No final da manhã de ontem, segunda-feira (4), após um intenso trabalho de buscas por vários bairros de Parauapebas, a Polícia Militar conseguiu prender quatro pessoas, duas delas apontadas como autoras de pelo menos três assassinatos. Esses dois elementos seriam membros do temido PCC, facção que está impregnada nos presídios de todo o País, notadamente no Pará.
Um dos acusados é Nelson Ferreira da Silva, de 23 anos, que confessou três assassinatos; e o outro é Rodrigo Ferreira Menezes, também de 23 anos, apontado como líder do PCC em Parauapebas. Entre as mortes atribuídas aos dois está o duplo assassinato de uma menina de 13 anos e um rapaz de 15.
A primeira prisão, feita no Bairro da Paz, foi de Nelson, que estava em companhia de Maria Souza de Melo e Thiago Ferreira Araújo, ambos de 19 anos. Maria e Thiago são acusados de tráfico de drogas. Ele negou tudo, mas ela confessou ser traficante. Com Maria foram apreendidas 30 gramas de cocaína e 391 gramas de maconha. “A droga é minha”, confessou.
Leia mais:Segundo o tenente Honorato, da Polícia Militar, a PM tinha informações de que os três estariam vendendo drogas e que Nelson seria envolvido em assassinatos. Ao ser interrogado, o acusado não negou nada. Confessou que matou três pessoas na noite da última sexta-feira (1º), sendo dois menores de idade e outro homem cujo corpo ainda não havia sido descoberto.
Nelson confessou também que cometeu os três assassinatos em companhia do perigoso Rodrigo, apontado como líder do PCC em Parauapebas. Diante disso, a Polícia Militar seguiu até o Bairro dos Minérios onde encontrou um cadáver em um matagal atrás da Igreja Adventista, conforme indicado pelo acusado Nelson. Em seguida, a PM seguiu para o bairro Alto Bonito, onde mora Rodrigo.
Ainda de acordo com o tenente Honorato, quando a guarnição chegou ao apartamento de Rodrigo, ele tentou, em vão, se livrar de um revólver, que seria uma das armas usadas nos crimes, conforme admitiu Nelson. Mas a arma foi apreendida e Rodrigo levado preso.
Perguntado se Nelson realmente integra o PCC, o oficial da PM foi enfático: “Tivemos informações – não temos certeza ainda – de que ele pertence ao PCC”. Em seguida disse o motivo do assassinato ocorrido atrás da igreja: “Briga entre as facções Comando Vermelho e PCC”.
Também ouvido pela reportagem do Jornal CORREIO, delegado Gabriel Henrique, diretor da 20ª Seccional Urbana de Polícia Civil, disse que “Rodrigo é considerado dentro do bloco carcerário Rio Verde, como o chefe da facção PCC na cidade de Parauapebas”.
O delegado ponderou que o procedimento da Polícia Judiciária agora é fazer o exame de balística na arma apreendida com Rodrigo para saber se esse armamento é realmente o mesmo utilizado no cometimento dos assassinatos confessados por Nelson.
Por sua vez, Rodrigo Menezes, apontado como líder do PCC, negou todas as acusações. Ele relatou apenas que estava em casa com a esposa e os filhos quando os policiais chegaram. O acusado preferiu omitir qualquer informação sobre a arma encontrada em seu poder. Por outro lado, confessou já ter sido preso antes por tráfico de drogas. (Chagas Filho com informações de Ronaldo Modesto)