A conclusão da obra do Terminal de Integração de Marabá não acontecerá em 2022. Fábio Moreira, secretário municipal de Obras, em conversa com a Reportagem do CORREIO, contou que uma terceira licitação será realizada para a finalização da obra. O custo estimado é de R$ 4.742.931,24.
A nova licitação para contratação de empresa de engenharia para a conclusão do terminal de integração de ônibus urbanos, que será aberta em 1º de junho de 2022, tem 16 meses de vigência de contrato. Desse prazo, um mês é para as formalizações iniciais; 12 meses para execução das obras e serviços e três meses para termo de aceite e recebimento definitivo das obras e serviços.
A empresa que estava trabalhando para erguer e finalizar o Terminal optou por se retirar do projeto por questões financeiras, ainda no segundo semestre de 2021. A informação repassada por Fábio é de que, com a pandemia de covid-19 e o aumento nos preços dos materiais de construção – como o aço – a então vencedora não deu conta de continuar com a obra e pediu pra sair.
Leia mais:Entre idas e vindas, o andamento da construção ocorre há três anos em passos lentos. O início foi lá em 2019, depois de o assunto ter sido tema recorrente em sessões da Câmara Municipal de Marabá. Desde 2014, pelo menos, o Legislativo levanta a pauta na sala de reuniões e no plenário. Mas somente no início de 2019 um espaço público foi indicado para essa finalidade. O perímetro escolhido foi o do canteiro que está localizado na Avenida VP 06, entre as folhas 22, 23, 26 e 27.
Com o local definido, a primeira licitação veio a baile em 18 de junho de 2019, com um edital que fez a chamada para a execução da infraestrutura do terminal (aterramento e terraplanagem). Das cinco empresas que concorreram, a vencedora foi a Construtora e Locadora Luara Eireli, que iniciou o serviço em meados de setembro do mesmo ano. Com prazo de conclusão de seis meses, a primeira parte da obra custou aos cofres públicos R$ 658.110,48.
Nessa mesma época, paralelo ao que estava sendo erguido, funcionava o Terminal de Integração Provisório. Este, por sua vez, foi custeado pela Nasson/TCA, a empresa de transportes que, até então, tinha a concessão de serviço do transporte público em Marabá. Ele foi inaugurado em maio de 2019, mas seu tempo de vida foi curto. Aproximadamente um ano depois, no primeiro semestre de 2020, um grande supermercado tomou o espaço do então Terminal Provisório.
Ainda nesse intervalo de tempo, a segunda licitação já estava em andamento. A chamada para contratação de uma empresa de engenharia para a construção do Terminal de Integração foi aberta em março. Cinco meses depois, no final de agosto, a comissão homologou a vencedora: Alves & Wovest Ltda, com o valor de R$ 2.177.040,08.
Enquanto o supermercado era inaugurado ali ao lado, em outubro, o Terminal, por outro lado, permanecia sem nenhum novo progresso. O avanço na infraestrutura só veio nos primeiros meses de 2021. Entre essa retomada e a última paralisação da obra, foram construídos os prédios que no futuro irão abrigar os blocos administrativo, comercial e também banheiros, lojas e lanchonetes. Pelo que se pode ver, entre as paredes de aço que protegem a obra, a fase de acabamento desses edifícios ainda precisa de uma boa mão de obra. Das demais estruturas, como o piso, nada foi feito até o momento.
Embora a fase de conclusão do Terminal esteja em vias de acontecer – de acordo com cronograma apresentado no edital de licitação – a inauguração dele poderá ser realizada em 2023. Quatro anos depois de seu início. A novela entre o marabaense e o transporte público tem pela frente muitos capítulos a serem desenrolados.
E quando começar a funcionar, é possível que o Terminal de Integração cause problemas ainda maiores no fluxo de mobilidade naquela região. Além da passagem natural de veículos pela VP-6, e daqueles que entram e saem do supermercado, haverá ainda os ônibus que farão manobras de chegada e partida do terminal. O risco de acidentes será maior. Será que o local do terminal não foi mal planejado? (Luciana Araújo)