos salários atrasados de dezembro. Temos muitas dívidas que estamos parcelando e pagando. Se somarmos todas elas, chegaremos a um montante superior a R$ 200 milhões.
CORREIO DE CARAJÁS – A dívida com o Ipasemar era algo muito grave, principalmente a parte dos servidores, que não podia ser parcelada. Como está?
TIÃO MIRANDA – Acredito que neste mês vamos parcelar a dívida com o INSS, que chega a quase R$ 30 milhões. E com o Ipasemar são mais de R$ 35 milhões para parcelar. Hoje, a emenda que foi aprovada, Medida Provisória 788, do presidente Michel Temer, regulamentada que os institutos de previdência por regime próprio, podem parcelar dívidas do patronal e do empregado. É uma maneira da gente poder pagar porque a dívida está enorme. Vamos pagar uma parte, cerca de R$ 700 mil, e o resto em 200 parcelas, inclusive fizemos reuniões com o delegado da Receita Federal, pegamos orientações importantes com ele e vamos parcelar justamente para retirar a prefeitura do CAUC. Vamos pagar o Ipasemar em dia e também os atrasados para deixar o município adimplente para fazermos vários convênios para termos mais recursos para investir na cidade.
CORREIO DE CARAJÁS – E como fica o pagamento dos salários atrasados dos servidores referentes à gestão anterior?
TIÃO MIRANDA – Há muitos contratados que já pagamos. Para os concursados farei um parcelamento (acordo realizado na Justiça nesta segunda-feira, após essa entrevista). Apenas a parcela de julho do 13º são R$ 10 milhões que vamos repassar aos servidores. O patronal, com encargos e um terço de férias, o salário de junho, mais o vale alimentação e o 13º e um terço de férias dos professores gastamos R$ 46 milhões. Isso é bastante representativo, mas só temos isso porque guardamos recursos. Se eu não adiantasse o 13º, poderíamos aplicar esse dinheiro até dezembro, mas não vamos fazer isso porque adiantando este dinheiro para o servidor é uma maneira de compensar o parcelamento do salário de dezembro.
CORREIO DE CARAJÁS – O senhor costuma dizer que guarda recursos em caixa para investimentos. O que está previsto para investir este ano?
TIÃO MIRANDA – A Prefeitura sempre paga salário dentro do mês e todos os fornecedores estão sendo pagos. Vamos adquirir em poucos dias diversos veículos, com investimento de mais de R$ 1 milhão em veículos com recursos próprios. Vamos sair do aluguel e distribuir essa frota em várias secretarias para otimizar e usar melhor os recursos. É o meu estilo de trabalhar, sou administrador/gestor. Não temos perfil de político tradicional, de dar tapinha e ficar prometendo. Eu gosto de fazer, mas planejar primeiro, controlando o financeiro, que é fundamental para manter os compromissos em dia. Hoje, o funcionário pode ter certeza que até no dia 30 está com o salário na conta e os encargos também são pagos, como Ipasemar e INSS. Isso é importante porque se trata da aposentadoria futura dos servidores.
CORREIO DE CARAJÁS – Os recursos dos royalties da mineração têm sido importantes para sua gestão neste momento inicial de crise?
TIÃO MIRANDA – Acho que este recurso é muito importante e o usamos e o usamos em várias áreas da municipalidade, investindo em saúde, educação e infraestrutura. Posso afirmar que a Prefeitura de Marabá está começando a entrar no eixo financeiro, com equilíbrio da folha de pagamento que era muito alta. Meu compromisso é com a população de Marabá. Quero deixar essa prefeitura saneada, equilibrada, com as contas em dia e as coisas andando.
CORREIO DE CARAJÁS – Antes da eleição, o senhor já falava em não buscar um segundo mandato consecutivo. Desistiu da ideia?
