Correio de Carajás

Temporal socializa os prejuízos

O temporal que caiu sobre a cidade de Marabá na madrugada desta sexta-feira (9) levou surpresa e prejuízo a moradores e lojistas da cidade. Locais que nunca antes tinham sofrido com as fortes chuvas, amanheceram completamente alagados, como a entrada da Avenida Nagib Mutran, núcleo Cidade Nova, por exemplo. No Bairro Laranjeiras as ruas viraram rios e na Avenida Boa Esperança, próximo a Feira Coberta, muitos estabelecimentos foram invadidos pelas águas.

Embora o ponto comercial de Elenir Alexandre na Avenida Manaus, no Bairro Belo Horizonte, não tenha sido atingido, a rua onde ela mora (no mesmo bairro) ficou debaixo d’agua. Em entrevista ao CORREIO, ela cobrou atuação mais efetiva do governo municipal para que situações como essa não voltem a ocorrer. “Queria que tomassem alguma providência, porque a situação é crítica e os comerciantes têm muito a perder, sem falar nos moradores”, exclamou.

#ANUNCIO

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Na mesma área, um posto de gasolina ficou inundado, afugentando a clientela. “As pessoas acabam evitando passar nessa rua, então já prejudica. Além disso, a água essa noite subiu um pouco mais do que de costume e como aqui é posto de combustível, as pessoas não entendem que os tanques são vedados e que não tem como entrar água”, revelou a proprietária, que preferiu não se identificar. “Mas, tenho esperança que a gestão ache uma solução definitiva para o problema, porque ações paliativas não estão surtindo muito efeito”, desabafou.  

Ainda no núcleo Cidade Nova, Miguel Costa lamentou o lamaceiro que virou a residência em que mora, próxima a loja Toca do Plástico. “Não teve prejuízo, porque suspendemos as coisas, mas deu trabalho para limpar”, revelou. Ele acredita os bueiros entupiram, causando os alagamentos, e que entulhos da obra da prefeitura – realizada na Praça da Bíblia, contribuíram para isso. “Eu falei para eles [trabalhadores da obra] que tinham de fazer uma drenagem, mas eles não fizeram”, afirma.

Filmagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento exato do alagamento no local, que fica próximo também ao Posto do Bolinha. O estabelecimento, inclusive, serviu de abrigo para muitos motociclistas e motoristas que ficaram com receio de atravessar a grande enxurrada. Um dos vídeos mostra ainda um condutor que precisou sair do carro a fim de empurrá-lo para fora das águas.

Já na Nova Marabá, a Folha 10 foi bastante atingida, causando revolta em quem mora por lá. “Na rua onde eu moro, está uma imundície, a gente não consegue nem passar de bicicleta por lá nesses tempos de chuva. E aqui na Folha 26, caiu um pedaço de muro que não dá 40 metros e já estão acertando tudo”, observou Rafael Costa. Para ele, a prefeitura tem tratado com distinção certos bairros da cidade.

O núcleo Marabá Pioneira também não escapou das enchentes, já que o fim da Avenida Antônio Maia também foi alagado. O que causou estranheza nos moradores e muita insatisfação, já há muito tempo a localidade não inundava. Todas as casas acabaram invadidas pelas águas e os moradores contaram à reportagem do CORREIO que desconfiam até que toda essa situação possa estar relacionada às obras no Estádio Municipal Zinho Oliveira.

Prefeitura culpa a chuva pelos estragos causados

Procurado pelo Jornal, o presidente do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá, Múcio Andalécio, declarou que a equipe coordenada por ele está dando apoio ao Departamento de Defesa Civil. “Limpeza, remoção dos alagados e quaisquer outros atendimentos. Fora isso, estamos trabalhamos em limpeza das bueiras, grotas e o maior problema que está tendo é o excesso de chuvas, porque está sendo um ano atípico”, afirmou.

Questionado sobre a situação de alagamentos em locais que há muito tempo não eram inundados, ele, mais uma vez, culpou a chuva. “Há mais de oito anos não tinha essa intensidade de chuva que está acontecendo hoje e em todo o território nacional”. Já Túlio Pereira, responsável pelo Departamento de Postura do Município, disse que a enxurrada ocorrida próxima ao Posto do Bolinha está relacionada às obras da própria prefeitura naquela região.

“Porque os bueiros entupiram com a terra proveniente das obras realizadas na praça, e a gente vai desentupir e o problema vai acabar”. Quanto aos locais que geralmente alagam, no Laranjeiras, por exemplo,  ele disse que as pessoas constroem casas sobre galerias e bueiros, travando o escoamento das águas.  (Nathália Viegas)

 

Casa ao lado de construção abandonada é tomada pela lama

 

Com a forte chuva que caiu na madrugada desta sexta-feira (9), uma casa na Folha 33 foi invadida pela lama mais uma vez. A residência pertence a Francisca Gomes e fica atrás da construção do terreno do grupo Y.Yamada. Ela mora no local há mais de 30 anos.

