Uma farmácia no final da avenida Tocantins, no Bairro Novo Horizonte, contava com uma quantidade de clientes incomum, ao mesmo tempo, por volta de 16 horas desta quarta-feira, dia 5 de janeiro. Eram 12 pessoas, a maioria em busca de medicamentos antigripais.
Com o surto de gripe afetando milhares de pessoas, as farmácias de Marabá estão registrando uma grande busca por medicamentos que são considerados simples e até então eram fáceis de encontrar, mas agora, os principais antigripais e antitérmicos estão em falta.
É o caso do Naldecon, que não foi encontrado em nenhuma farmácia da cidade em que a Reportagem do CORREIO visitou nesta quarta, nos núcleos Cidade Nova, Nova Marabá e Marabá Pioneira.
Leia mais:O surto de gripe fora de época este ano também está provocando a falta do remédio mais prescrito pelos médicos para o combate ao vírus, o Tamiflu.
O problema acontece também porque muitas pessoas estão comprando uma grande quantidade de remédios para estocar e levar nas viagens de férias.
Margareth Cunha foi à farmácia comprar justamente esse medicamento – dia e noite – para o marido, que está em casa com gripe forte há mais de 30 horas. Teve de levar outro produto, que segundo ela parece não ter o mesmo efeito.
Juliana Azevedo é farmacêutica e afirma que a procura por antigripais aumentou em mais de 60%. Ela alerta que isso tem acontecido sem a prescrição médica e, sim, por livre demanda.
“O ideal é procurarem um profissional de saúde e pedir orientação antes de comprar. Automedicação é perigosa, se medicar sem saber que tipo de vírus e doença que ela tem. Os sintomas podem ser parecidos e, por isso, é necessário procurar um profissional da saúde”, orienta Juliana.
Ela destaca que as grandes redes de farmácia trabalham com estoques robustos e acabam podendo transferir medicamento de loja para outra. Já os pequenos empresários têm mais dificuldade na reposição do medicamento.
Um representante comercial de produtos farmacêuticos que atua no sudeste do Pará e sudoeste do Maranhão (Imperatriz), revelou à Reportagem do CORREIO que as indústrias deste segmento entraram em recesso no dia 17 de dezembro de 2021 e só retornam as atividades no dia 15 deste mês, quando recomeçam a fabricação de medicamentos. “Quem tinha estoque continua vendendo antigripais, os demais terão de esperar”, avisou.
(Ulisses Pompeu)