Correio de Carajás

The Rookie : Nathan Fillion estrela série policial sobre recomeços

Nathan Fillion pode ser considerado um veterano da TV. Depois de participar de séries diversas como Buffy: A Caça VampirosFirefly e Desperate Housewives, o ator estourou em 2009 com Castle, atração criada por Andrew W. Marlowe que durou até 2016. Deste então o astro teve outras participações na TV (Santa Clarita Diet e Modern Family), mas nada se compara ao desafio de estrelar The Rookie, nova série policial que chega ao Brasil em 15 de novembro pela Universal TV.

De muitas formas, a jornada de Fillion reflete o protagonista, John Nolan – e vice-versa. Na trama, ele é um homem na faixa dos 40 anos que passa por um grande trauma e decide se tornar um policial. Ele faz o treinamento e é designado para a polícia de Los Angeles, onde precisa superar não apenas a pressão de ser um policial, mas um sargento exigente e a diferença de idade com seus colegas. Assim, tanto o ator quando o personagem precisam se reinventar para encarar esse novo momento da vida.

“A abordagem para a nossa série policial é de um homem recomeçando. Ele está divorciado, não é mais um marido e também não precisa mais ser uma figura paterna, já que seu filho está na faculdade. O trabalho que ele tinha era uma necessidade porque ele tinha uma família para sustentar. Agora isso não existe mais, então qual é o sonho dele? Como ele quer fazer esse recomeço? Então temos esse novato, que não é tão novato assim”, afirmou Fillion durante nossa visita ao set da série em Los Angeles.

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E assim como John Nolan precisou se acostumar com seus colegas mais jovens no Departamento de Polícia de Los Angeles, o ator revelou que fez uma reunião em sua casa antes do começo das filmagens e percebeu a diferença de geração com seus colegas de elenco: “Aluguei uma máquina de karaokê e escolhi umas músicas dos anos 80. Os mais jovens reconheceram as músicas, mas não cantavam junto. Depois eles escolheram coisas mais modernas e eram canções que eu nunca tinha ouvido na vida [risos]”.

JOHN NOLAN AO LADO DE SEUS COLEGAS MAIS JOVENS EM THE ROOKIE

Foto de The Rookie
The Rookie/Universal TV/Divulgação

Interpretar um policial também fez Fillion pensar muito mais em como esses profissionais trabalham e na importância deles para a sociedade. O ator afirmou que o uniforme é muito quente e desconfortável para as altas temperaturas de Los Angeles e que jamais escolheria essa profissão: “Quando mais eu faço essa série e aprendo sobre o trabalho, quanto mais eu entendo que ser policial é um chamado, mais eu tenho certeza de que esse não é um trabalho pra mim. Eu não faria isso de forma alguma. Quando alguém liga para a emergência, tudo já aconteceu. É por isso que eles ligam, porque precisam de alguém com autoridade para assumir o comando. E esse não sou eu”.

Talento e maturidade

Os dois primeiros episódios de The Rookie deixam claro que o conflito de gerações estará presente em toda a série, mas também mostram pontos positivos sobre a maturidade. Apesar de estar inseguro no começo, John Nolan rapidamente ganha confiança como um policial novato e mostra que, diferente de seus colegas, consegue lidar melhor com situações de pressão – tudo isso graças à sua experiência. Ao falar sobre o que é diferente agora em sua vida perto dos 50 anos, Nathan Fillion revela que os joelhos não são mais os mesmos e é difícil repetir uma cena de ação várias vezes, mas nem tudo é negativo:

“Eu consigo prever mais as coisas. Posso olhar uma situação e falar 25 formas de como isso pode dar errado. Como essa em que estou agora. Por que assinei com um projeto antes de ver o roteiro? Mas sou um cara esperto o suficiente para saber o que é uma boa oportunidade. E sou esperto o suficiente para dizer sim para algo dessa forma”, disse o ator, que também elogiou bastante o trabalho de Alexi Hawley, criador de The Rookie com quem trabalhou em Castle.

Apesar de ter feito sucesso nos EUA, Fillion nasceu no Canadá e por isso sabe da importância de ter suas séries e filmes distribuídos para outros países. O ator revelou que sempre gostou do teatro pela reação imediata do público e, embora o cinema e a TV não permitam isso, ele fica feliz em ver o resultado do seu trabalho pelo mundo: “Na França, por exemplo, eles são bem polidos com isso, não fazem um alarde. Mas eventualmente alguém chega para mim e diz ‘eu adoro o seu trabalho’. É realmente incrível atravessar o oceano e metade do mundo e perceber que meu trabalho fala com as pessoas de alguma forma”. (Omelete)