TIÃO MIRANDA – Eu não penso em reeleição, penso no meu mandato, em cumpri-lo bem. Não estou preocupado com a reeleição. Vocês acompanharam que havia uma resistência da minha parte em assumir a Prefeitura por causa da grande responsabilidade, muitos compromissos, mas já que assumimos, à medida que resolvemos os problemas, precisamos ir para frente e gerenciar bem todos os setores. Todos os dias eu trabalho e trabalho muito, gosto e sou viciado em trabalhar. Estou presente na Prefeitura todos os dias. Me dedico muito à cidade de Marabá, onde nasci. Quero ver essa terra crescer e as pessoas acreditando na cidade. Sobre minha saúde? Estou recuperando e acho que o trabalho está me fazendo bem, me ocupa a cabeça. Montei uma equipe boa, e cada dia estamos mais entrosados e as coisas estão caminhando positivamente. Vamos resgatar essa imagem positiva de Marabá e a autoestima da população. (Ulisses Pompeu e Luciana Marschall)
Ainda em sua gestão anterior, entre os anos de 2005 a 2008, Tião Miranda abandonou o Gabinete Oficial, na Folha 31, e instalou um paralelo na Secretaria de Viação e Obras Públicas, na folha 35, de onde acompanha de perto a execução de obras, recebe secretários municipais, despacha com vereadores e outras autoridades. Diferente de seus dois últimos antecessores, não aparece tanto em eventos sociais e prefere enviar representantes. Todavia, nas últimas semanas, ele tem saído mais do casulo, participa de cerimônias e celebrações, como sarau da Fundação Casa da Cultura e dos Festejos Juninos. E foi nessa última que TM (como é chamado pelos assessores mais próximos) encontrou um tempo para a entrevista de 16 minutos com a Reportagem do Portal Correio por volta de 2h30, após a entrega de premiação aos campeões. A seguir, a conversa com ele na íntegra:
CORREIO DE CARAJÁS – O verão chegou e a Prefeitura ainda não começou o chamado “pacote de obras” na cidade. O que está faltando?
TIÃO MIRANDA – Temos várias obras que já estão sendo licitadas, indo para concorrência pública, sendo algumas de emendas parlamentares, outras com recursos da Vale, e outras da Caixa, as quais vamos iniciar os projetos executivos. E isso é extremamente importante, sem os projetos com detalhamento evitam surpresas durante a execução. E isso já aconteceu, principalmente, com as obras de pavimentação, que é cara e se não forem bem feitas a gente acaba jogando os recursos fora. O asfalto precisa ter uma base boa, com drenagem profunda e contratamos uma empresa que, em parceria com nosso pessoal, está elaborando os projetos executivos. Mas em breve vamos começar a liberar essas obras, com asfalto de ruas, reforma de colégio e uma série de coisas mais.
CORREIO DE CARAJÁS – O senhor construiu e sempre se orgulhou da Orla do Rio Tocantins, que leva o nome de seu pai, mas hoje aquela área está decadente. Pretende revitalizá-la?
TIÃO MIRANDA – Já abrimos concorrência para recuperar totalmente a Orla. As obras deverão ser executadas ainda neste verão, e vamos restaurá-la ao padrão original com guarda corpos, reforma das quadras do Santa Rosa, colocação de novos bancos, nova pintura. Os trabalhos de restauração devem consumir recursos superiores a R$ 1 milhão. A gente deve priorizar a orla porque ela é o cartão postal de Marabá, com uma vista belíssima para o Rio Tocantins.
CORREIO DE CARAJÁS – O ministro Helder Barbalho estava envidando esforços para conseguir recursos para obras de contenção no Rio Itacaiunas. Já foi confirmado projeto?
TIÃO MIRANDA – Estamos esperançosos com essa obra. Não saiu o dinheiro do Ministério da Integração Nacional. Elaboramos o projeto, demos entrada no Ministério e tudo, mas até agora estamos esperando o convênio ser assinado. Eu só falo em obras quando estou com o recurso na conta.
CORREIO DE CARAJÁS – Quase a totalidade das 200 escolas municipais clama por reforma. Os recursos do Fundeb parecem ser insuficientes. Vai reformar escolas este ano?
TIÃO MIRANDA – Temos muitas obras de reformas de escolas e postos de saúde em vista. O Colégio Cristo Rei, no Jardim União, ficou oito anos parado e agora colocamos para terminar e até o fim do ano estará pronto. Outras escolas da cidade e do campo também serão reformadas. Na vila Brejo do Meio o posto de saúde também vai passar por reforma. Mas também pretendemos em breve reformar nossas praças, as feiras, como a da Laranjeiras.
CORREIO DE CARAJÁS – E como está o pagamento de dívidas das gestões anteriores?
TIÃO MIRANDA – Eu tinha feito um levantamento até terça-feira da semana passada, já tinha pagado quase R$ 22 milhões do passivo dos anos anteriores, entre salários, INSS, fornecedores, Ipasemar. Só de energia elétrica havia um débito de R$ 2 milhões atrasados. Quer dizer que se eu tivesse esse recurso para investir agora, faria muita diferença. Nesta semana, a gente já libera a metade do 13º salário, porque é uma tradição nossa, vamos liberar para os servidores terem esse recurso extra e vamos montar um calendário para pagamento dos salários atrasados de dezembro. Temos muitas dívidas que estamos parcelando e pagando. Se somarmos todas elas, chegaremos a um montante superior a R$ 200 milhões.