“Não tenho condições nem de construir a minha casa. Estou sofrendo. Vivo do meu bar que funciona aqui na minha casa. Como é que vou trabalhar desse jeito? Quem é que vai sentar aqui para tomar uma cerveja com essa lama toda? Como é que vou sobreviver?”, questiona, indignada.

Francisca e os netos que moram com ela acordaram assustados durante a madrugada, com a água e a lama tomando conta e invadindo o imóvel. “Foi um desespero. Você imagina acordar e ver lama por toda a parte. Foi uma noite de terror”.

A equipe do jornal CORREIO conferiu de perto os estragos causados pela lama na residência e constatou que a lama vem através de rachaduras e buracos do muro da construção. Segundo Francisca, na época alguns funcionários que trabalhavam no local estiveram na casa dela para fazer alguns reparos, como a limpeza da fossa.

“Além de derrubarem o meu muro para construir o prédio, eles entupiram minha fossa. Depois de muito reclamar, eles ajeitaram a fossa e construíram um banheiro para mim”, comenta.

A reportagem foi até o prédio da Yamada, localizado na Rodovia Transamazônica, Folha 33, no Bairro Nova Marabá e verificou que o local está completamente abandonado. Além do mato e da lama que tomou conta do terreno, é possível ver que ainda há restos de material de construção, como ferros e madeiras.

Procurados pelo CORREIO, a Prefeitura Municipal de Marabá (PMM), por meio do Departamento de Postura, esteve na residência e assegurou que mesmo se tratando de um prédio particular irá tomar providências para que a moradora tenha seu sofrimento amenizado. “Iremos fazer uma contenção no quintal dela, para a água não invadir a casa e, assim sair pela lateral do terreno”, afirma Túlio Pereira, sem precisar uma data.

Também foi informado que a prefeitura está fazendo um levantamento sobre o prédio e, de acordo com Túlio, o Grupo Y. Yamada será notificado e terá um prazo para comparecer e dar as devidas explicações, já que há muitos anos o local se encontra abandonado. “Ou eles vão indenizar o terreno ou refazer o serviço. Mas o Grupo terá que ressarcir todo o prejuízo material que ela teve”, comenta.

A reportagem tentou, ao longo do dia, ouvir algum representante do Grupo Yamada, sediado em Belém, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. (Ana Mangas)

 

O temporal que caiu sobre a cidade de Marabá na madrugada desta sexta-feira (9) levou surpresa e prejuízo a moradores e lojistas da cidade. Locais que nunca antes tinham sofrido com as fortes chuvas, amanheceram completamente alagados, como a entrada da Avenida Nagib Mutran, núcleo Cidade Nova, por exemplo. No Bairro Laranjeiras as ruas viraram rios e na Avenida Boa Esperança, próximo a Feira Coberta, muitos estabelecimentos foram invadidos pelas águas.

Embora o ponto comercial de Elenir Alexandre na Avenida Manaus, no Bairro Belo Horizonte, não tenha sido atingido, a rua onde ela mora (no mesmo bairro) ficou debaixo d’agua. Em entrevista ao CORREIO, ela cobrou atuação mais efetiva do governo municipal para que situações como essa não voltem a ocorrer. “Queria que tomassem alguma providência, porque a situação é crítica e os comerciantes têm muito a perder, sem falar nos moradores”, exclamou.

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Na mesma área, um posto de gasolina ficou inundado, afugentando a clientela. “As pessoas acabam evitando passar nessa rua, então já prejudica. Além disso, a água essa noite subiu um pouco mais do que de costume e como aqui é posto de combustível, as pessoas não entendem que os tanques são vedados e que não tem como entrar água”, revelou a proprietária, que preferiu não se identificar. “Mas, tenho esperança que a gestão ache uma solução definitiva para o problema, porque ações paliativas não estão surtindo muito efeito”, desabafou.  

Ainda no núcleo Cidade Nova, Miguel Costa lamentou o lamaceiro que virou a residência em que mora, próxima a loja Toca do Plástico. “Não teve prejuízo, porque suspendemos as coisas, mas deu trabalho para limpar”, revelou. Ele acredita os bueiros entupiram, causando os alagamentos, e que entulhos da obra da prefeitura – realizada na Praça da Bíblia, contribuíram para isso. “Eu falei para eles [trabalhadores da obra] que tinham de fazer uma drenagem, mas eles não fizeram”, afirma.

Filmagens divulgadas nas redes sociais mostram o momento exato do alagamento no local, que fica próximo também ao Posto do Bolinha. O estabelecimento, inclusive, serviu de abrigo para muitos motociclistas e motoristas que ficaram com receio de atravessar a grande enxurrada. Um dos vídeos mostra ainda um condutor que precisou sair do carro a fim de empurrá-lo para fora das águas.

