Mais um capítulo sobre o inquérito que apura a morte de Maura Dubal Martins, de 46 anos, esposa do comandante do 23º Batalhão Logístico de Selva (BLog), tenente-coronel Andreos Souza. Ela morreu com um tiro na cabeça no último dia 4 de janeiro. A novidade no caso é que o exame na vítima não detectou quaisquer vestígios de pólvora combusta nas mãos dela.
“O fato de não ter dado pólvora na mão dela causa uma certa estranheza porque não foi lavada. Mas isso não quer dizer que não tenha sido ela quem disparou. A questão é que o laudo não é conclusivo”, disse o delegado William Crispim, que investiga o caso. A intenção do inquérito é descobrir se Maura realmente cometeu suicídio, ou se outra coisa aconteceu.
De acordo com o delegado, o exame de pólvora combusta também deu negativo nas mãos do marido de Maura, mas ainda são necessários outros elementos informativos para chegar a uma conclusão. “A gente está aguardando a confecção dos demais laudos para somar ao conjunto de elementos probatórios”, explicou o delegado William.
Leia mais:Na semana passada, o coronel Andreos foi ouvido em depoimento e ratificou o que já tinha informado no dia do ocorrido. Disse que estava na sala de casa, manuseando o celular, quando ouviu um disparo e, ao chegar ao quarto, viu a esposa já caída. Ele prestou socorro, pediu ajuda e ela chegou a ser levada a uma clínica particular da cidade, mas morreu logo em seguida.
Também foram ouvidos os filhos adultos do casal. A filha mais velha disse que estava dormindo no quarto quando foi acordada pelo som do disparo; já o outro filho disse que estava no quarto, mas acordado, e ao ouvir o disparo já viu o pai correndo em direção ao quarto, de modo que – para ele – “não há a menor possibilidade de o tiro ter sido disparado por ele (Andreos)”, revelou o delegado.
Sobre os rumores de que Maura e Andreos estavam em crise conjugal, isso foi desmentido no depoimento dos filhos mais velhos. Segundo o delegado, eles disseram que o casal não estava enfrentando problemas conjugais e que foram os filhos que não se adaptaram a Marabá, por isso iriam embora para estudar fora e Maura viajaria com eles, enquanto o pai ficaria em Marabá aguardando apenas a transferência para se juntar à família em breve.
Nesta terça-feira, na sede da Delegacia Especializada de Atendimento à Criança e ao Adolescente (DEACA), o filho menor do casal prestou depoimento sobre o caso, sob o acompanhamento de uma psicóloga. Mas o teor do depoimento não foi divulgado para a Imprensa. (Chagas Filho)