Correio de Carajás

Suspeitos de enterrar mulher viva vão responder por crime hediondo

Um terceiro suspeito ainda está foragido, segundo informações da Polícia Civil. Dupla detida fugiria para o Rio de Janeiro, mas acabou interceptada antes de colocar o plano em prática.

Mulher é encontrada em túmulo em Visconde do Rio Branco — Foto: Polícia Militar/Divulgação

Os dois suspeitos de enterrarem viva uma mulher em uma gaveta mortuária no Cemitério Municipal de Visconde do Rio Branco, na Zona da Mata mineira, responderão pode crime hediondo. A informação foi divulgada pela Polícia Civil de Minas Gerais na tarde desta quarta-feira (4), durante entrevista coletiva realizada em Ubá. Um terceiro indivíduo teria sido identificado e está foragido.

A dupla foi presa nos municípios vizinhos de São Geraldo e Viçosa. A suspeita é de que os rapazes, de 20 e 22 anos, iriam para uma favela no estado do Rio de Janeiro, mas acabaram capturados antes de colocar o plano em prática.

“Eles são conhecidos pela polícia pois, quando eram adolescentes, têm diversas passagens. Eles estão à disposição da Justiça”, informou o delegado Diego Candian, da Regional da Ubá.

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Ainda conforme ele, a tentativa de homicídio chama atenção pelos requintes de crueldade. O pedido de prisão temporária terá duração de 30 dias.

A investigação, segundo a Civil, estão prematuras e que outro elementos precisam ser respondidos.

Situação da vítima

 

A delegada Flávia Murta, chefe do 4° Departamento de Polícia Civil, informou que os policiais estivem no hospital para entrevista da vítima.

A mulher, no entanto, ainda não foi ouvida formalmente, devido ao estado de saúde que se encontra, o que impede que seja feito um depoimento oficial. A corporação aguarda recuperação da paciente para que ela seja ouvida.

Na atualização mais recente sobre o estado de saúde da mulher, o médico Henrique Slaib, diretor geral do Hospital São João Batista e cirurgião assistente da paciente, disse que há risco de amputação de um dos dedos da mão. Ela continua na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), sem previsão de alta.

Ainda conforme a delegada, ” os homens teriam entrado na residência da vítima, perguntando sobre onde ela teria colocado drogas e armas. A vítima conseguiu fugir, mas foi pega e agredida. Em seguida, foi colocada dentro de uma gaveta no cemitério em uma parte desativada do local, onde não há circulação de pessoas. Os coveiros viram o jazigo com cimento fresco e chamaram a polícia. Foi escutado gritos de mulher e ela foi resgatada, encaminhada ao hospital”.

Relembre o caso

O crime foi descoberto na manhã da terça-feira (28) depois que coveiros do Cemitério Municipal chegaram para trabalhar e encontraram marcas de sangue e a gaveta mortuária ainda com cimento fresco.

De dentro da gaveta mortuária, os funcionários escutaram pedido de socorro e acionaram a Polícia Militar (PM).

A mulher foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e, desde então, está sob cuidados no Hospital São João Batista.

Segundo informação da Polícia Civil divulgada no dia do ocorrido, a motivação seria um “desacerto referente a uma arma de fogo”.

Já o Registro de Eventos de Defesa Social (REDS) da Polícia Militar (PM) indica que a vítima teria guardado entorpecentes para dois homens, e que o material havia sido extraviado. Ao saberem do fato, a dupla foi até a casa dela e começou a agredi-la. O companheiro da mulher, que também estava na residência, conseguiu fugir.

(Fonte:G1)

Foto: Polícia Militar/Divulgação