Já na Nova Marabá, a Folha 10 foi bastante atingida, causando revolta em quem mora por lá. “Na rua onde eu moro, está uma imundície, a gente não consegue nem passar de bicicleta por lá nesses tempos de chuva. E aqui na Folha 26, caiu um pedaço de muro que não dá 40 metros e já estão acertando tudo”, observou Rafael Costa. Para ele, a prefeitura tem tratado com distinção certos bairros da cidade.

O núcleo Marabá Pioneira também não escapou das enchentes, já que o fim da Avenida Antônio Maia também foi alagado. O que causou estranheza nos moradores e muita insatisfação, já há muito tempo a localidade não inundava. Todas as casas acabaram invadidas pelas águas e os moradores contaram à reportagem do CORREIO que desconfiam até que toda essa situação possa estar relacionada às obras no Estádio Municipal Zinho Oliveira.

Prefeitura culpa a chuva pelos estragos causados

Procurado pelo Jornal, o presidente do Serviço de Saneamento Ambiental de Marabá, Múcio Andalécio, declarou que a equipe coordenada por ele está dando apoio ao Departamento de Defesa Civil. “Limpeza, remoção dos alagados e quaisquer outros atendimentos. Fora isso, estamos trabalhamos em limpeza das bueiras, grotas e o maior problema que está tendo é o excesso de chuvas, porque está sendo um ano atípico”, afirmou.

Questionado sobre a situação de alagamentos em locais que há muito tempo não eram inundados, ele, mais uma vez, culpou a chuva. “Há mais de oito anos não tinha essa intensidade de chuva que está acontecendo hoje e em todo o território nacional”. Já Túlio Pereira, responsável pelo Departamento de Postura do Município, disse que a enxurrada ocorrida próxima ao Posto do Bolinha está relacionada às obras da própria prefeitura naquela região.

“Porque os bueiros entupiram com a terra proveniente das obras realizadas na praça, e a gente vai desentupir e o problema vai acabar”. Quanto aos locais que geralmente alagam, no Laranjeiras, por exemplo,  ele disse que as pessoas constroem casas sobre galerias e bueiros, travando o escoamento das águas.  (Nathália Viegas)

 

Casa ao lado de construção abandonada é tomada pela lama

 

Com a forte chuva que caiu na madrugada desta sexta-feira (9), uma casa na Folha 33 foi invadida pela lama mais uma vez. A residência pertence a Francisca Gomes e fica atrás da construção do terreno do grupo Y.Yamada. Ela mora no local há mais de 30 anos.

“Não tenho condições nem de construir a minha casa. Estou sofrendo. Vivo do meu bar que funciona aqui na minha casa. Como é que vou trabalhar desse jeito? Quem é que vai sentar aqui para tomar uma cerveja com essa lama toda? Como é que vou sobreviver?”, questiona, indignada.

Francisca e os netos que moram com ela acordaram assustados durante a madrugada, com a água e a lama tomando conta e invadindo o imóvel. “Foi um desespero. Você imagina acordar e ver lama por toda a parte. Foi uma noite de terror”.

A equipe do jornal CORREIO conferiu de perto os estragos causados pela lama na residência e constatou que a lama vem através de rachaduras e buracos do muro da construção. Segundo Francisca, na época alguns funcionários que trabalhavam no local estiveram na casa dela para fazer alguns reparos, como a limpeza da fossa.

“Além de derrubarem o meu muro para construir o prédio, eles entupiram minha fossa. Depois de muito reclamar, eles ajeitaram a fossa e construíram um banheiro para mim”, comenta.

A reportagem foi até o prédio da Yamada, localizado na Rodovia Transamazônica, Folha 33, no Bairro Nova Marabá e verificou que o local está completamente abandonado. Além do mato e da lama que tomou conta do terreno, é possível ver que ainda há restos de material de construção, como ferros e madeiras.

Procurados pelo CORREIO, a Prefeitura Municipal de Marabá (PMM), por meio do Departamento de Postura, esteve na residência e assegurou que mesmo se tratando de um prédio particular irá tomar providências para que a moradora tenha seu sofrimento amenizado. “Iremos fazer uma contenção no quintal dela, para a água não invadir a casa e, assim sair pela lateral do terreno”, afirma Túlio Pereira, sem precisar uma data.

Também foi informado que a prefeitura está fazendo um levantamento sobre o prédio e, de acordo com Túlio, o Grupo Y. Yamada será notificado e terá um prazo para comparecer e dar as devidas explicações, já que há muitos anos o local se encontra abandonado. “Ou eles vão indenizar o terreno ou refazer o serviço. Mas o Grupo terá que ressarcir todo o prejuízo material que ela teve”, comenta.

A reportagem tentou, ao longo do dia, ouvir algum representante do Grupo Yamada, sediado em Belém, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta. (Ana Mangas)