Correio de Carajás

Tião Miranda mexe 1ª peça de xadrez rumo à reeleição com mudança na SMS

Valmir Moura ao lado da esposa Andréia Rodrigues, diretora da Obra Kolping em Marabá

No meio da pandemia do coronavírus, o prefeito de Marabá, Tião Miranda, não responde à Imprensa perguntas sobre reeleição e nem promove reuniões com correligionários para discutir o assunto. Garante que está focado no combate à doença que já matou mais de 80 pessoas na cidade em menos de três meses.

Valmir Silva Moura assume o cargo de secretário municipal de Saúde de Marabá nesta segunda-feira, dia 1º de junho, no lugar do advogado Luciano Lopes Dias, que desincompatibilizou-se da função, certamente para concorrer a um cargo eletivo nas eleições municipais previstas para 4 de outubro deste ano.

Valmir Moura é pessoa de confiança do prefeito Tião Miranda. Quando este foi deputado estadual, Valmir ocupou o cargo de diretor do 11º Centro Regional de Saúde da Sespa, em Marabá. Depois que Miranda reassumiu o comando da prefeitura, em 2017, Valmir voltou a ocupar cargo no setor de finanças da SEMED (Secretaria Municipal de Educação), ao lado de Luciano Dias, que no início do governo era o titular da Educação. Em resumo, assim como Luciano, Valmir é um coringa do prefeito, podendo atuar em várias áreas.

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A saída silenciosa de Luciano da SMS – não foi avisada oficialmente até agora – é uma prova do que muitos políticos já imaginavam: ele poderá ser o candidato a vice-prefeito de Tião Miranda nas próximas eleições. Dentro do grupo político do atual gestor, há quem defenda o nome do presidente da Câmara, Pedro Corrêa Lima, para ser o candidato a vice-prefeito (cargo que ele já desempenha atualmente, quanto Tião precisa viajar). Mas Tião continua sendo Tião e só deve anunciar quem será o candidato a vice na “.Hora H”

Mas, numa possibilidade remota, avaliadores do panorama eleitoral em Marabá, creem que há chance quase zero de Luciano Dias ter saído do cargo para candidatar-se a vereador (muito menos a prefeito), postos que serão disputados em outubro próximo. Com isso, só restaria mesmo a função de coadjuvante como vice-prefeito.

As poucas dúvidas que ainda restam só ficarão cristalizadas por ocasião da convecção do PSD, que deve ocorrer entre o final de julho e dia 5 de agosto. Aliás, para quem não sabe, Luciano é presidente do Diretório do PSD em Marabá, partido ao qual Tião Miranda filiou-se em novembro do ano passado, num grande ato político que contou com autoridades estaduais e nacional da agremiação.

A convenção é o ato que dá o sinal verde para o início da campanha, em 15 de agosto. Se a proibição de aglomerações ainda estiver em vigor no país até lá, a viabilidade do pleito fica comprometida e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), poderá adiar a eleição (o que pode ocorrer também até o final do mês de junho).

Este é o quarto secretário de saúde no governo de Tião Miranda. O primeiro foi Marcone Nunes Leite, depois Marcones José Santos da Silva, em seguida ficou no cargo a enfermeira Dármina Duarte (apenas um mês) e foi substituída por Luciano Dias, que permaneceu um ano e quatro meses na função.

A informação que a Reportagem do CORREIO DE CARAJÁS teve junto à Prefeitura é que Luciano deve continuar apenas como presidente do Comitê Municipal de Enfrentamento do Coronavírus, que não é remunerado. Outros pré-candidatos a prefeito também começam a se movimentar em Marabá, todos via redes sociais. O médico Manoel Veloso é candidato em potencial. Irismar Melo já anunciou que não será mais candidata a vereadora e suas postagens em redes sociais indicam que deverá disputar o cargo de prefeito; e Toni Cunha tem sido o adversário de Tião que mais usa as mídias sociais. Mas nenhum deles deu pistas de quem pode ser candidato a vice-prefeito. Só Tião. (Ulisses Pompeu)