CORREIO DE CARAJÁS – A dívida com o Ipasemar era algo muito grave, principalmente a parte dos servidores, que não podia ser parcelada. Como está?
TIÃO MIRANDA – Acredito que neste mês vamos parcelar a dívida com o INSS, que chega a quase R$ 30 milhões. E com o Ipasemar são mais de R$ 35 milhões para parcelar. Hoje, a emenda que foi aprovada, Medida Provisória 788, do presidente Michel Temer, regulamentada que os institutos de previdência por regime próprio, podem parcelar dívidas do patronal e do empregado. É uma maneira da gente poder pagar porque a dívida está enorme. Vamos pagar uma parte, cerca de R$ 700 mil, e o resto em 200 parcelas, inclusive fizemos reuniões com o delegado da Receita Federal, pegamos orientações importantes com ele e vamos parcelar justamente para retirar a prefeitura do CAUC. Vamos pagar o Ipasemar em dia e também os atrasados para deixar o município adimplente para fazermos vários convênios para termos mais recursos para investir na cidade.
CORREIO DE CARAJÁS – E como fica o pagamento dos salários atrasados dos servidores referentes à gestão anterior?
TIÃO MIRANDA – Há muitos contratados que já pagamos. Para os concursados farei um parcelamento (acordo realizado na Justiça nesta segunda-feira, após essa entrevista). Apenas a parcela de julho do 13º são R$ 10 milhões que vamos repassar aos servidores. O patronal, com encargos e um terço de férias, o salário de junho, mais o vale alimentação e o 13º e um terço de férias dos professores gastamos R$ 46 milhões. Isso é bastante representativo, mas só temos isso porque guardamos recursos. Se eu não adiantasse o 13º, poderíamos aplicar esse dinheiro até dezembro, mas não vamos fazer isso porque adiantando este dinheiro para o servidor é uma maneira de compensar o parcelamento do salário de dezembro.
CORREIO DE CARAJÁS – O senhor costuma dizer que guarda recursos em caixa para investimentos. O que está previsto para investir este ano?
TIÃO MIRANDA – A Prefeitura sempre paga salário dentro do mês e todos os fornecedores estão sendo pagos. Vamos adquirir em poucos dias diversos veículos, com investimento de mais de R$ 1 milhão em veículos com recursos próprios. Vamos sair do aluguel e distribuir essa frota em várias secretarias para otimizar e usar melhor os recursos. É o meu estilo de trabalhar, sou administrador/gestor. Não temos perfil de político tradicional, de dar tapinha e ficar prometendo. Eu gosto de fazer, mas planejar primeiro, controlando o financeiro, que é fundamental para manter os compromissos em dia. Hoje, o funcionário pode ter certeza que até no dia 30 está com o salário na conta e os encargos também são pagos, como Ipasemar e INSS. Isso é importante porque se trata da aposentadoria futura dos servidores.
CORREIO DE CARAJÁS – Os recursos dos royalties da mineração têm sido importantes para sua gestão neste momento inicial de crise?
TIÃO MIRANDA – Acho que este recurso é muito importante e o usamos e o usamos em várias áreas da municipalidade, investindo em saúde, educação e infraestrutura. Posso afirmar que a Prefeitura de Marabá está começando a entrar no eixo financeiro, com equilíbrio da folha de pagamento que era muito alta. Meu compromisso é com a população de Marabá. Quero deixar essa prefeitura saneada, equilibrada, com as contas em dia e as coisas andando.
CORREIO DE CARAJÁS – Antes da eleição, o senhor já falava em não buscar um segundo mandato consecutivo. Desistiu da ideia?
TIÃO MIRANDA – Eu não penso em reeleição, penso no meu mandato, em cumpri-lo bem. Não estou preocupado com a reeleição. Vocês acompanharam que havia uma resistência da minha parte em assumir a Prefeitura por causa da grande responsabilidade, muitos compromissos, mas já que assumimos, à medida que resolvemos os problemas, precisamos ir para frente e gerenciar bem todos os setores. Todos os dias eu trabalho e trabalho muito, gosto e sou viciado em trabalhar. Estou presente na Prefeitura todos os dias. Me dedico muito à cidade de Marabá, onde nasci. Quero ver essa terra crescer e as pessoas acreditando na cidade. Sobre minha saúde? Estou recuperando e acho que o trabalho está me fazendo bem, me ocupa a cabeça. Montei uma equipe boa, e cada dia estamos mais entrosados e as coisas estão caminhando positivamente. Vamos resgatar essa imagem positiva de Marabá e a autoestima da população. (Ulisses Pompeu e Luciana Marschall)