Correio de Carajás

Terceira dose da Coronavac aumenta anticorpos em até quatro vezes, segundo estudo

Novos dados do projeto S, de vacinação em massa na cidade de Serrana (SP), mostraram que a vacina também mantém a proteção seis meses após a segunda dose

O Instituto Butantan divulgou nesta segunda-feira (14) novos resultados do Projeto S, que realizou a vacinação em massa da população de Serrana, no interior de São Paulo, com a Coronavac.

O acompanhamento dos indivíduos imunizados mostrou que seis meses após a administração da segunda dose da Coronavac as taxas de anticorpos específicos contra o novo coronavírus em todas as faixas etárias se mantiveram cima de 99%. Além disso, a administração da dose de reforço da mesma vacina em idosos aumentou de duas a quatro vezes os níveis de anticorpos.

De acordo com o Butantan, foram realizadas até o momento três coletas de sorologia nos participantes do Projeto S, sendo a primeira em julho de 2021, três meses após a vacinação, a segunda em outubro de 2021, seis meses após a vacinação, e a terceira, em janeiro de 2022, nove meses após a aplicação da vacina.

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Está prevista ainda uma última coleta de amostras em Serrana em abril, doze meses após a imunização.

“Foi possível observar um incremento grande nos níveis de anticorpos na população mais idosa da ordem de duas a quatro vezes quando comparados à etapa anterior, mostrando a capacidade da Coronavac em promover um aumento importante na resposta imune com a terceira dose mesmo nas faixas etárias mais elevadas”, explicou o médico Gustavo Volpe, diretor técnico do Hospital Estadual de Serrana e um dos coordenadores do Projeto S, em um comunicado.

Segundo o pesquisador, na população entre 18 e 59 anos, que não havia recebido a terceira dose, não houve uma queda significativa nos níveis de anticorpos entre as coletas de três e seis meses.

Expansão do projeto

O projeto S tinha previsão de conclusão neste mês, mas o Butantan pretende ampliar as análises pelo prazo de mais um ano.

A motivação está no acompanhamento do cenário epidemiológico da pandemia no Brasil e no mundo, que tem mostrado a necessidade de adaptações nos esquemas vacinais, com a administração de doses de reforço contra a doença.

Na nova fase, os pesquisadores pretendem continuar a coleta de informações sobre o perfil da imunidade gerada pela vacina ao longo do tempo. Além disso, será investigada a relação entre a quantidade de anticorpos e a imunidade celular com o desenvolvimento de casos mais graves da infecção.

(Fonte:CNN)